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Mangueira levou para a avenida o “Jesus da Gente”, não o do ódio fundamentalista

Jesus como o jovem negro da periferia, alvo da truculência da polícia, dos milicianos e também do tráfico.

Por Joaquim de Carvalho 

Diário do Centro do Mundo

Mangueira fez um desfile tecnicamente irrepreensível no início da madrugada desta segunda-feira.

Ela colocou na avenida Jesus da Gente, identificado com o povo oprimido, como descrito na Bíblia.

Na adaptação para os dias de hoje, logo na comissão de frente uma cruz era transportada por passistas que interpretavam pessoas que normalmente são vítimas da truculência policial.

Cristo, como retratado no Ocidente, branco, com barba e cabelos longos, acompanhava o grupo que apanhava de policiais.

Cristo também apanhava.

Na sequência, um Cristo negro, na pessoa do mestre-sala, que segurava a mão da porta-bandeira, simbolizando o povo.

A cantora Alcione, negra, apareceu no papel de Maria, ao lado de José, também negro.

Pela escola, desfilaram os escribas, centuriões romanos, sempre com referência a autoridades de hoje.

Na avenida, Jesus foi retratado também como índios, mulheres, gays e outras vítimas da opressão.

Na ala Bandido Bom É Bandido Morto, Jesus apareceu como um jovem negro crucificado, uma referência a quem mais é assassinado por policiais: negros, pobres e com menos de 30 anos de idade.

Há mais verdade do enredo da escola de samba do que na pregação de qualquer pastor neopentecostal.

Líderes de mais de 20 religiões, entre católicos, protestantes, espíritas, do candomblé, judeus, budistas, participaram do desfile.
O representante do candomblé, falando em nome do grupo, declarou: “A mensagem é: independente da sua fé, o respeito deve prevalecer. O diálogo é fundamental para a democracia, o respeito à liberdade e o respeito aos direitos humanos. São lideranças religiosas que têm isso como ponto fundamental, do entendimento e do diálogo, não do ódio, não do racismo, não do preconceito.

A Mangueira fez o que dela se esperava e é uma forte candidata ao bicampeonato em 2020.

Há mais verdade do enredo da escola de samba do que na pregação de qualquer pastor neopentecostal.

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