Aécio: "A senhora mente"; Dilma: "Não dirijo bêbada"
Irritado, senador mineiro a acusou de insistir em "mentiras"
Sobraram ataques e agressões no segundo debate entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), realizado hoje (quinta, 16) no SBT. E, em cerca de uma hora e meia, mal houve discussão sobre propostas de governo. O novo embate de segundo turno entre os presidenciáveis repetiu a maioria dos assuntos abordados no encontro promovido pela TV Bandeirantes na última segunda-feira (14), como Petrobras e aeroportos mineiros. Mas, em termos de ofensas e falta de proposições, superou o anterior.
Mediado pelo jornalista Carlos Nascimento, o debate começou com Aécio insistindo no tema da corrupção na Petrobras, com discurso idêntico ao do programa anterior (“A senhora sempre diz que não sabe de nada e não tem a menor ideia sobre isso”) – a exemplo da resposta de Dilma, na linha das acusações de que o PSDB “jamais investiga” desmandos em seus governos (“Quem investigou [a Petrobras]? A Polícia Federal, ao contrário do passado. Pela primeira vez, o Brasil vai ter um combate à corrupção”).
A tensão aumentou quando Dilma quis saber a opinião de Aécio sobre a Lei Seca – o senador mineiro não quis se submeter a teste de bafômetro em 2011, no Rio de Janeiro, e teve o carro retido em uma blitz porque também dirigia com carteira de habilitação vencida. Nas palavras do tucano, Dilma “baixou o nível do debate”.
“Tenha coragem de fazer a pergunta direta”, retrucou o tucano, com semblante carregado. “Eu tive um episódio e reconheci. Minha carteira estava vencida. Inadvertidamente, não fiz o exame, já me arrependi. Seja correta, seja séria. Mentir e insinuar, como a senhora faz agora, é indigno para qualquer cidadão, ainda mais para uma Presidência da República.”
Dilma reagiu dizendo que o oponente relativizava, com sua resposta, a problemática das mortes no trânsito “devido a motoristas drogados e embriagados”: “Acho que o senhor está tentando diminuí-la [a lei]”, reagiu a candidata petista, deixando ainda mais clara a intenção de atacar Aécio. “Eu não dirijo drogada ou embriagada.”
Durante três blocos de discussão, Dilma e Aécio pouco discutiram propostas. Segurança pública, educação, política econômica e outros tópicos até chegaram a entrar em pauta, mas foram alvejados com munição que cada candidato trazia – por óbvia orientação das respectivas assessorias, perguntas e respostas propositivas davam lugar aos ataques. Foi mesmo o tema da corrupção e a troca de ofensas pessoais que nortearam o programa. E em clima de “programa de auditório”, como lembrou Nascimento à claque de Aécio, que o aplaudiu ao fim de um dos blocos.
Cláudio e Montezuma
Antes do episódio da Lei Seca, Dilma iniciou uma das intervenções com as denúncias de que Aécio construiu, como governador, aeroportos que teriam beneficiado sua família em Minas Gerais (nos municípios de Cláudio e Montezuma, onde parentes do tucano têm propriedades). “No Brasil, nós não podemos mais utilizar bens públicos para beneficiar A, B ou C”, discursou a candidata.
Demonstrando muita irritação, Aécio voltou ao discurso do debate anterior. Alegou que as terras onde foram construídos os aeroportos foram legalmente desapropriadas com vistas ao desenvolvimento local. “É muito triste ver uma presidente da República mentindo”, declarou o senador, para quem o Ministério Público atestou a regularidade das obras. E passo ao contrataque. “Onde estão os 800 aeroportos regionais que a senhora prometeu construir, candidata? Em lugar nenhum, porque o seu governo é o das perguntas sem resposta.”
Mediado pelo jornalista Carlos Nascimento, o debate começou com Aécio insistindo no tema da corrupção na Petrobras, com discurso idêntico ao do programa anterior (“A senhora sempre diz que não sabe de nada e não tem a menor ideia sobre isso”) – a exemplo da resposta de Dilma, na linha das acusações de que o PSDB “jamais investiga” desmandos em seus governos (“Quem investigou [a Petrobras]? A Polícia Federal, ao contrário do passado. Pela primeira vez, o Brasil vai ter um combate à corrupção”).
A tensão aumentou quando Dilma quis saber a opinião de Aécio sobre a Lei Seca – o senador mineiro não quis se submeter a teste de bafômetro em 2011, no Rio de Janeiro, e teve o carro retido em uma blitz porque também dirigia com carteira de habilitação vencida. Nas palavras do tucano, Dilma “baixou o nível do debate”.
“Tenha coragem de fazer a pergunta direta”, retrucou o tucano, com semblante carregado. “Eu tive um episódio e reconheci. Minha carteira estava vencida. Inadvertidamente, não fiz o exame, já me arrependi. Seja correta, seja séria. Mentir e insinuar, como a senhora faz agora, é indigno para qualquer cidadão, ainda mais para uma Presidência da República.”
Dilma reagiu dizendo que o oponente relativizava, com sua resposta, a problemática das mortes no trânsito “devido a motoristas drogados e embriagados”: “Acho que o senhor está tentando diminuí-la [a lei]”, reagiu a candidata petista, deixando ainda mais clara a intenção de atacar Aécio. “Eu não dirijo drogada ou embriagada.”
Durante três blocos de discussão, Dilma e Aécio pouco discutiram propostas. Segurança pública, educação, política econômica e outros tópicos até chegaram a entrar em pauta, mas foram alvejados com munição que cada candidato trazia – por óbvia orientação das respectivas assessorias, perguntas e respostas propositivas davam lugar aos ataques. Foi mesmo o tema da corrupção e a troca de ofensas pessoais que nortearam o programa. E em clima de “programa de auditório”, como lembrou Nascimento à claque de Aécio, que o aplaudiu ao fim de um dos blocos.
Cláudio e Montezuma
Antes do episódio da Lei Seca, Dilma iniciou uma das intervenções com as denúncias de que Aécio construiu, como governador, aeroportos que teriam beneficiado sua família em Minas Gerais (nos municípios de Cláudio e Montezuma, onde parentes do tucano têm propriedades). “No Brasil, nós não podemos mais utilizar bens públicos para beneficiar A, B ou C”, discursou a candidata.
Demonstrando muita irritação, Aécio voltou ao discurso do debate anterior. Alegou que as terras onde foram construídos os aeroportos foram legalmente desapropriadas com vistas ao desenvolvimento local. “É muito triste ver uma presidente da República mentindo”, declarou o senador, para quem o Ministério Público atestou a regularidade das obras. E passo ao contrataque. “Onde estão os 800 aeroportos regionais que a senhora prometeu construir, candidata? Em lugar nenhum, porque o seu governo é o das perguntas sem resposta.”