O Brasil pós-golpe, que tem um ocupante da
Presidência denunciado por corrupção, obstrução judicial e comando de
quadrilha, é uma sucessão de humilhações; a mais recente é uma carta assinada
por 23 vencedores do Prêmio Nobel, o mais importante da ciência, denunciando
como o corte de investimentos promovido pelo peemedebista está ameaçando o
Brasil; o documento faz referência ao corte de 44% no Orçamento deste ano do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), assim como
à perspectiva de um novo corte em 2018 ; “Isso danificará o Brasil por muitos
anos, com o desmantelamento de grupos de pesquisa internacionalmente
reconhecidos e uma fuga de cérebros que afetará os melhores jovens cientistas”
do País, escrevem os pesquisadores
Os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia
“comprometem seriamente o futuro do Brasil” e precisam ser revistos “antes que
seja tarde demais”, segundo um grupo de 23 ganhadores do Prêmio Nobel, que
enviou nesta sexta-feira, 29, uma carta a Michel Temer, recomendando mudanças
na postura do governo com relação ao setor.
O documento, enviado por e-mail ao gabinete da
Presidência, faz referência ao corte de 44% no Orçamento deste ano do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), assim como
à perspectiva de um novo corte em 2018 - que deverá ser da ordem de 15%, caso o
Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo governo ao Congresso seja
aprovado como está.
“Isso danificará o Brasil por muitos anos, com o
desmantelamento de grupos de pesquisa internacionalmente reconhecidos e uma
fuga de cérebros que afetará os melhores jovens cientistas” do País, escrevem
os pesquisadores.
A carta é assinada pelo físico francês Claude
Cohen-Tannoudji e outros 22 laureados com o Prêmio Nobel nas áreas de Física,
Química e Medicina. “Sabemos que a situação econômica do Brasil é muito
difícil, mas urgimos o senhor a reconsiderar sua decisão antes que seja tarde
demais”, conclui a carta.
“A
situação é trágica, não há outra palavra para descrevê-la”, disse ao Estado o
pesquisador David Gross, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara,
vencedor do Nobel de Física em 2004 e também signatário da carta. Ele prevê que
muitos jovens pesquisadores brasileiros vão desistir da carreira científica ou
migrar para outros países, mais favoráveis à ciência.