Uma renca de políticos maranhenses,
sobretudo, próximos à família Sarney estão tensos após a prisão do
ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Deputados federais e líderes políticos
fora de mandato têm demonstrado forte incômodo com a possível deleção do
ex-deputado.
A ex-governador Roseana Sarney, por
exemplo, foi questionada por jornalistas sobre a prisão do colega de partido,
mas preferiu não comentar o episódio.
Em conversas com deputados aliados nos
últimos dias, o deputado cassado Eduardo Cunha estava pessimista. Em mais de
uma vez, disse que seria preso rapidamente – o que se concretizou nesta
quarta-feira (19) – demonstrou preocupação sobre como ficaria sua família.
Numa conversa com um integrante de sua
“tropa de choque”, Cunha foi questionado se faria delação premiada. Ele
respondeu de maneira econômica: “Prefiro morrer a fazer uma delação”.
Mesmo assim, o interlocutor ficou na
dúvida se Cunha aguentará manter essa promessa após meses de prisão.
Até mesmo os aliados mais próximos
avaliam que, se houver um aval da Procuradoria Geral da República, Cunha faria
uma delação para livrar a família. Mas esses mesmos aliados reconhecem que
haverá resistência tanto do procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
quanto de investigadores da Operação Lava Jato.
A prisão de Eduardo Cunha é considerada
por procuradores uma espécie de símbolo do combate à corrupção. Por isso,
procuradores resistem a fazer um acordo de delação com Cunha se ele não tiver a
oferecer fatos que agreguem informações novas à investigação.
Ao avanço da Lava Jato, que não tem
data para terminar, correspondia o aumento de tensão dentro do Congresso e do
governo, e também fora deles.
A prisão de Cunha leva o clima de
tensão ao paroxismo.
Ele não é apenas mais um político de peso a cair nas garras do juiz
Sérgio Moro. Ele é “o político”, a levar-se em conta tudo o que sabe e tudo o
que pode delatar.
Nada, por ora, se compara à captura de Cunha.
Uma eventual delação de Cunha poderá atingir gravemente o governo Temer.
E isso, sim, teria potencial para embaralhar o presente e comprometer o futuro.
Cunha conhece os mais recônditos segredos do PMDB, que vão de Temer,
passam pela família Sarney e chegam até Renan Calheiro – presidente do Senado.
Se Eduardo vai falar até
agora não se pode ter exatidão, mas que a dúvida deixa boa parte do mundo
político em polvorosa, isso sem dúvida…