Detalhe sobre o plano golpista, segundo a jornalista Juliana Dal Piva, foi revelado por Mauro Cid em depoimento a Alexandre de Moraes

Mauro Cid, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 21 de novembro, revelou que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil durante o governo Bolsonaro e candidato a vice do ex-presidente na eleição de 2022, teria entregue dinheiro vivo a militares que executariam o plano golpista "Punhal Verde e Amarelo". A informação foi divulgada pela jornalista Juliana Dal Piva, do site "ICL Notícias".
Cid foi convocado a prestar depoimento após a operação da Polícia Federal (PF), realizada em 19 de novembro, que levou à prisão quatro militares das Forças Especiais do Exército — os chamados "kids pretos" — e de um agente da própria PF, todos envolvidos no plano golpista que visava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro do STF.
De acordo com a PF, Jair Bolsonaro e outras 37 pessoas indiciadas planejavam um golpe de Estado após a vitória de Lula nas eleições de 2022. O plano incluía várias frentes, como a incitação de manifestações golpistas, a decretação de um estado de sítio ou defesa e a operação para assassinar autoridades.
Cid, que foi preso em maio de 2023 e solto cerca de um ano depois após firmar um acordo de delação premiada, corria o risco de perder os benefícios do acordo e retornar à prisão. Isso porque Moraes e a PF suspeitavam que ele tinha conhecimento do plano de assassinato e teria omitido informações em depoimentos anteriores.
Ao ser confrontado por Moraes sobre o plano, Cid teria chorado e revelado que presenciou Braga Netto entregando dinheiro escondido em embalagens de vinho aos "kids pretos" envolvidos na trama. Segundo ele, a entrega ocorreu em uma das residências oficiais da Presidência da República.
Novo depoimento à PF
Nesta quinta-feira (5), Mauro Cid prestou um novo depoimento à Polícia Federal e reforçou a participação de Braga Netto na trama golpista liderada por Jair Bolsonaro.
Braga Netto aprovou plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro e candidato a vice do ex-presidente na eleição de 2022, foi o responsável por aprovar o plano elaborado por militares golpistas para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).