Três homens, sendo dois policiais militares, foram
presos nesta sexta-feira (17) por suspeita de extorsão qualificada, roubo
majorado, associação criminosa e porte ilegal de arma de uso permitido no
município de Santa Inês, cidade maranhense localizada no Vale do Pindaré. A
prisão aconteceu em frente a um banco, enquanto os suspeitos esperavam a vítima
sacar determinado valor em dinheiro.
Os
policiais são soldados do 9º Batalhão da PM, em São Luís, e foram identificados
como João Froz Lindoso Filho e Carlos Magno dos Santos Pereira. O nome do outro
preso é Saulo Emanoel Pianco da Silva. Um quarto suspeito está sendo procurado,
segundo informou a polícia.
Ao G1, o delegado Rodrigo Alonso
Fernandes, da Delegacia Regional de Santa Inês, revelou que os policiais
estavam em carro particular, mas em posse de coletes, algemas e armas da
corporação, equipamento usado para ameaçar a vida de uma senhora e seu filho na
cidade de Igarapé do Meio, a poucos quilômetros de Santa Inês.
Segundo
o delegado, os quatro suspeitos abordaram um rapaz na rua, de quem roubaram R$
160. Depois foram até uma casa, onde algemaram uma senhora, e, sob ameaças de
morte, obrigaram a vítima a entregar mais R$ 800, além de um colchão e um
aparelho celular.
“Não
contentes com o roubo já efetuado, os policiais obrigaram a mãe do rapaz a ir
junto com eles para Santa Inês para fazer saques com seu cartão pessoal. Muito
abalada, a senhora passou mal e mandou uma amiga, a quem entregou cartões
bancários e as senhas. Os suspeitos e a amiga da vítima foram a um banco e
sacaram R$ 1.500”, explicou o delegado.
O
problema foi que os quatro bandidos não se contentaram com o que tinham
arrecadado e obrigaram a mulher a seguir para outra agência bancária. Um dos
suspeitos entrou com ela, enquanto os dois PMs e o cúmplice ficaram no carro do
lado de fora da agência.
“Aproveitando
que os suspeitos saíram para fazer os saques, a vítima acionou a polícia e nós
com o suporte da Força Tática, do Batalhão de Choque da Polícia Militar,
conseguimos realizar a abordagem. Os três estavam esperando o comparsa, que
conseguiu fugir” contou Alonso.
Investigação
O delegado Rodrigo Alonso Fernandes informou que a polícia vai solicitar as câmeras de segurança das agências bancárias para identificar o quarto suspeito envolvido no esquema de extorsão que contava com a participação de policiais militares de São Luís.
O delegado Rodrigo Alonso Fernandes informou que a polícia vai solicitar as câmeras de segurança das agências bancárias para identificar o quarto suspeito envolvido no esquema de extorsão que contava com a participação de policiais militares de São Luís.
A
polícia vai investigar, também, se a vitima tem ligação com alguma atividade
criminosa ou se foi escolhida pela quadrilha de forma aleatória, conforme
consta em vários depoimentos colhidos até o momento.
Os
três suspeitos foram autuados em flagrante por extorsão qualificada, roubo majorado,
associação criminosa e porte ilegal de arma de uso permitido. Os policiais
serão encaminhados para a prisão no Comando Geral da PM, em São Luís, enquanto
Saulo será levado para o Centro de Triagem de Pedrinhas, onde aguardará o
desenrolar do processo.
Em nota ao G1, o Comando Geral da
Polícia Militar informou que vai abrir um inquérito para investigar o caso e
afirmou que repudia o envolvimento de militares em ações criminosas. Leia
a íntegra da nota abaixo:
NOTA
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio
do comando-geral da Polícia Militar, informa que vai instaurar um Inquérito
Policial Militar (IPM) e que os dois militares do 9º BPM, João Froz Lindoso
Filho e Carlos Magno dos Santos Pereira, foram detidos, em flagrante, por
envolvimento em um assalto na cidade de Santa Inês serão submetidos ao Conselho
de Disciplina, e podem, após a conclusão do IPM, serem expulsos da corporação.
A Polícia Militar do Maranhão repudia qualquer
atitude de envolvimento de algum militar da corporação em ações criminosas. Os
dois policiais estariam de serviço, na noite de sexta-feira (17), no 9º BPM.
Eles, após serem autuados, foram transferidos para São Luís, onde permanecem
detidos no Presídio Militar