Um foragido da Justiça do Maranhão foi preso, na tarde desta segunda-feira (3), em São Luís. Danillo Cutrim Lima foi condenado a 21 anos de prisão pela morte de duas crianças na cidade de Santa Inês, a 250 km de São Luís.
O crime aconteceu no dia 22 de outubro de 2018, quando Danillo Cutrim atirou em direção a uma praça, na tentativa de matar um homem, mas acabou baleando e matando os meninos Jhoniel Rodrigues, de 7 anos, e Vitor Gabriel, de 5 anos.
Danillo foi julgado e condenado em dezembro de 2022. Na época ele respondia ao processo em liberdade e não compareceu ao julgamento. Após a condenação, ele passou a ser considerado foragido da Justiça.
O condenado foi preso na Vila João Alberto, na região do Santo Antônio, em São Luís, nesta segunda, dois anos após o julgamento.
Relembre o caso
Duas crianças identificadas como Jhoniel Rodrigues, de 7 anos, e Vitor Gabriel, de 5 anos. morreram durante um tiroteio, no dia 22 de outubro de 2018, na praça cantor Evaldo Cardoso, na Vila Adelaide Cabral, situada na periferia do município de Santa Inês.
Segundo a polícia, o tiroteio aconteceu por volta das 21h e o local estava cheio de crianças brincando em um parque que fica na praça. A polícia diz que dois veículos estavam circulando desde o início da noite no bairro, quando um dos carros parou em uma rua próxima da praça e dois homens começaram a atirar na direção da praça cantor Evaldo Cardoso.
Durante o tiroteio, as duas crianças foram baleadas. Elas foram socorridas pelos próprios moradores e levadas para o hospital. Uma criança chegou morta ao hospital e a outra em estado grave. Ela foi submetida a procedimento cirúrgico, mas também não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. Um adolescente de 17 anos, que também estava no momento do tiroteio, foi baleado em uma das mãos.
Suspeito preso
Três dias após o crime, a polícia prendeu Danillo Cutrim Lima, suspeito de ser o autor dos disparos que provocaram a morte de Jhoniel Rodrigues e Vitor Gabriel.
Danillo estava foragido e foi preso na região do Bacanga, dentro da casa de uma tia. Segundo a polícia, ele chegou a raspar a cabeça e a barba para mudar a aparência e pretendia fugir para o Paraguai.
O delegado de Santa Inês, Ederson Martins, informou que os tiros aconteceram por vingança de Leandro Santos Rodrigues contra um homem identificado como Raimundo Warlison de Sousa Felix, de 19 anos. Os dois foram presos.
Em depoimento, Leandro disse que Raimundo teria roubado a casa da avó dele e que contratou uma pessoa para cometer o crime. No entanto, a pessoa contratada errou os disparos e acertou as crianças.
A polícia também prendeu o irmão de Leandro, conhecido como Alan, que teria comprado as munições para a realização do assassinato.
Condenação
Danillo Cutrim Lima e Leandro Santos Rodrigues de Jesus foram levados a júri popular no dia 1º de dezembro 2022, presidido pelo juiz Raphael Leite Guedes, titular da 4ª Vara de Santa Inês.
Danillo réu recebeu a pena de 21 anos e um mês de reclusão, a ser cumprida inicialmente, em regime fechado. Já Leandro Santos recebeu a pena de 3 anos e dez meses de reclusão, a ser cumprida, inicialmente, em regime aberto.
Segundo o inquérito policial, Leandro Santos Rodrigues de Jesus conduzia um veículo Saveiro, na companhia de Danillo Cutrim Lima, que portava arma de fogo. Os dois estavam com planos de matar um homem identificado como Raimundo Warlison de Sousa Félix.
Leandro efetuou a aproximação para que Danillo, portando arma de fogo em praça pública onde havia diversas crianças brincando, disparasse diversas vezes contra a vítima.
De acordo com a denúncia, ao fazer isso, Danillo assumiu o risco de acertar terceiros que ali se encontravam. Ato contínuo, ao efetuar os disparos contra Raimundo, ele errou todos. Entretanto, alguns tiros acertaram duas crianças que ali estavam.
Os meninos não resistiram e faleceram em decorrência dos disparos. Danillo acertou, ainda, a vítima de nome Flávio, que teve a sua mão direita atingida por uma bala. Em seguida, os denunciados percebendo que atingiram pessoas diferentes e fugiram do local.
Quando foram presos, apenas Leandro Santos Rodrigues de Jesus foi interrogado, o qual afirmou para a polícia que acionou o segundo denunciado para fazer “justiça com as próprias mãos”, em razão da vítima Raimundo Warlison de Sousa Félix ter roubado a sua residência.
O acusado Leandro Santos estava presente na sessão, por meio de videoconferência. Já o réu Danillo Cutrim estava ausente.