Jornalismo com seriedade: Casos de microcefalia associados ao zika alarmam a América Central

domingo, 31 de julho de 2016

Casos de microcefalia associados ao zika alarmam a América Central


Em apenas três dias, seis mulheres deram à luz bebês com microcefalia em um hospital da cidade hondurenha de Choluteca, fenômeno associado a um surto do zika vírus.
A incidência de casos de microcefalia nesta cidade de 121.000 habitantes, localizada 85 km ao sul de Tegucigalpa, ativou o alarme das autoridades de saúde.
"Estes seis casos nos alarmaram e pensamos que têm conexão com o zika, porque anualmente é registrado um parto de uma criança com microcefalia, mas ter seis em três dias é alarmante", afirmou à AFP o epidemiologista do hospital, Gustavo Avila.
O especialista afirmou que no hospital foram atendidas onze mulheres grávidas que adquiriram zika e que apenas uma das que já deu à luz teve um filho normal.
Os casos de Choluteca são os mais graves já registrados até agora na América Central, mas a incidência do zika preocupa toda a região, devido ao pouco efeito dos esforços para controlar o mosquito Aedes aegypti, transmissor tanto do zika quanto da dengue e da chikungunya.
Em El Salvador foi registrado o nascimento de quatro bebês com microcefalia relacionada ao zika entre mais de uma centena de mulheres que contraíram a doença e que tiveram filhos normais, segundo o ministério da Saúde.
Na Guatemala, 16 bebês nasceram com as deformações da doença viral, que consistem em um cérebro e uma caixa craniana de dimensões inferiores às normais.
O ministério da Saúde informou que foram realizados testes nas crianças e não foi encontrada nenhuma relação com o zika, mas foram enviadas amostras a laboratórios especializados dos Estados Unidos para que realizem novos testes que permitam confirmar ou descartar a relação.
As autoridades de saúde da Nicarágua e da Costa Rica reportam vários casos de zika em mulheres grávidas, 36 e 15, respectivamente, mas nenhum caso de microcefalia associado ao vírus.
Sequelas
O médico Saúl Juárez, diretor do Hospital Regional do Sul em Choluteca, onde ocorreram os seis casos hondurenhos, explicou que a microcefalia pode provocar convulsões, assim como problemas motores e cognitivos nas crianças afetadas.
Indicou que os seis bebês afetados receberão um tratamento especial para contrabalançar estes efeitos negativos.