A brasileira Raynéia Gabrielle Lima,
aluna do sexto ano de Medicina na UAM, morreu atingida na noite de
segunda-feira (23) por uma "bala no peito que danificou seu coração, o
diafragma e parte do fígado", disse o reitor da Universidade da Nicarágua.
Pernambucana de Vitória de Santo Antão, ela completaria 32 anos em agosto.
O assassinato ocorre em meio a uma
onda de protestos contra o presidente Daniel Ortega, cuja repressão deixou
entre 277 e 351 mortos, segundo organizações humanitárias locais e
internacionais presentes no país.
"As forças paramilitares sentem
que têm carta branca no país, ninguém vai dizer nada, ninguém vai fazer nada,
estão sequestrando e fazendo ataques", disse Ernesto Medina, reitor da
Universidade da Nicarágua.
"Uma farsa"
O assassinato da estudante brasileira
ocorreu horas depois que Medina participou de um fórum no qual ele disse que o
crescimento econômico e da segurança na Nicarágua "fazia parte de uma
farsa", porque "nunca houve um plano que acabaria com a pobreza e a injustiça
no país".
"A morte desta menina é um sinal
do que está acontecendo na Nicarágua, contradiz o que Ortega disse (para o
canal Fox News); é uma paz mentirosa, há paramilitares em todo lugar",
disse ele.
Segundo a Coordenadora Democrática,
que reúne estudantes universitários que participam dos protestos, Raynéia
voltava para casa quando seu carro foi metralhado perto do Colégio Americano,
por paramilitares que tomaram o campus da Universidade Nacional Autônoma da
Nicarágua.