José Sarney dando entrevista na rádio da família
O grampo é da antiga Operação Faktor da Polícia
Federal (anteriormente denominada Operação Boi Barrica que investigou o
empresário Fernando Sarney), mas revela que a ordem para vincular reportagens
contra adversários no Sistema Mirante de Comunicação parte do próprio
ex-presidente José Sarney (MDB).
O áudio mostra como Sarney usa com interesses
políticos seus veículos de comunicação. A ligação é do ex-presidente para seu
filho Fernando, proprietário do Sistema Mirante e que foi suspeito de fazer
caixa dois na campanha da irmã Roseana Sarney na disputa pelo governo do
Maranhão em 2006. Antes das eleições, Fernando sacou R$ 2 milhões três dias
antes do segundo turno.
Na conversa com o filho, Sarney diz para Fernando
botar na TV acusações contra Aderson Lago, primo e então chefe da Casa Civil do
governo Jackson Lago, que na época derrotou Roseana. Vale ressaltar que as
emissoras de TV operam por meio de concessão pública, a lei 4.117/62 veda seu
uso para fins políticos, mas o áudio mostra que o grupo Sarney não obedece o
que determina a lei.
O grampo foi feito pela PF nos telefones de
Fernando Sarney. No diálogo, pai e filho tratam de uma denúncia publicada num
blog do Maranhão contra Aderson e seu filho, Aderson Neto. Segundo o blog, Neto
teria se envolvido em desvio de recursos públicos de convênios firmados entre a
Prefeitura de Caxias (MA) e o governo estadual.
Sarney manda Fernando levar ao ar na TV Mirante uma
reportagem sobre o caso. Na conversa, Fernando dá a entender que foi ele quem
vazou a informação contra Aderson para que já estava preparando reportagens sobre o
tema tanto na TV quanto no jornal da família.
No dia seguinte ao diálogo entre Sarney e seu
filho, o Jornal “O Estado” publicou a reportagem “Empresa sediada no Rio
recebeu verba pública destinada a Caxias”, sobre a denúncia contra Aderson e
seu filho. Houve ainda duas outras reportagens negativas a Lago na semana
seguinte.
O áudio
abaixo revela como tudo acontece de fato, CLIQUE E OUÇA: