De acordo com informações da Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania (Semusc), a Guarda Municipal foi acionada pela família e por profissionais de uma clínica psiquiátrica para conter Kilian, que se encontrava em crise dentro da casa onde vivia com sua mãe, na rua Alcides Pereira.

Ao chegarem ao local, os agentes iniciaram uma tentativa de diálogo com o homem, que estava armado com uma faca. Durante a negociação, Kilian investiu contra os guardas, que inicialmente utilizaram balas de borracha para tentar contê-lo. No entanto, mesmo após ser atingido, ele continuou avançando em direção aos agentes, que, diante da ameaça iminente, utilizaram armas de fogo.

Após ser baleado, a Guarda Municipal acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito de Kilian no local. A Semusc declarou que está adotando todas as providências necessárias para apurar as circunstâncias da ocorrência.

Nota da Semusc:

“A Semusc frisa que todas as providências relacionadas ao caso estão sendo adotadas para apurar as circunstâncias da ocorrência. O maquinista adotou todos os procedimentos de segurança cabíveis, como buzina e frenagem de emergência, mas não foi possível evitar o acidente.”

Segundo a família, Kilian sofria de esquizofrenia desde os 14 anos e havia passado oito meses internado na clínica particular Estância Bela Vista, em São José de Ribamar, após várias crises. No entanto, ele deixou a clínica no último domingo, pois a família não tinha mais condições financeiras de mantê-lo internado. Quando a nova crise ocorreu, a família pediu novamente ajuda da clínica, que acionou a Guarda Municipal.

A tia da vítima, Adriana Milena Nascimento, expressou revolta pela maneira como a abordagem foi conduzida. Segundo ela, os agentes utilizaram spray de pimenta de forma excessiva e invadiram a casa de maneira despreparada. “A sensação é de tristeza e revolta. Ele tinha os problemas dele, mas é da família. A batalha sempre foi para ajudar, não para acabar assim”, desabafou Adriana.

A clínica Estância Bela Vista confirmou que solicitou o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar, via Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciops), mas não obteve resposta da PM. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de São Luís, e os envolvidos – incluindo os funcionários da clínica, a equipe da Guarda Municipal e os familiares de Kilian – já foram chamados para prestar depoimento.