Jornalismo com seriedade: Maura Jorge, a moralista sem moral

terça-feira, 29 de maio de 2018

Maura Jorge, a moralista sem moral



A ex-prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge concorrerá ao governo do Estado somente com a bandeira de ser a candidata de Jair Bolsonaro no Maranhão. O problema é que ela é tudo que o seu próprio candidato a presidente repudia. Paladino da moral e dos bons costumes, se Bolsonaro fizer uma rápida pesquisa no histórico político da sua pré-candidata no Maranhão verá que ela não passa de uma falsa moralista.
Em 2009, o Ministério Público do Maranhão ingressou com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra Maura Jorge. De acordo com ação, a prefeita teria mantido uma funcionária fantasma lotada em seu gabinete na Assembleia Legislativa, entre fevereiro de 1999 e fevereiro de 2003, quando era deputada estadual.
A ação foi movida após o recebimento de uma representação criminal protocolada por Gercina Vieira, que foi empregada doméstica da prefeita e de seus familiares. Segundo a denúncia, apesar de trabalhar sem registro em carteira e receber um salário mínimo por mês, a empregada teria sido admitida sem seu conhecimento como assessora parlamentar de Maura na Assembleia Legislativa.
Na denúncia, Gercina narra que nunca trabalhou na Assembleia, nem recebeu a remuneração do cargo. Ela só tomou conhecimento do caso quando decidiu requerer a aposentadoria.
De acordo com o Ministério Público, ao prestar informações, a prefeita confirmou que Gercina Vieira era sua assessora parlamentar e trabalhava em seu gabinete. As informações, no entanto, seriam negadas por outro funcionário do gabinete à época, que afirmou que Gercina nunca prestou qualquer serviço naquele local.
Segundo o Ministério Público, Gercina disse que a prefeita, então deputada, pediu seus documentos em 1999 sob a alegação que iria lhe “dar uma ajuda”. A empregada teria recebido R$ 1.000 e assinado alguns documentos em uma agência do Banco do Estado do Maranhão.
Para os promotores de Justiça que fizeram a denúncia, está clara a existência de um caso de “funcionário fantasma”. De acordo com o Ministério Público, foram pagos em nome de Gercina Vieira, mais de R$ 176 mil nos quatro anos. A condenação por improbidade administrativa contra a ex-prefeita está no Tribunal de Justiça, pendente de julgamento, nas mãos da desembargadora Nelma Sarney.
Que moral Maura Jorge tem para defender o moralista Jair Bolsonaro no Maranhão? Nenhuma.