Primeiramente, uma consideração: cadeia não é lugar para gente, nem
recupera ninguém. Dito isto, vamos à soltura do ex-deputado Rocha Loures
(PMDB-PR) autorizada pelo ministro Edson Fachin.
O mundo jurídico considera a decisão de Fachin, que mandou libertar o
ex-assessor de Michel Temer, acertada porque o manteve preso em regime
domiciliar.
A 1ª Turma do STF também havia determinado há duas semanas a prisão
domiciliar aos réus Andréa Neves, Frederico Medeiros e Mendherson Lima, que
respondem a inquérito junto com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusado de
pedir propina a executivos da JBS.
A devolução do mandato do senador Aécio Neves, hoje, pelo ministro Marco
Aurélio Mello, igualmente foi considerada o cumprimento do devido processo
legal no Estado Democrático de Direito.
Ok, beleza.
O diabo é que o Supremo provou nos últimos dias que a cadeia, o
xilindró, a prisão, é coisa para petista, preto, pobre e puta — o famoso PPPP,
segundo o ator Zé de Abreu.
O seletivismo do STF pode ser constatado com a prisão ad eternum do
ex-deputado André Vargas cuja liberdade poucos reclamam por ele ser um “Da
Silva”, de origem humilde; ou no sequestro político do ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto, mantido preso por uma birra do juiz Sérgio Moro, inimigo fidalgo
de Lula e dos petistas, mesmo absolvido pelo TRF-4.
E quem olha para os jovens pretos e pobres, quase 700 mil, depositados
no cárcere sem ao menos uma condenação? Ninguém. Muito menos o Supremo.
O que se pede é apenas uma coisa: ISONOMIA.
Aliás, foi em homenagem à isonomia [da decisão que pôs os parentes de
Aécio em prisão domiciliar] que o ministro Fachin também colocou Rocha Loures
em prisão domiciliar.