Por Willian Redondo
Um absurdo! A Mesa Diretora da Câmara aprovou o reajuste em diversas verbas parlamentares, incluindo
a de gabinete, que passa dos atuais R$ 78 mil para R$ 92.053,00 mensais. O
auxílio-moradia subiu de R$ 3,8 mil para R$ 4,2 mil.
No cômputo geral, as verbas tiveram
reajuste de 8%, elevando de R$ 27.977,26 para R$ 30.215,44 o menor valor
recebido por deputado, no caso os do Distrito Federal. O maior é destinado aos
deputados de Roraima e passará de R$ 41.612,80 para R$ 44.941,62.
O pacote de medidas aprovado pela Mesa
faz parte das promessas de campanha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), eleito
presidente da Câmara pelos próximos dois anos.
Além dos reajustes, a Mesa também
aprovou um dispositivo estabelecendo que as mulheres dos parlamentares terão
direito a usar passagens áreas pagas pela Câmara, isto é, pelo bolso do
contribuinte.
O impacto das novas medidas deve
resultar em gastos de R$ 151 milhões por ano. O orçamento total da Casa é de R$ 3,385
bilhões.
Entre
fevereiro de 2011 e 15 de janeiro
de 2015, mais de R$ 753 milhões saíram dos cofres públicos apenas para
pagar
passagens aéreas, hotéis, refeições, entre outros benefícios. Ou seja,
quase UM BILHÃO DE REAIS retirados dos cofres públicos para arcar com os
privilégios dos
"nobres" políticos tupiniquins.
É um absurdo que em meio a tantos
escândalos de corrupção, a Câmara Federal aprove passagens aéreas para as
esposas dos deputados. Daqui a pouco, estenderão o direito para filhos, netos, irmãos, tios, primos e
demais familiares... Um total abuso da condição de legislar em causa própria e um desrespeito com o povo trabalhador deste país.
Aliás, um Parlamento que legisla sempre
em favor dos seus próprios interesses gera, como subproduto, a ojeriza e a
revolta da população com a sua política e, por conseguinte, com o seu governo. Não é à toa que a descrença com a
política e com os políticos só aumenta no Brasil, principalmente entre os
jovens.
E enquanto a mídia foca no esquema bilionário
de desvio de verbas da Petrobrás, a Câmara dos Deputados continua rindo da cara
do trabalhador brasileiro, que sustenta os privilégios da aristocracia política
do país com o pagamento de uma das mais pesadas cargas de impostos do mundo, sem usufruir disso.