Jornalismo com seriedade: Rocha se alimenta da desgraça de Temer e ganha importância no Senado como mero cumpridor de tarefas

sábado, 1 de julho de 2017

Rocha se alimenta da desgraça de Temer e ganha importância no Senado como mero cumpridor de tarefas

Por Raimundo Garrone

O senador Roberto Rocha (PSB) literalmente se alimentou da desgraça do presidente Temer para finalmente ocupar espaço no governo federal, antes reduzido à sua própria insignificância, e compor o time principal do que restou de uma base aliada, em sua maioria investigada na Lava Jato.

Da noite para o dia, foi nomeado corregedor do Senado e relator da indicação da procuradora Raquel Dodge, o que o faz acreditar ter alguma importância, embora não passe de um cumpridor de tarefas indigestas perante à opinião pública.

Em meio ao turbilhão em torno de Michel Temer, primeiro presidente brasileiro formalmente denunciado pelo crime de corrupção passiva enquanto exerce o cargo, o senador maranhense  vem cumprindo à risca o que é determinado pelo Planalto.

Depois de trair o seu partido o PSB, o eleitor e votar a favor da reforma trabalhista, Rocha antecipa agora o seu relatório favorável, por ordem de Temer, à indicação de Raquel Dodge para a Procuradoria Geral da República, levando em conta somente sua competência e exuberância curricular, sem questionar sua ligação com o ministro do STF, Gilmar Mendes, Sarney e o próprio presidente, defensores do engavetamento da Lava Jato.

Dodge foi a segunda colocada na lista tríplice elaborada pelo voto dos procuradores, vencida por Nicolau Dino, aliado de Rodrigo Janot, a quem é considerada adversária dentro da PGR.

Roberto Rocha quer salvar Temer porque sonha trazer o presidente ao Maranhão – como já prometeu -, na expectativa de garantir investimentos federais que possam alavancar   sua candidatura ao Palácio dos Leões em 2018.

Esquece, no entanto, que esse governo imposto por um golpe parlamentar conseguiu apenas 7% de aprovação, segundo última pesquisa DataFolha.

Em artigo republicado pelo blog, o presidente da OAB/SE, Henri Clay Andrade, diz que “após denúncia de corrupção passiva baseada em fatos estarrecedores revelados em gravação autêntica, Temer, apequenado e enroscado, apega-se à mediocridade e a cumplicidades”.