Revogada a farra de passagens áreas para cônjuges de parlamentares
É, pelo visto, o povo está com vez, o povo está com voz e não aceitando os absurdos do dia a dia calado.
Depois da grande repercussão feita pela
mídia e manifestação de insatisfação em redes sociais e em entrevistas
feitas pela maioria dos brasileiros, a Câmara Federal resolver voltar
atrás – sim, isso é um pleonasmo – e revogar o absurdo de liberar
passagens áreas para os também cônjuges dos parlamentares da Casa.
A decisão foi anunciada hoje (3) pelo
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), afirmando
que a Mesa Diretora – a qual é responsável pela direção dos trabalhos
legislativos -, revogou a autorização de compra de passagens para
esposas (os) dos Deputados (as), com o trecho do estado de origem à
Brasília ou vice-versa.
Como já tinha sido noticiada pelo blog, em matéria do último dia 26,
a compra, diga-se de passagem, com dinheiro público, de passagens
aéreas “esticada”, era uma promessa feita pelo líder da Casa, em época
de campanha, respondendo a um manifesto das esposas dos Deputados. Essa
autorização revoltou população brasileira e um abaixo-assinado virtual
foi feito pela Avaaz (organização não governamental que defende causas
sociais) e, até o fim de semana, já contava com mais de 200 mil
assinaturas.
Com a revogação, a utilização da cota
volta a ser permitida para a emissão de bilhetes aéreos somente para os
deputados e seus assessores de gabinete. De acordo com o presidente da
Casa, eventuais excepcionalidades serão analisadas pela Mesa Diretora,
“caso a caso, se assim alguém requerer”. Cunha citou como exemplo a
deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) que, em virtude de ser tetraplégica,
conseguiu autorização para que a cota também fosse utilizada na compra
de passagens para acompanhante. Aí nesse caso sim!
Bom, a verdade é que a farra foi
revogada e eu, particularmente, espero que não apenas esse, mas muitos
dos benefícios concedidos aos políticos sejam revistos. Assim como o
cidadão comum ‘anda com as suas pernas’ (no sentido de pagar as suas
despesas com o salário do seu suor), os tais também devem ser
responsáveis pelas suas, pois salário bom para isso é o que não lhes
falta.