E o mundo parou. Um vilão microscópico, invisível, muito agressivo e sem ideologia paralisou indústrias, fechou o comércio, esvaziou as ruas e lotou os hospitais, matando milhares de pessoas em todo o planeta. Também suspendeu guerras e uniu os povos contra si. Um exército com uniforme estranho ocupou, como uma invasão de extra-terrestres, ruas, hospitais e laboratórios no combate ao inimigo comum: o coronavírus. Governantes de todo o mundo, acatando a recomendação dos cientistas em saúde, adotaram o isolamento social como providência fundamental para interromper a cadeia de contágio, empregando inclusive a policia para obrigar o povo a ficar em casa. E as cidades ficaram desertas, apresentando o mesmo cenário em todos os recantos do Globo.
O Brasil, apesar da posição insana do Presidente que classificou a pandemia de “gripezinha”, acompanhou as ações orientadas pela Organização Mundial de Saúde graças à atuação do ministro da Saúde que, embora fazendo verdadeira acrobacia verbal para não desagradar o chefe e perder o cargo, manteve as pessoas dentro de casa.
Parece que temos dois governos: o Presidente recomenda e até faz campanha para que as pessoas saiam de casa e o ministro da Saúde insiste em que permaneçam dentro de casa, no isolamento social, conforme orientação da OMS seguida em todo o mundo. Não satisfeito com seus pronunciamentos e campanha, considerados criminosos porque colocam em risco a vida do povo, Bolsonaro deu um passeio domingo em Taguatinga, Brasilia, para testar a sua popularidade, que anda em baixa. Distribuiu sorrisos e apertos de mão e, provavelmente, também o coronavírus, que grassou entre os auxiliares mais próximos que o acompanharam na viagem aos Estados Unidos, incluindo o ministro-general Heleno. Chegou a dizer que estava com vontade de “soltar um decreto liberando todo mundo para o trabalho”.




