Jornalismo com seriedade: Políticos maranhenses ligados a Cunha preocupados com possível delação do ex-deputado

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Políticos maranhenses ligados a Cunha preocupados com possível delação do ex-deputado

Uma renca de políticos maranhenses, sobretudo, próximos à família Sarney estão tensos após a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Deputados federais e líderes políticos fora de mandato têm demonstrado forte incômodo com a possível deleção do ex-deputado.
A ex-governador Roseana Sarney, por exemplo, foi questionada por jornalistas sobre a prisão do colega de partido, mas preferiu não comentar o episódio.
Em conversas com deputados aliados nos últimos dias, o deputado cassado Eduardo Cunha estava pessimista. Em mais de uma vez, disse que seria preso rapidamente – o que se concretizou nesta quarta-feira (19) – demonstrou preocupação sobre como ficaria sua família.
Numa conversa com um integrante de sua “tropa de choque”, Cunha foi questionado se faria delação premiada. Ele respondeu de maneira econômica: “Prefiro morrer a fazer uma delação”.
Mesmo assim, o interlocutor ficou na dúvida se Cunha aguentará manter essa promessa após meses de prisão.
Até mesmo os aliados mais próximos avaliam que, se houver um aval da Procuradoria Geral da República, Cunha faria uma delação para livrar a família. Mas esses mesmos aliados reconhecem que haverá resistência tanto do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quanto de investigadores da Operação Lava Jato.
A prisão de Eduardo Cunha é considerada por procuradores uma espécie de símbolo do combate à corrupção. Por isso, procuradores resistem a fazer um acordo de delação com Cunha se ele não tiver a oferecer fatos que agreguem informações novas à investigação.
Ao avanço da Lava Jato, que não tem data para terminar, correspondia o aumento de tensão dentro do Congresso e do governo, e também fora deles.
A prisão de Cunha leva o clima de tensão ao paroxismo.
Ele não é apenas mais um político de peso a cair nas garras do juiz Sérgio Moro. Ele é “o político”, a levar-se em conta tudo o que sabe e tudo o que pode delatar.
Nada, por ora, se compara à captura de Cunha.
Uma eventual delação de Cunha poderá atingir gravemente o governo Temer. E isso, sim, teria potencial para embaralhar o presente e comprometer o futuro.
Cunha conhece os mais recônditos segredos do PMDB, que vão de Temer, passam pela família Sarney e chegam até Renan Calheiro – presidente do Senado.
Se Eduardo vai falar até agora não se pode ter exatidão, mas que a dúvida deixa boa parte do mundo político em polvorosa, isso sem dúvida…