Em 2023, 69 pessoas com 65 anos ou mais foram diagnosticadas com o vírus e em 2024 esse número subiu para 78 casos.
O crescimento de diagnósticos de HIV entre idosos no Maranhão tem
chamado a atenção de especialistas e autoridades de saúde. De acordo com dados
da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o número de pessoas com 65 anos ou mais
diagnosticadas com o vírus subiu de 69 casos em 2023 para 78 em 2024,
representando um aumento de 13,87%..
Esse cenário evidencia a necessidade de estratégias específicas para
prevenção, diagnóstico e tratamento voltados a essa faixa etária.
Foco na prevenção e nos cuidados para idosos
O aumento de casos entre idosos reflete lacunas na conscientização e
prevenção direcionadas a esse público. A chefe do Departamento de Atenção às
ISTs/AIDS/Hepatites Virais da SES, Jocélia Frazão, destaca a importância do uso
do preservativo. Ela ressalta que esse método ainda é considerado o mais eficaz
para a prevenção.
explicou Jocélia.
Sabemos que trabalhar com esse público é desafiador, mas temos levado
ações de prevenção de forma contínua, com disponibilização de testes rápidos e
preservativos. O preservativo, além de ser padrão-ouro, protege contra todas as
DSTs, sejam internas ou externas
O impacto do preconceito
O preconceito em torno do HIV é outro fator que dificulta o
enfrentamento da doença. Segundo Paulo Ribeiro, diretor da Casa Acolher, instituição
que presta suporte a pessoas vivendo com HIV, o estigma social ainda afasta
muitos idosos de procurarem ajuda ou realizarem o teste diagnóstico.
ressaltou.
Infelizmente, o preconceito ainda é muito forte. Há casos de pessoas que
abandonam empregos ou até mudam de cidade para evitar o julgamento da
sociedade. Precisamos educar a população para combater esse tipo de
discriminação
Avanços no tratamento e qualidade de vida
Apesar das dificuldades, o tratamento para o HIV avançou
significativamente nas últimas décadas. Hoje, pacientes contam com terapias
simplificadas que garantem maior qualidade de vida.
“Há 40 anos, os tratamentos envolviam dezenas de comprimidos diários.
Atualmente, basta tomar dois comprimidos por dia para controlar o vírus e
evitar a progressão para a Aids”, destacou Jocélia.
Além disso, o diagnóstico precoce é crucial para garantir que os idosos
tenham acesso ao tratamento adequado e possam viver de forma saudável, com
suporte contínuo de equipes especializadas.
Educação e conscientização: os próximos passos
Para enfrentar o aumento de casos de HIV entre idosos, ações educativas
e campanhas de conscientização voltadas a esse público são fundamentais. Por
isso, a SES reforça a importância de iniciativas que promovam o diálogo sobre o
tema e estimulem a realização de testes diagnósticos.
“Acreditamos que a educação e o acesso à informação são as ferramentas
mais poderosas para reduzir os números e garantir que mais idosos tenham acesso
a um tratamento digno”, concluiu Jocélia.
O cenário, portanto, reforça a necessidade de olhar para a terceira
idade como um grupo vulnerável às ISTs e de incluir essa faixa etária em ações
de saúde pública que promovam a prevenção e o cuidado integral.