terça-feira, 1 de maio de 2018

Prédio desaba durante incêndio no centro de SP; ao menos uma pessoa está desaparecida

Outro edifício e uma igreja também foram atingidos pelas chamas; Corpo de Bombeiros informa que durante vistoria no local já havia sido constatada a precariedade do imóvel que desabou

Prédio em chamas desaba no centro da capital paulista
Prédio em chamas desaba no centro da capital paulista Foto: Priscila Mengue
SÃO PAULO – O Edifício Wilton Paes de Almeida, de 24 andares, desabou durante um incêndio de grandes proporções no Largo do Paiçandu, no centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira, 1º. Um edifício vizinho também pegou fogo nos três primeiros andares, mas não corre risco de colapso. A Igreja Evangélica Luterana, que fica ao lado do prédio em chamas, também pegou fogo e teve 90% de sua estrutura destruída.
Ainda não há hipóteses sobre o que teria provocado o incêndio. O Corpo de Bombeiros disse que os compartimentos entre os andares eram divididos por madeira, o que ajudou a propagar as chamas.
Incêndio em prédio no centro de São Paulo
Chamas tomam conta de prédio na madrugada desta terça-feira (1), no Largo do Paissandu, próximo a Avenida Rio Branco, na República, no Centro de São Paulo (SP) Foto: Willian Moreira/ Futura Press/ Estadão
O Corpo de Bombeiros confirma apenas uma pessoa desaparecida. Mais cedo, a corporação chegou a informar a morte de um morador e o desaparecimento de outras duas pessoas, mas a informação foi atualizada. Os bombeiros agora trabalham na extinção dos focos de incêndio. Todos os prédios do entorno foram evacuados. A corporação também busca por vítimas sob os escombros.
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Prédio desaba em São Paulo
A possível vítima estava sendo resgatada por uma corda pelos militares, que abriram um acesso pelo edifício vizinho para ter contato com ele.  O homem, identificado como Ricardo, estava pronto para sair quando toda a estrutura colapsou. Ele trabalhava como carregador na região da 25 de Março e já tinha saído do local, mas voltou ao edifício quando o fogo já tinha começado para ajudar no salvamento de outras pessoas, segundo relato de moradores. O corpo dele ainda não foi encontrado. Um bombeiro também ficou ferido durante o desabamento, mas passa bem. 
Cerca de 116 famílias viviam no imóvel que desabou, informou o Corpo de Bombeiros. Marcos Palumbo, capitão da corporação, disse que o trabalho sob os escombros do prédio de mais de 20 andares será minucioso. Apesar da dificuldade, a equipe espera encontrar sobreviventes.
Palumbo ressaltou que o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. Em um segundo momento, o objetivo é apurar quais autoridades receberam as informações sobre as condições do prédio. O Corpo de Bombeiros afirmou ainda que era muito difícil entrar no local para verificar as condições do edifício, em razão da resistência dos ocupantes irregulares.
O governador de São Paulo, Márcio França, esteve no local para acompanhar o trabalho de resgate. França destacou que no quadrilátero, onde aconteceu o incêndio, há 8 prédios. Na cidade de São Paulo, segundo ele, há mais de 150 prédios ocupados indevidamente, mas não há balanço exato da quantidade de pessoas que vivem nos imóveis. Alguns são particulares e o Estado não pode tirar. "É uma briga judicial o tempo todo. O que temos que fazer é convencer as pessoas a não morar desse jeito", afirmou.
Durante entrevista à GloboNews, o governador acrescentou que o Estado está apoiando a Prefeitura e as famílias estão sendo encaminhadas para abrigos. "Vamos fornecer o apoio necessário. Depois, se elas quiserem, as famílias terão direito ao aluguel social. A gente paga enquanto elas não encontram um lugar para elas", disse França.
Incêndio no Largo do Paissandu
Prédio desabou no início da madrugada; Bombeiros relatam três desaparecidos e possíveis vítimas Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo
O prédio que desabou tinha mais de 20 andares e era uma antiga instalação da Polícia Federal. Segundo comerciantes do entorno, o local era ocupado ilegalmente. Antes de ruir, algumas pessoas pediam socorro no último andar. As chamas começaram no quinto andar, alastrando-se rapidamente para os níveis superiores. De acordo com o tenente André Elias, 60 viaturas e 170 homens do Corpo de Bombeiros trabalham no local.
Incêndio no Largo do Paissandu
Incêndio de grandes proporções atinge prédio no Largo do Paisandu, no centro de São Paulo Foto: Corpo de Bombeiros de São Paulo
A Defesa Civil Estadual está no local e realiza cadastramento de todas as famílias que poderiam estar no prédio no momento do incêndio. A Polícia Militar (PM) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)  foram acionadas e auxiliam os trabalhos na região. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estão de prontidão para atender as vítimas. 
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Prédio desaba durante incêndio no centro de São Paulo

Comerciantes da região relatam correria nas ruas, com clientes deixando hotéis vizinhos às pressas. As testemunhas dizem que quebraram vidraças, espalhando-se rapidamente pelos andares e atingindo os prédios vizinhos. "Eu estava em horário de serviço e escutei várias pessoas gritando, barulho de vidros caindo. Quando fui ver o que era, as ruas, que estavam desertas, ficaram cheias de pessoas desesperadas", disse o recepcionista Flávio Gabia, que trabalha em um hotel no Largo do Paiçandu. Segundo ele, vários clientes deixaram o estabelecimento quando viram o incêndio. Um hotel ao lado dos edifícios em chamas também foi esvaziado e interditado.
Devido ao combate às chamas, a CET interditou o trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua Antônio de Godói e recomenda aos motoristas que evitem passar pela região do Largo do Paisandu. Três quarteirões estão fechados.
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