segunda-feira, 16 de abril de 2018

Silêncio de Othelino Neto levanta suspeita de recebimento de propina

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O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB) adotou o silêncio como estratégia após o surgimento de uma carta escrita do próprio punho pelo médico piauiense Mariano de Castro Silva, encontrado morto na quinta-feira (12) em seu apartamento no bairro Ininga, na Zona leste de Teresina (PI).
Segundo apurou o site Maranhão de Verdade, o que mais incomodou o comunista foi o fato de as revelações terem coincidência com as investigações da Operação Pegadores, deflagrada em novembro do ano passado pela PF.
Na época, o relatório preliminar chegou a apontar para uma espécie de parceria entre o médico e assessor técnico da Secretaria de Saúde, Mariano de Castro e Silva, e um deputado estadual pelo PCdoB. Segundo o inquérito, o parlamentar teria atuado numa rede criminosa de indicações de empresas. Um dos contratos levou a PF numa linha extremamente comprometedora, na qual o médico Mariano acabou sendo descoberto atuando em favor da empresa Quality Serviços Médicos Ltda, registrada em nome de Antônio José Matos Nogueira.
Segundo a Polícia Federal, Antônio Nogueira disse que a empresa foi aberta a pedido de uma pessoa identificada como Thiago, cunhado de Mariano Castro Silva. A empresa recebia dinheiro do Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania (IDAC), investigada em outra operação: a “Rêmora”.
No manuscrito atribuído ao homem apontado como cérebro do esquema que desviou R$ 18 milhões da Saúde do Maranhão foi revelado que o chefe do legislativo estadual recebia uma a ‘participação’ que era dividida com o medico Leonardo Sá, ex-vereador de Pinheiro.
“Naquele momento o pai de Leonardo Sá (Dr. FCO Sá) estava lá na anestesia…. e Leonardo e Othelino receberia mensalmente uma participação… depois de um tempo, Dr. Fco Sá colocou outra empresa… Estava no inicio da inauguração do hospital de Pinheiro e Leonardo pediu para eu encaminhar os dados de uma empresa para ele resolver com a Acqua… abrindo uma ou colocando uma já existente… Lá foi briga demais… não fiquei sabendo como foi… apena mandei e-mail“, disse o médico que foi um dos presos durante a operação Pegadores.
TV JÁ APONTAVA INDÍCIOS
A carta que contém revelações sobre o suposto envolvimento de Othelino com as entranhas da corrupção na Secretaria de Estado da Saúde não causa surpresa, apesar das graves denúncias existentes.
Em novembro do ano passado, uma reportagem da TV Meio Norte, de Pinheiro, já apontava para um elo entre um deputado do PCdoB com Mariano. A divulgação do manuscrito atribuído ao operador do esquema da Saúde serviu para reforçar ainda mais as ligações entre eles. O silencio do chefe do legislativo estadual levanta suspeita para sua participação no esquema.