Gastão Vieira joga a toalha e decreta fim do grupo Sarney
Candidato a senador derrotado pelo PMDB na
eleição de outubro, o sarneisista de nascença Gastão Vieira (parece não mais
assumir tal condição, já que está abandonando o barco) declarou, em entrevista
publicada no jornal O Imparcial deste
domingo, que o grupo Sarney está esfacelado sem condições, na sua visão de
membro partícipe, de se levantar.
“Nesse momento não
tem mais grupo. Podemos avaliar somente o passado, sem condições de pensar no
futuro. Não existe nenhuma liderança com perfil de aglutinar as tendências
diversas que ficaram com essa derrota. A vitória de Flávio Dino é
inquestionável, pelo número de votos, pela maneira como empolgou a população e
também nesse momento o Maranhão quer se conciliar com a sua autoestima. Eu
duvido muito que vamos ter condições de fazer um enfrentamento na Assembleia.
Em nome de quem e por quem? Cada um de nós vai buscar o seu caminho, se vamos
nos juntar mais na frente é uma outra questão”, afirmou Gastão Vieira, ao
acrescentar:
“há um imenso vazio e não vejo nenhuma
perspectiva desse grupo de se erguer”.
Ainda na entrevista
em tom de desabafo, Gastão Vieira, que até insinuou ser candidato a governador
da oligarquia, ironiza a votação de Edinho Lobão. “Tive quase 1 milhão e 300
mil votos [para senador], quase 400 mil votos a mais que o candidato a
governador da minha chapa”.
Ministro
do Turismo da presidenta Dilma Rousseff por indicação do senador José
Sarney – até o momento não foi convidado para participar do segundo mandato da
presidenta – Gastão afirma que Roseana Sarney deixou muito a desejar neste
último mandato.
“Eu fui secretario
de Educação do primeiro mandato de Roseana, do governo que ela fez com um
conjunto de técnicos que ajudaram ela a se eleger. O seu primeiro governo foi
muito bom. O segundo governo, por discordar da criação de gerências regionais
eu me afastei, tive uma rápida participação no governo que ela completou com a
saída de Jackson e nesta gestão que terminou eu não tive nenhuma participação.
Acho que o último governo dela foi muito diferente, ficou muita coisa a
desejar”, disparou.
Por fim, Gastão
sinaliza que deixará o PMDB e deixa um recado aos dirigentes da sigla no
estado. De acordo com o candidato a senador derrotado do grupo Sarney, não há
comando no partido no Maranhão.
“Eu, uma vez brincando, disse ao CQC que o
PMDB era um partido que todo mundo mandava, ninguém obedecia e cada um fazia o
que queria. O PMDB no Maranhão, por ter tanto cacique, se inviabiliza em
construir um caminho para o futuro. Penso em sair do partido e buscar outro
partido, onde a gente saiba exatamente quem manda e quem obedece”, concluiu
Gastão.