Banco do Brasil planeja demitir 18 mil funcionários
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Banco do Brasil planeja demitir 18 mil funcionários

Reestruturação do banco começa com a extinção das áreas de crédito imobiliário e de relações com funcionários. Perderam os cargos 10 dirigentes e outros cinco mudaram de área. Próxima etapa é enxugamento do quadro.


Correio Braziliense

O Banco do Brasil (BB) iniciou ontem o profundo processo de reestruturação que vem sendo planejado desde o início do governo de Michel Temer. Das 27 diretorias, duas foram extintas: a de Crédito Imobiliário (Dimob) e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref), que ficará com a recém-criada diretoria de Governança de Entidades Ligadas. Perderam os cargos 10 diretores do banco e outros cinco mudaram de área. A área de Estratégia da Marca foi cindida para dar lugar às diretorias de Estratégia e Organização e de Marketing e Comunicação.

Além dessas mudanças, O BB deve anunciar nos próximos dias um plano de demissões voluntárias. Os números ainda não estão definidos. Comenta-se nos corredores da instituição que a meta é reduzir em até 18 mil o atual quadro de 115 mil colaboradores. A ideia do governo é tornar a instituição mais leve, o que poderá também reduzir o escopo de negócios.

Aviso

Os 93 funcionários da Dimob foram avisados no final da tarde de ontem que a área será integrada à Diretoria de Empréstimos e Financiamentos (Diemp), na qual trabalham outras 133 pessoas. O enxugamento será inevitável. O diretor da Dimob, Hamilton Rodrigues, vai se aposentar. As áreas reunidas ficarão sob o comando de Edson Pascoal Cardozo, servidor de carreira do banco, que foi promovido.

A Dimob é extramente simbólica. Foi criada há cinco anos, separando-se da Diemp, quando a economia brasileira bombava e a popularidade de Dilma Rousseff estava nas alturas. Não há dúvidas de que a área perde prestígio dentro do banco. O foco era o Minha Casa Minha Vida, uma das principais vitrines da administração petista. O programa habitacional já vinha perdendo importância há pelo menos um ano na instituição financeira.

O BB é hoje o segundo no mercado de crédito imobiliário, com 8,63% do mercado, perdendo apenas para a Caixa Econômica Federal, isolada em primeiro lugar, com fatia de 51,72%. Mesmo com a diferença grande, o BB tem uma carteira respeitável, de R$ 53 bilhões em empréstimos. Isso tende a diminuir muito nos próximos anos, com a mudança de foco da instituição.

A diretoria de Entidades Ligadas, que será comandada por Cícero Przendsiuk, ficará subordinada à vice-presidência de Finanças e passará a acumular as funções da extinta Unidade de Gestão de Entidades Ligadas. A área será responsável pelo relacionamento com a Previ, fundo de pensão dos empregados da estatal, com a Cassi, plano de saúde dos empregados do banco, e com a Economus, fundo de pensão dos funcionários da Nossa Caixa, comprado pelo BB.

Todas as alterações foram aprovadas pelo Conselho de Administração do BB. O colegiado, presidido pelo secretário-executivo da Fazenda, Eduardo Refinetti Guardia, também deve promover trocas nas vice-presidências. O processo tem sido conduzido pelo presidente do banco, Paulo Rogério Caffarelli, com respaldo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Fernando Florencio Campos passará a comandar a diretoria de Mercados de Capitais e Infraestrutura. O chefe da diretoria de Tecnologia será Gustavo de Souza Fosse. A diretoria de Agronegócios passará a ser comandada por Reinaldo Kazufumi Yokoyama. Para a diretoria de Marketing e Comunicação foi designado Alexandre Alves de Souza. Fabiano Macanhan Fontes será diretor de Soluções de Atacado; José Eduardo Moreira Bergo, de Segurança Institucional; Marco Túlio de Oliveira Mendonça, de Crédito; e Márvio Melo Freitas, de Controladoria.

Técnicos envolvidos na reestruturação do Banco do Brasil dizem que todas as mudanças buscam a sobrevivência do banco, que perdeu muita competitividade nos últimos anos. A rentabilidade média caiu à metade, de cerca de 14% para 7% ao ano.

Caffarelli tem comentado com interlocutores que é inconcebível o maior banco do país estar tão distante de seus concorrentes privados. Atribui-se no governo e no BB a perda de competitividade ao uso da instituição durante as administrações petistas para promover políticas equivocadas de crédito. O atual presidente, funcionário de carreira do banco, foi secretário-executivo de Guido Mantega no Ministério da Fazenda


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