Putin aprovou a mudança dias depois que dois funcionários dos EUA e uma fonte familiarizada com a decisão disseram no domingo que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a usar armas fabricadas nos EUA para atacar em território russo.
A Rússia vinha alertando o Ocidente há meses que, se Washington permitisse que a Ucrânia disparasse mísseis dos EUA, britânicos e franceses em território russo, Moscou consideraria esses membros da OTAN diretamente envolvidos na guerra na Ucrânia.
A nova doutrina nuclear russa, que estabelece as condições sob as quais Putin poderia ordenar um ataque com o maior arsenal nuclear do mundo, foi aprovada por ele nesta terça-feira, segundo um decreto publicado.
Analistas disseram que a maior mudança foi que a Rússia poderia considerar um ataque nuclear em resposta a um ataque convencional contra a Rússia ou seu aliado Belarus que "criasse uma ameaça crítica à sua soberania e (ou) integridade territorial".
"O contexto geral é que a Rússia está reduzindo o limite para um ataque nuclear em resposta a um possível ataque convencional", disse Alexander Graef, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa para a Paz e Política de Segurança da Universidade de Hamburgo.
A doutrina anterior, contida em um decreto de 2020, dizia que a Rússia poderia usar armas nucleares em caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameaçasse a existência do estado.
O Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse que não viu razão para ajustar a postura nuclear dos EUA. Juntos, Rússia e EUA controlam 88% das ogivas nucleares do mundo.
Putin é o principal tomador de decisões sobre o uso do arsenal nuclear russo.