No celular apreendido de Eduardo
Cunha, a Polícia Federal encontrou uma mensagem de texto enviada ao também
ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, sobre o empresário Joesley
Batista, da JBS, na qual ele alertava que ia "dar merda" para Michel
Temer um acerto que estava prestes a ser fechado; para a polícia, a conversa
"tem indícios de propina", segundo reportagem do site Buzzfeed; Temer
deve ser atingido pelas delações de Cunha e Lúcio Funaro
No celular apreendido de Eduardo Cunha, a Polícia Federal encontrou uma
mensagem de texto enviada ao também ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo
Alves sobre o empresário Joesley Batista, da JBS, na qual ele alertava que ia
"dar merda" para Michel Temer um acerto que estava prestes a ser
fechado. Para a polícia, a conversa "tem indícios de propina".
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A conversa, que cita "três
convites" de Joesley que seriam repassados aos peemedebistas, aconteceu em
2012 e estava no celular de Cunha, apreendido pela Polícia Federal. Para a PF,
os "três convites" podem ser a forma disfarçada de falar em propina.
O diálogo integra o relatório da PF
que foi anexado na semana passada a uma das ações cautelares que tramitam no
Supremo Tribunal Federal (STF). Com 186 páginas, o documento foi redigido em
dezembro do ano passado, dentro das investigações sobre Eduardo Cunha, preso
pela Lava Jato.
No dia da conversa, 22 de agosto de
2012, Alves e Cunha ainda eram deputados e Temer, o vice-presidente da
República. Estavam em curso as eleições municipais, das quais nenhum dos três
eram candidatos.
Alves informa Eduardo Cunha sobre o
resultado de uma conversa com "Joes". A PF afirma que se trata de
Joesley Batista. "Joes aqui. Saindo. Confirme dos 3 convites, 1 RN 2 SP!
Disse a ele!", escreveu Alves.
Cunha reagiu: "Ou seja ele vai
tirar o de São Paulo para dar a vc? Isso vai dar merda com o Michel. E ele não
estaria dando nada a mais".
Para a PF, convite é um código para
propina.
"A utilização do termo
'convites' pode ser uma tentativa de mascarar uma atividade de remessa
financeira ilegal, já que, caso fosse um procedimento que obedecesse
estritamente as normas legais, não haveria o porquê do uso deste termo",
diz o relatório.
Outro trecho do relatório da PF
levanta a suspeita de que se trata de pagamentos durante a campanha.