Auditoria da Secretaria de Estado de Transparência
e Controle revelou que o prefeito Filuca Mendes, com a conivência do
ex-secretário de Indústria e Comércio do governo Roseana, Maurício Macedo,
desviou cerca de 70% dos R$ 3 milhões oriundos de um convênio que deveria
promover o desenvolvimento industrial de Pinheiro e entorno.
A auditoria constatou in loco, entre 19 a
20/10/2015, que os serviços contratados por Filuca não foram realizados e que
mesmo provocando um dano ao erário de R$ 2,1 milhões, Macedo aprovou a sua
prestação de contas.
Há a suspeita de que esses recursos abasteceram a
campanha de 2014, na qual Victor Mendes (PV), filho do prefeito, foi eleito
deputado federal com 85 mil votos.
O convênio, assinado dia 6 e pago dia 25 de junho,
a pouco mais de três meses da eleição de outubro, seria uma espécie de consolo
de Roseana ao primo Filuca, depois que Victor foi obrigado a deixar a
Secretaria de Meio-Ambiente e trocar uma reeleição certa para a Assembleia
Legislativa por uma temerosa disputa para a Câmara Federal, após o irmão da
governadora, Sarney Filho – o verdadeiro dono do posto -, lançar a candidatura
do filho, Adriano Sarney, para deputado estadual.
Em seu lugar assumiu Genilde Campagnaro, que em
apenas dez meses de gestão foi responsabilizada em uma outra auditoria pelo
prejuízo de R$ 11 milhões aos cofres públicos.
Já Adriano Sarney saiu no lucro e foi eleito
com 48 mil votos!
Além da compra de materiais de consumo antes mesmo
do funcionamento da sede da SEDINC em Pinheiro (92,77% dos bens de informática
e 38,85% das mobilias de escritório adquiridas pelo prefeito não foram
encontradas), e do pagamento por obras não concluídas, o que chama atenção no
relatório da STC são as contratações de consultorias.
A Ferreira Fonseca Serviços de Assessoria e Com.
Ltda. recebeu R$ 1,5 milhão pela elaboração de levantamento e diagnóstico do
potencial industrial no município e entorno e elaboração e execução de um plano
de atração para o pólo industrial.
Enquanto a Chaves e Maia Advogados Associados levou
R$ 298 mil pelo desenvolvimento de estudos e propostas de legislação para a
atração e incentivos de empresas!
Quase R$ 300 mil para elaborar leis!
E mesmo assim, nem isso fizeram.
Segundo a auditoria, as duas empresas não prestaram
os serviços pelos quais foram contratadas e o único diagnóstico foi o do dano
ao erário de R$ 1,8 milhão.
Filuca é gente boa, fino, simples dizem até.
Mas, por trás de toda essa simpatia está o homem
público, que dá tapinhas nas costas ao mesmo tempo que condena a população à
miséria ao deixar de atrair empresas, que poderiam gerar empregos, para atrair
votos.
E faz tudo isso rindo!