BOMBA! BOMBA! BOMBA! Pista do aeroporto de Bacabal estava sendo usada por organização criminosa para o transporte internacional de drogas, diz PF
Uma organização
criminosa comandada por empresários brasileiros era responsável pelo transporte
de cocaína das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) da Venezuela
para Honduras, onde toneladas da droga eram entregues aos cartéis mexicanos de
Sinaloa e Los Zetas. O grupo comprava códigos de identificação do controle
aéreo venezuelano que, assim, deixava de abater o avião. Cada voo pagava até
US$ 400 mil de propina a militares da Venezuela.
Na terça-feira (3), a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da superintendência paulista da Polícia Federal (PF) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas e Mato Grosso. Bens - imóveis e empresas - e contas bancárias foram sequestrados pela Justiça Federal. As investigações, que começaram em 2012, já haviam resultado na apreensão do helicóptero da empresa Limeira Participações, do senador Zezé Perrella (PDT-MG), em 2013, no Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína. As buscas de anteontem (2) encerraram a primeira fase da Operação Dona Barbara, da PF.
Segundo relatório enviado à Justiça pelo delegado Rodrigo Levin, a apuração começou com a vigilância de dois empresários brasileiros - Manoel Meleiro Gonsalez e Ronald Roland. Eles estariam comprando aeronaves e preparando carregamentos de cocaína - a rota Venezuela-Honduras era só uma suspeita. Os agentes passaram a vigiar os alvos e seus aviões.
Na terça-feira (3), a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da superintendência paulista da Polícia Federal (PF) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas e Mato Grosso. Bens - imóveis e empresas - e contas bancárias foram sequestrados pela Justiça Federal. As investigações, que começaram em 2012, já haviam resultado na apreensão do helicóptero da empresa Limeira Participações, do senador Zezé Perrella (PDT-MG), em 2013, no Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína. As buscas de anteontem (2) encerraram a primeira fase da Operação Dona Barbara, da PF.
Segundo relatório enviado à Justiça pelo delegado Rodrigo Levin, a apuração começou com a vigilância de dois empresários brasileiros - Manoel Meleiro Gonsalez e Ronald Roland. Eles estariam comprando aeronaves e preparando carregamentos de cocaína - a rota Venezuela-Honduras era só uma suspeita. Os agentes passaram a vigiar os alvos e seus aviões.
O inquérito mostra as
negociações entre os traficantes e militares da Venezuela descritas em
mensagens de celular dos brasileiros para o tráfico de Colômbia, Venezuela e
Honduras. O grupo usava apenas aparelhos de telefone BlackBerry, pois
acreditava que suas mensagens não poderiam ser interceptadas pela polícia.
Em uma delas, por
exemplo, o homem apontado pela PF como líder da organização - o fazendeiro
brasileiro Paulo Flores - escreve, às 7h57 de 5 de setembro de 2013, ao
hondurenho José Cristian Espinosa Erazo, dizendo que os aviões aguardavam “el
permiso de los teles” (os códigos) para entrar no espaço aéreo venezuelano.
Aeroporto de Bacabal
Aeroporto de Bacabal
Há diversas mensagens em
que são mencionados valores da propina de até US$ 400 mil para os militares do
país vizinho. Os aviões partiam de cidades do interior paulista, de Sinop (MT),
São Felix do Araguaia (TO) e, pasmem, do Aeroporto Regional Presidente José
Sarney, em Bacabal. Antes de decolar, os pilotos recebiam o código transponder
- número que faz a aeronave emitir um sinal que identificará o voo nos radares
- da Venezuela.
Com o código, afirma a
PF, a força aérea daquele país sabia que o avião havia pago propina e, assim,
não o abatia, mesmo quando a polícia daquele país era informada pela PF
brasileira a respeito do voo. As aeronaves pousavam no lugarejo de Aparte, no
Departamento de Zulia, perto da base militar de Maracaibo. Em pelo menos uma
oportunidade, os traficantes trocaram mensagens dizendo que pagaram propina
complementar de US$ 100 mil para guardar o avião em um hangar do Exército
venezuelano.
Os traficantes citam um
“coronel” e um “general” como contatos para os pagamentos. Em Aparte, os aviões
eram carregados com a droga trazida pelas Farc, da Colômbia. O venezuelano
Euder Jaramillo Perdomo cuidaria da logística. Com outro código transponder, o
avião rumava para Honduras. Ali, a propina para a polícia era de US$ 200 mil
por voo. A droga era entregue aos mexicanos - de 700 quilos a 2,5 toneladas de
cocaína.
Muitas aeronaves foram
abandonadas pelos pilotos em Honduras - parte foi queimada para não deixar
vestígios. Os pilotos usavam, então, passaportes falsos hondurenhos e
guatemaltecos para voltar ao Brasil pela fronteira com o Paraguai.
Inocentes
Paulo Flores é um dos três acusados do grupo que foi preso durante a investigação com R$ 2,3 milhões em dinheiro - dono de sete empresas aéreas, ele alega inocência. Ronald Roland e Manoel Gonsalez respondem ao inquérito em liberdade e se dizem inocentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Paulo Flores é um dos três acusados do grupo que foi preso durante a investigação com R$ 2,3 milhões em dinheiro - dono de sete empresas aéreas, ele alega inocência. Ronald Roland e Manoel Gonsalez respondem ao inquérito em liberdade e se dizem inocentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
EM TEMPO: O caso continua sendo investigado e, por
enquanto, a Polícia Federal não sabe ou não divulgou se há pessoas de Bacabal
ou da região envolvidas com essa organização criminosa internacional