NENHUM CHEFE DE ESTADO MUNDIAL TELEFONOU
PARA MICHEL TEMER
O
Brasil vive uma fascista e preocupante inversão de valores políticos e
jurídicos, segundo os quais, os avanços sociais, econômicos e políticos dos
últimos 13 anos são passíveis de questionamentos por parte de uma elite que se
beneficiou do desenvolvimento brasileiro e, agora, nega os avanços. Tudo em
nome de uma ordem político-econômica neoliberal, que arquitetou um golpe de
Estado revestido de legalidade
Desde
2012, quando a crise econômica de 2008, que atingiu as maiores econômicas do
mundo nos alcançou, a oposição desenhou os piores cenários para sua existência.
O avanço da popularidade dos dois governos PT não parava, apesar da
desaceleração da economia e a política de “quanto melhor, pior”, defendida
pelos partidos oposicionistas.
O
governo Dilma enfrentou a crise com estímulo à empregabilidade, por meio de
todo tipo de renúncia fiscal possível, para o Brasil seguir produzindo.
Chegamos ao fim de 2014 com 4,9% de desemprego, mas deputados e sanadores não
puderam contribuir com, por exemplo, o fim da desoneração da folha de
pagamento, sem perda de empregos. O posicionamento do governo em relação a
operação Lava Jato foi de discrição e sem uma única interferência. Fato
reconhecido pelo Ministério Público Federal (MPF).
De
outra parte, o governo Dilma investiu na ampliação e no aprofundamento dos
programas sociais e reforçou a participação do Brasil no Mercosul e no BRICS. O
Brasil é, segundo Obama, uma liderança mundial. Em 2012, o Fundo Monetário
internacional (FMI) estimava as participações de contribuição para o
crescimento econômico mundial, em 56% do bloco BRICS e 9% do bloco G7.
Com
fortunas energéticas incalculáveis para a geopolítica mundial, o Brasil e sua
jovem democracia foram submetidas a um golpe e constrangimento internacional.
Os 367 deputados, apoiadores da ruptura democrática, causaram um indisfarçável
mal estar. A maior parte dos países das Américas Latina e Central e do Caribe
acusou o processo em curso e nenhum chefe de Estado do mundo telefonou para
cumprimentar o novo “presidente”.
O
mais evidente complexo terceiro-mundista foi expresso pelo ministro interino do
Exterior, José Serra (PSDB), ao visitar a Argentina sem ser convidado por não
ser reconhecido, como governo legítimo. O Brasil foi imperialista. E Serra, em
sua posse, no Itamaraty, deixou claro que não quer relações com países
bolivarianos, como a Venezuela, a Bolívia, o Equador.
Em
uma atitude arrogante e de mau jeito, os golpistas colocam em risco uma aliança
de desenvolvimento e paz, construída há mais de 10 anos. A Corte Interamericana
de Direitos Humanos, o Papa e dezenas de chefes de Estado não reconhecem a
interinidade de Michel Temer. O mundo está estarrecido com o atraso político em
mais de 40 anos.