Ainda durante a transição, ministro lembra que duas "instabilidades" pairavam sobre o país. Para Padilha, indiciamento da organização criminosa de Bolsonaro mostra que 8 de janeiro "não foi um passeio dominical"
Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha contou ao Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (22) o que o governo Lula, ainda durante a transição, sabia enquanto Jair Bolsonaro (PL) articulava a organização criminosa para dar um golpe de Estado após a derrota nas urnas.
"Desconheço quem tivesse qualquer informação detalhada sobretudo sobre o que era planejado. Desconheço", afirmou o ministro, que teve presença marcante na equipe de transição, juntamente com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Padilha afirma que a maior preocupação à época era focada em duas "instabilidades". A primeira delas econômica, devido ao buraco aberto no orçamento com as medidas eleitoreiras tomadas por Bolsonaro diante do desespero com a iminente derrota nas urnas.
"Nós vivíamos duas instabilidades. Econômica: havia muita dúvida sobre o que o governo iria fazer, do que iria se construir para aumento de recursos para manutenção de políticas importantes no primeiro ano de governo, o que faria com a proposta do fim do teto de gastos, o fechamento da PEC da transição", disse.