Pesquisadores brasileiros identificaram uma nova espécie de dinossauro que viveu há cerca de 100 milhões de anos. A descoberta foi possível graças à análise de fósseis encontrados em 2021, durante a construção de uma ferrovia em Davinópolis, no sudoeste do Maranhão. O animal pertence ao grupo dos saurópodes, conhecidos por seu tamanho gigantesco, pescoço longo e dieta herbívora.
O dinossauro recém-descoberto é um titanossauro, podendo alcançar até oito metros de altura e pesar impressionantes 40 toneladas. Seu comprimento estimado é de 18 metros, levemente inferior ao de outros titanossauros já conhecidos.
As informações preliminares foram apresentadas pelo paleontólogo Elver Luiz Mayer, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Segundo Mayer, os resultados completos devem ser divulgados no início de 2025.
Reunimos uma equipe de pesquisadores de vários estados do Brasil. Agora, estamos analisando a anatomia microscópica dos fósseis para entender as alterações ocorridas desde a morte do dinossauro até sua escavação — detalha Mayer.
Comparação e próximos passos
O estudo inicial incluiu a comparação das partes encontradas com fósseis de outros dinossauros que viveram no mesmo período, o Cretáceo. A etapa seguinte será a preparação dos fósseis para exibição no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia, em São Luís.
Embora esta seja a primeira descoberta em Davinópolis, o Maranhão já havia revelado fósseis de titanossauros anteriormente, como os encontrados na Ilha do Cajual, próxima a Alcântara.
Apesar de já conhecermos 16 espécies de titanossauros no Brasil, encontrar mais um exemplar em uma nova área do Maranhão é uma conquista significativa. Isso nos ajuda a compreender melhor a vida no Cretáceo, quando a América do Sul ainda estava se afastando da África — explica Luiz Eduardo Anelli, paleontólogo da USP.
Fósseis encontrados em condições excepcionais
Os fósseis foram descobertos por trabalhadores da ferrovia, que acionaram Mayer após localizarem peças como um fêmur de mais de 1,5 metro, costelas, patas e vértebras. O fato de os ossos estarem concentrados em uma área pequena foi um forte indício de que pertenciam a um único dinossauro.
Essa descoberta marca um avanço na paleontologia brasileira e reforça a importância do Maranhão como um território rico em fósseis, ampliando o entendimento sobre a biodiversidade do passado.