O coronelismo ainda impera em muitos municípios do Maranhão, onde
verdadeiras oligarquias se apossam de prefeituras e passam a tratar a cidade
como se fossem feudos, propriedades particulares. Um exemplo está em Coroatá,
cidade que mais parece uma fazenda dos Murads, uma família ‘puxadinho’ da
oligarquia Sarney.
O ‘dono do pedaço’, Ricardo Murad, não admite que seus interesses
políticos sejam contrariados, que os adversários mostrem força política para
que possam disputar eleições em pé de igualdade. Nem mesmo benefícios ao
cidadão, levados por adversários políticos, são permitidos.
Um exemplo do modus operandi político dos Murads, em Coroatá, ficou
evidenciado na sexta-feira (23), quando a ‘polícia’ da Prefeitura, a mando de
Teresa Murad, tentou impedir que máquinas contratadas pelo governo do Estado
fizessem o asfaltamento de uma avenida em um bairro da cidade. Foi preciso a
intervenção da população e da polícia para fazer com que os serviços tivessem
continuidade.
A ordem para apreender as máquinas e evitar a realização do asfaltamento
teria partido do ‘coronel’ Ricardo Murad que disse que vai ser governador do
Maranhão, mesmo com seu grupo político em declínio.
Irado, em um comício, Ricardo Murad vociferava chamando policiais e
delegados de ordinários e imbecis, além de dizer que ninguém passa por cima da
autoridade da prefeita da cidade (ou da autoridade dele, já que age como
prefeito?).
Ele revela que usa um sistema de videomonitoramento para acompanhar os
passos dos adversários. Murad chega a acusar a polícia de transportar, em
viatura da PM, descaracterizada, Luís da Amovelar Filho, candidato a prefeito
pelo PT, que seria também agiota. Deve ter usado o videomonitoramento para
acompanhar a movimentação dos policiais na cidade, já que diz ter certeza desse
suposto apoio ao candidato de oposição.
A atitude de Ricardo Murad,
denunciado em esquema de desvios de milhões do programa ‘Saúde é Vida’, da
Secretaria de Estado da Saúde, revela total desespero diante da possibilidade
iminente de perder o comando de seu feudo eleitoral. Na verdade, perder uma
grande fonte de renda familiar.