A prisão em flagrante do delegado Marcelo Fernandes Santos, de 50 anos, após efetuar disparos de arma de fogo e ameaçar sua ex-mulher durante uma discussão, em São Luís, aconteceu poucas semanas depois de ele ter recebido alta de uma internação psiquiátrica involuntária. O delegado foi diagnosticado com dependência de álcool e agressividade.
Fernandes Santos já estava afastado de suas funções na Delegacia Especial da Cidade Operária para tratamento médico. Ele foi detido por policiais militares após efetuar disparos para o alto em uma área externa do condomínio onde a ex-mulher mora.
Em seguida, ele foi conduzido à Casa da Mulher Brasileira para autuação em flagrante. A Justiça determinou a prisão do delgado e concedeu uma medida protetiva de urgência para a vítima.
“Em razão dos fatos relatados, foi configurada a prisão em flagrante por disparo de arma de fogo, ameaça e injúria no contexto de violência doméstica”, informou Kazumi Tanaka, coordenadora da Delegacia da Mulher do Maranhão.
Este não foi o primeiro incidente envolvendo o delegado. No início de setembro, Marcelo foi acusado de injúria racial após ofender um garçom em um bar. Na ocasião, ele também desobedeceu a ordens de um policial militar. Dias depois, sua família foi notificada sobre a internação involuntária em uma clínica psiquiátrica. Marcelo havia devolvido sua arma funcional, mas permaneceu com uma arma pessoal registrada, que foi utilizada no episódio mais recente.
A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Maranhão (Adepol-MA) informou que Marcelo vinha sendo acompanhado pela entidade desde outubro devido aos problemas psicológicos. O presidente da associação, Márcio Dominici, reforçou a gravidade do caso. “O Marcelo precisa de ajuda, ele tem um problema de saúde mental grave", disse.
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) abriu um processo administrativo para apurar a conduta do delegado. As armas pessoais de Marcelo foram apreendidas e enviadas para perícia. Ele está preso em uma unidade prisional em Paço do Lumiar, e o caso segue sob investigação.
