Sobe para 2.782 o número de bebês com microcefalia no Brasil em 2015
Ministério
da Saúde informa que 40 morreram; ações contra Aedes aegypti serão
intensificadas
Novos
dados do Ministério da Saúde apontam um crescimento no registro de bebês com
microcefalia no Brasil. Subiu para 2.782 o número de casos de má-formação
cerebral, de janeiro até o último sábado (19), em 618 municípios, de
acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira (22).
O
registro recente mostra um aumento de 15,86% em relação ao balanço da semana
anterior, quando foram registrados 2.401 casos em 549 municípios de 19 Estados
e no Distrito Federal. No mesmo período, o registro de mortes passou de 26 para
40.
Pernambuco
ainda é o Estado com maior número de notificações sobre a microcefalia, com
1.031 casos em 150 municípios, e três mortes registradas. O restante dos casos
surgiram no Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte,
Sergipe, Pará, Tocantins, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro.
Nesta
semana, porém, o ministério deixou de divulgar o registro de casos em que a
ligação da microcefalia com o zika vírus foi confirmada, que foi de 134 na
semana passada. Segundo o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças
Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, profissionais de
saúde de alguns estados tiveram dúvidas em relação ao protocolo de notificação,
e por isso a publicação foi interrompida.
Para
combater a transmissão do zika vírus, através de uma portaria divulgada nesta
segunda-feira (21), o Ministério da Saúde convocou reforço de mais de 266 mil
agentes comunitários de Saúde. Eles se juntam a quase 44 mil agentes de combate
a endemias para visitar as casas nos municípios no combate a criadouros do
mosquito Aedes aegypti e trabalhar a educação em saúde na população. A meta da
pasta é uma verificação completa dos imóveis no Brasil até o fim de janeiro.
Também
está previsto o envio de larvicida para estados do Nordeste e Sudeste ainda
neste mês. O material adicional de 17,9 toneladas do produto é suficiente para
proteger 8,9 bilhões de litros de água. Segundo o ministério, em 2015, foram
enviadas 114,4 toneladas de larvicida para todo o País.
Nestas
visitas, Maierovitch destacou que, embora alguns estados adotem entradas em
imóveis fechados através de autorização judicial, o governo trabalha com o
convencimento das pessoas com relação ao estado de emergência de saúde,
relacionado à proliferação do mosquito.
—
Estamos discutindo pra trabalhar no convencimento. Não é uma emergência
nacional para o serviço público, é emergência de saúde que deve mobilizar todo
mundo. As recusas de visitas devem ser baixas, e presença do exército aumenta
essa entrada, para garantir que não há “malandragem” na história, mas sim o
poder público em ação nas ruas.
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O
Ministério da Saúde também incluiu um alerta para eliminar criadouros durante
as férias entre as medidas de combate ao mosquito da Dengue. A pasta pede às
pessoas que forem viajar para antes vistoriar recipientes que possam acumular
água e servir para o desenvolvimento de larvas.
Resposta
do governo
Para
complementar a estratégia do Ministério da Saúde no combate ao Aedes aegypti, a
presidente Dilma Rousseff editou decreto publicado no Diário Oficial da União
desta terça-feira para criar uma sala de controle e enfrentamento da dengue e
dos vírus chikungunya e zika. A ideia é que o grupo defina as diretrizes na
luta contra o mosquito.
A
sala ficará localizada na Secretaria Nacional da Defesa Civil, mas será
coordenada pelo Ministério da Saúde. O grupo também contará com representantes
dos ministérios da Integração Nacional, da Defesa; da Educação; do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, bem como da Casa Civil; e da
Secretaria de Governo da Presidência da República.
Zika
e microcefalia
Como
relatam especialistas ao R7, em alguns casos, a relação com o zika
já foi comprovada, mas ainda não se pode afirmar que todos os casos relatados
foram causados pelo vírus. Na grande maioria deles, as mães não fizeram o
diagnóstico de zika durante a gestação, e as crianças ainda não foram
examinadas neste sentido para saber se foram infectadas em algum momento.
De
acordo com o Ministério da Saúde, outro mito relacionado à microcefalia é o de
que alguns dos casos teriam sido causados por aplicações de vacinas vencidas.
Em nota oficial, o ministério afirma que não há qualquer registro na literatura
médica nacional e internacional sobre a associação do uso de vacinas com a
microcefalia