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Enquanto dezenas de países do mundo já iniciaram a vacinação contra a Covid-19, o Brasil patina entre duas vacinas que, se são melhores do que nada, não mostraram ser as mais eficazes.



Enquanto dezenas de países do mundo já iniciaram a vacinação contra a Covid-19, o Brasil patina entre duas vacinas que, se são melhores do que nada, não mostraram ser as mais eficazes.

 “Para qualquer governante minimamente cioso da responsabilidade do cargo que ocupa, o cálculo político deveria ser a última das preocupações quando o que está em jogo é a vida de milhões de pessoas. No Brasil, tem ocorrido o inverso desde o início da pandemia do coronavírus. Nos últimos dias, a exploração política do combate à Covid-19 alcançou o seu ápice, com o presidente da República e o governador do estado mais populoso do país claramente mais interessados nas vantagens pessoais que podem extrair da tragédia humana causada pelo vírus do que em conferir mais transparência e celeridade ao processo de apresentação de um imunizante que seja, ao mesmo tempo, seguro e eficaz.

Em meio aos seguidos e assustadores aumentos no número de mortes e ao dramático colapso do sistema de saúde — em Manaus, pacientes estão morrendo nos hospitais asfixiados por falta de oxigênio e doentes começaram a ser levados a outros estados por falta de leitos –, Bolsonaro e Doria têm protagonizado um espetáculo farsesco. Enquanto o governador de São Paulo, diante dos holofotes, tentou faturar politicamente em cima do anúncio de duas taxas parciais de eficácia da Coronavac – de 78% para casos leves e de 100% para casos moderados e graves – pinçadas estrategicamente de um recorte do estudo, o presidente comemorou quando o tucano, desta vez bem longe dos holofotes, teve de recuar e reconhecer que, na verdade, a eficiência geral da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan era de 50,4%.”

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