Jornalismo com seriedade

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Oligarquia Sarney articula cassação de prefeitos ligados a Flávio Dino usando as Câmaras de Vereadores


Enquanto o grupo Sarney tenta cassar, via Câmaras Municipais, prefeitos ligados à Flávio Dino (estão fazendo isso em Barreirinhas, querem fazer o mesmo em São Luís), as prefeituras das cidades administradas por membros do grupo Sarney estão um verdadeiro Caos!
Esgotos, ratos e urubus nas ruas de Pinheiro
Esgotos, ratos e urubus correndo pelas ruas de Pinheiro
A cidade do Pinheiro-MA, importante polo comercial da Baixada Maranhense, é mais um feudo político comandado pela família Sarney. As ruas e avenidas foram tomadas por buracos, esgotos correndo a céu aberto, feiras e comércios sem as minimas condições de higiene. Recentemente a Rede Globo denunciou ao Brasil inteiro todos estes problemas, mas, até hoje nada foi resolvido (veja aqui).
Este é o cenário da cidade que tem à frente, o prefeito Filuca Mendes(PMDB), ex-secretário de Cidades, que é pai do atual secretário de Meio Ambiente do Maranhão, Victor Mendes (PV). Filuca está sendo apontado por irregularidades no repasse R$ 79 milhões do Governo Federal e Estadual(veja aqui), anda assim, foi considerado “ficha limpa”, concorrendo às eleições de 2010, se elegeu prefeito de Pinheiro.
Urubus, ratos e esgotos tomam conta de Pinheiro-MA, mesmo após ter recebido uma bolada de R$ 92,2 milhões em recursos estaduais e federais.É tanta sujeira nas ruas que os urubus já tomaram de conta da cidade. No cruzamento da rua Hipólito Soares com a rua Monsenhor Bráulio é comum ver dezenas de urubus caminhando em busca de comida sem ser incomodado.
Daqui a pouco trarei notícias de Coroatá, Peritoró, Rosário, que são cidades governadas (de fato) pelo cunhado da governadora Roseana Sarney, e que estão com sérios problemas, ainda assim, as Câmaras de Vereadores não foram acionadas para “cassar” os prefeitos…

CNJ nega petição em papel a advogada cega

CNJ nega petição em papel a advogada cega


O Conselho Nacional de Justiça negou o pedido de uma advogada cega que queria protocolar petições e documentos em papel até que os sites do Judiciário fossem plenamente acessíveis. A advogada Deborah Prates, do Rio de Janeiro, afirma que a implementação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) prejudica seu trabalho, porque a ferramenta de navegação para pessoas cegas passou a travar com o novo sistema.

No pedido encaminhado em novembro de 2013, Deborah (foto)diz que o PJe desconsidera hoje normas de acessibilidade para a Internet e que, por isso, ela precisa implorar a terceiros para enviar petições eletrônicas, sentindo-se humilhada e dependente. A advogada solicitou uma liminar que permitisse provisoriamente a continuidade do uso do papel.
Em resposta, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do CNJ, afirmou em dezembro não haver razões suficientes para conceder a liminar. Para Barbosa, “o motivo explanado pela reclamante, no sentido de necessitar de ajuda de terceiros para o envio de uma petição eletrônica ante a inacessibilidade do sistema para deficientes visuais, não configura o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação”. O ministro suspendeu a reclamação por entender que já tramita no conselho um pedido semelhante e que é necessário “evitar o risco de decisões conflitantes”.
O caso citado por Barbosa é uma reclamação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que aponta uma série de problemas no PJe, “especialmente no que tange à garantia de acesso às pessoas com deficiência, como os deficientes visuais e também aos idosos”. O pedido de providências, apresentado pela OAB em agosto do ano passado, ainda não tem resposta. O relator, conselheiro Emmanoel Campelo Pereira, alegou em outubro que esperaria o desfecho de outros processos com matéria “idêntica” previstos para entrar na pauta do plenário do CNJ

Aumenta pressão sobre autoridades para resolver crise no Maranhão



Organismos internacionais, órgãos do governo e organizações não governamentais aumentaram a pressão sobre autoridades do Maranhão, da Justiça e da União para resolver o caos do sistema prisional do Estado – que já resultou em mais de 60 mortes em pouco mais de um ano.

Nesta semana, o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU e as organizações Anistia Internacional e a Human Rights Watch divulgaram comunicados oficiais reprovando os abusos de direitos humanos praticados no complexo prisional de Pedrinhas, na capital São Luiz.

O caso, em particular os episódios de violência na prisão registrados em vídeo - como a decapitação de prisoneiros por outros prisioneiros - obteve grande destaque na imprensa internacional.

Segundo o New York Times, os episódios e vídeos "estão concentrando as análises sobre o agravamento da situação de segurança do Estado do Maranhão, bastião de uma das mais poderosas famílias políticas do Brasil".

Em dezembro, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) já havia adotado medidas cautelares (recomendações) ao Brasil para investigar abusos e diminuir a superlotação de prisões do Maranhão. O Conselho Nacional de Justiça produziu relatório informando que o Estado já não tinha capacidade de manter a segurança no Complexo de Pedrinhas.

O governo do Maranhão afirmou no início da semana já ter prendido grande parte dos responsáveis pelos ataques a ônibus e carros e bases da polícia em São Luís realizados por facções criminosas do Estado. A administração Roseana Sarney também disse que tem um plano detalhado para investir R$ 130 milhões em melhorias de infraestrutura e abertura de novas vagas no sistema prisional maranhense.

"Lamentamos ter que, mais uma vez, expressar preocupação com o péssimo estado das prisões no Brasil e instamos as autoridades a tomarem medidas imediatas para restaurar a ordem na penitenciária de Pedrinhas e outros centros de detenção em todo o país", afirmou o comunicado da ONU

domingo, 12 de janeiro de 2014

Intervenção federal enfrenta obstáculos jurídicos e políticos.

Muito além do Maranhão

Crsie no Complexo de Pedrinhas, em São Luis, não é caso isolado. Intervenção federal enfrenta obstáculos jurídicos e políticos.

Por:  Willian Redondo


A crise que eclodiu no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), é reflexo de uma série de falhas que acompanham o sistema prisional de todo o Brasil há décadas. O diagnóstico é de Camila Caldeira Nunes Dias, professora da Universidade Federal do ABC e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP. Para Dias, falta disposição nas três esferas do Poder para se atacar o problema, cuja origem está na política de encarceramento em massa, nas péssimas condições de cumprimento de penas e na ausência de políticas públicas de prevenção à criminalidade.

A crise no Maranhão ganhou repercussão nacional com a divulgação de um relatório produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O documento mostrou que 60 presos foram mortos no interior do Complexo de Pedrinhas no ano passado e que mulheres foram estupradas durante o período de visitas. No presídio, houve episódios de violência extrema com detentos mortos sendo decapitados em confrontos entre facções rivais. Nesta terça-feira 7, um vídeo divulgado pela Folha de S.Paulo mostrou a barbárie em detalhes.

Também nesta terça-feira 7, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recebeu um relatório do governo do Maranhão sobre a situação dos presídios no Estado. A resposta da administração de Roseana Sarney (PMDB) rebate o documento produzido pelo CNJ e servirá como base para avaliar a possibilidade de uma intervenção federal no sistema carcerário maranhense. A medida, excepcional, suprime temporariamente a autonomia do Estado, assegurada pela Constituição.
"A intervenção é um reconhecimento da incapacidade do Estado em lidar com a situação. Politicamente, não interessa a nenhum governo esse reconhecimento de sua incapacidade, então, sempre se evita ao máximo." No caso em questão, a família Sarney é aliada da presidenta Dilma Rousseff (PT) em âmbito nacional.
A pesquisadora da USP e da UFABC avalia que, na maioria dos casos, as medidas para se contornar crises agudas nos presídios têm efeitos apenas emergenciais e de curto prazo, como reforços no policiamento ou oferecimento de vagas em outras penitenciárias para se separar detentos de alta periculosidade. "São necessárias medidas de longo prazo, e não só do Executivo, mas do Judiciário também", avalia Dias. "Não só no Maranhão, mas no Brasil inteiro, você tem uma quantidade imensa de pessoas presas por crimes que poderiam ser punidos com medidas alternativas. A adoção de outras medidas punitivas seria muito importante para tornar o cenário carcerário brasileiro menos explosivo", afirma.
A adoção de penas alternativas para crimes de menor gravidade é defendida por inúmeros especialistas como parte de uma solução de longo prazo, mas encontra resistências. Está cada vez mais presente no Brasil um discurso, reforçado pela grande imprensa, em favor do endurecimento penal. "Os políticos, com seus interesses eleitorais, particulares, acabam encampando essas demandas, porque sabem que dão voto. Você defender a Rota na rua, prisão para bandido, eleitoralmente, é muito positivo. No Legislativo, esse discurso é alimentado com projetos de lei para reduzir a maioridade penal, prisão perpétua, entre outros."
Além do Maranhão 

Casos como o do Maranhão se repetem ano após ano em presídios em todo o País. Penitenciárias em São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Espírito Santo já foram palco de ações violentas e mortes de detentos após brigas internas entre facções rivais. Um caso emblemático é o do presídio Urso Branco, em Rondônia. Em 2008, após episódios de tortura e mortes em série o procurador-geral da época entrou com um pedido de intervenção federal, que não chegou a ser julgado pelo STF. A penitenciária é a mesma em que, em 2002, uma rebelião de detentos deixou 27 mortos.
Para a socióloga da USP, os episódios de violência estão intimamente ligados às condições precárias de cumprimento de pena no Brasil e à superlotação de presídios. Segundo dados de dezembro do Sistema de Informações Penitenciárias (Infopen) do Ministério da Justiça, 548 mil pessoas compõem a população carcerária no Brasil, mas os complexos penitenciários dispõem de apenas 310,6 mil vagas.
"A superlotação é uma invariante histórica no Brasil. Mas construir presídios, que é só o que se faz no Brasil há décadas, não resolve, porque se constrói para superlotá-los novamente. É preciso interromper esse ciclo. E isso só será feito com medidas preventivas à criminalidade, de garantia de direitos às populações pobres, de periferia, que são a clientela massiva do sistema carcerário brasileiro", afirma.
Dias aponta que, no Brasil, onde há 288 presos para cada 100 mil habitantes, se prende muito, porque, após mais de 20 anos da redemocratização do Brasil, uma parcela significativa da população se encontra alijada de quaisquer direitos. "O Estado só lida com essa população através das instituições policiais e carcerárias. O fundo estrutural do problema da violência, do encarceramento, da criminalidade é esse", afirmou. "Se você der uma olhada global na população que está encarcerada no Brasil, ela é composta majoritariamente por negros, jovens, pobres. Moradores de periferia. É um reflexo de um País absurdamente desigual, estruturalmente não democrático e historicamente racista e excludente", afirma

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Deputado responsabiliza Roseana Sarney por crise nos presídios do Maranhão

  • Domingos Dutra diz que estado não construiu presídios e devolveu valores liberados pelo governo federal

BRASÍLIA - O ex-presidente da CPI do Sistema Carcerário, deputado Domingos Dutra (SDD-MA), Dutra avalia que a explosão da violência no complexo penitenciário de Pedrinhas e outros presídios do Maranhão é o resultado de problemas antigos das cadeias locais que teriam sido negligenciados pela governadora Roseana Sarney. No recente histórico de horrores dos presídios do Maranhão, Dutra lembra que em 2010, numa rebelião em 2010 no presídio de Pedrinhas 18 presos foram mortos, três deles decapitados. Em 2011, mais 13 presos foram assassinados e quatro deles tiveram as cabeças decepadas em rebeliões nos presídios de Pedrinhas e de Pinheiros. Em meio à comoção por tantas mortes, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo anunciou a liberação de R$ 20 milhões para a construção de dois novos presídios.

- Mas em agosto do ano passado, a governo do estado teve que devolver o dinheiro por falta de projeto técnico - disse Dutra.
Segundo ele, a governadora sabia da gravidade da situação, mas não teve disposição e nem interesse em enfrentar a questão. Dutra é um dos principais adversários políticos da governadora.
- Essa crise de hoje é uma tragédia anunciada. Em 2009, nós da CPI visitamos aqui no Maranhão e constatamos tudo o que está acontecendo hoje. O presídio de Pedrinhas está entre os dez piores do país - afirmou o deputado.
O deputado disse ainda que, em 2011, Roseana chegou a anunciar a construção ou a conclusão de presídios em Bacabal, Pinheiros, Chapadinha e Imperatriz para abrir pelo menos 1.500 vagas e aliviar, pelo menos em parte, a pressão da superlotação dos presídios existentes. Mas, segundo o deputado, nenhuma das promessas saiu do papel porque a governadora teria pouca disposição para o trabalho.
- A primeira coisa a fazer para resolver a crise é a governadora governar. Roseana passa as noites jogando baralho - afirma o deputado.
O Ministério da Justiça confirmou a devolução de quase R$ 22 milhões pelo governo do Maranhão ano passado. A verba deveria ter sido usada para a construção de um presídio. Segundo um funcionário do ministério, o dinheiro teve que retornar aos cofres federais porque o projeto apresentado pela equipe de Roseana não atendia as exigências técnicas. Ainda não há outro projeto aprovado para substituir a proposta anterior.