
ABU DHABI – “O ideal agora é como se fossem gêmeos xifópagos [ligados
entre si por uma parte do corpo]. Precisa separar. Cada um segue seu
destino.” Essa foi a declaração do presidente Jair Bolsonaro ao comentar
a crise no PSL. O partido está dividido entre um grupo ligado à
família Bolsonaro e uma ala próxima do deputado Luciano Bivar (PE),
presidente nacional da sigla.
Embora tivesse levantado na sexta (25) a possibilidade de se tornar
“um presidente sem partido” se a crise no PSL não se resolver, nesta
segunda afirmou que a melhor solução é criar um novo partido,
descartando a possibilidade de ir para o Patriotas.
“Eu não teria dificuldade em criar um partido nesse sentido. Mas gostaria que fosse pacificado tudo”, disse.
Segundo ele, um bom nome para a agremiação seria Partido da Defesa
Nacional ou PDN. “É um nome bonito, né? Tem que ser um nome que
agregue”, disse.
O presidente também ironizou a possibilidade de candidatura à
Presidência da deputada federal Joice Hasselmann, que pertence ao grupo
bivarista do PSL: “Boa sorte para ela. É fácil!”.
Embora reconheça que a deputada ajudou na articulação das pautas do
governo no Congresso, disse que ela “se precipitou”. “Eu quero
transparência. Porque se acontecer qualquer coisa errada nas contas do
PSL, quem vocês vão culpar? Eu, que sou só um filiado.”
Bolsonaro disse também que pretende interferir o mínimo possível nas
eleições municipais do ano que vem. “Se eu fecho com alguém, começo a
perder apoios, e não quero perder apoios. Tenho objetivo de governar o
Brasil”, afirmou.
O presidente viajou dos Emirados para o Catar, de onde irá à Arábia Saudita.
Em Abu Dhabi, ele participou de reuniões com empresários e apresentou
projetos brasileiros de privatização e investimentos em infraestrutura e
no setor de óleo e gás.
Publicado em TERÇA FEIRA, 29 de Outubro 2019
POR: WILLIAN REDONDO / Levando a sério o jornalismo 24 horas por
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