Políticos têm entrado em conflito para se posicionarem como candidatos da direita em 2026
O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), candidato derrotado à prefeitura de São Paulo, entrou em confronto mais uma vez com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem tem trocado farpas desde que perdeu a disputa ainda em primeiro turno e anunciou a intenção de concorrer à presidência da República em 2026. Bolsonaro também almeja retornar ao posto, apesar de estar inelegível pela Justiça Eleitoral neste momento.
— Bolsonaro, toca a sua vida aí, irmão. Seja candidato. Deixa eu em paz. Tô falando sério. Eu gosto de você, fica tranquilo — afirmou Marçal em trecho de palestra compartilhado nas redes sociais.
O ex-coach alegou ainda que o problema de Bolsonaro não seria com ele, mas com o Supremo Tribunal Federal (STF), e que estaria "torcendo" por um resultado favorável. O ex-presidente mantém esperanças de reverter o julgamento que o impede de concorrer a cargos públicos até 2030 por conta de reunião convocada com embaixadores em que atacou o sistema eletrônico de votação brasileiro por meio de insinuações e informações descontextualizadas que não comprovam fraudes.
Mas não fica vindo pra cima de mim. Não somos do mesmo partido, eu não devo satisfação pra você. Cuida da sua vida, cara. Não tenta ser o malvadão para cima de mim. Eu sou uma pessoa boa, relaxa — continuou.
Ao final da gravação, Marçal diz que o "pau vai quebrar", sem esclarecer a que exatamente está se referindo.
— Se o Senhor estiver com você, aqui vai uma declaração minha: eu estou em paz. Se não estiver, o pau vai quebrar.
CONFRONTO
Ao mesmo tempo em que evitava se engajar totalmente na campanha de Ricardo Nunes (MDB), prefeito que acabou reeleito em segundo turno, Bolsonaro também não atendeu a pedidos de apoiadores para que declarasse voto em Marçal, entendido por uma parcela do seu eleitorado como um candidato mais comprometido com os "princípios da direita" do que Nunes, que faz parte de uma sigla do chamado "Centrão" e evita se comprometer em pautas como a defesa do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.