Prefeito de São Luís anunciou e colocou placa de
construção da obra em outubro de 2013. Verba informada na placa sumiu
O deputado estadual e vice-presidente da Assembleia Legislativa do
Maranhão, Othelino Neto (PCdoB), resolveu dar alguns pitacos, nesta
quarta-feira 2, sobre a ponte fantasma sobre o Rio Gangan, a Pai Inácio,
que deveria existir no Turu, e cujo o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda
Júnior (PDT), anunciou em mídia oficial como obra federal,
colocou uma placa de que a obra era municipal, mas passados quase
dois anos não construiu a tal ponte e ainda por cima não consegue explicar onde
foi parar o dinheiro público.
HILTON FRANCOCADÊ O DINHEIRO QUE ESTAVA AQUI?
Prefeito de São Luís precisa explicar quem embolsou o dinheiro informado
na placa para a construção da ponte Pai Inácio. Agora cúmplice, Othelino também
Segundo Othelino, Edivaldo é um político de bem, correto, probo, e
que, apesar de ter anunciado a construção da ponte em outubro de
2013, na época não era possível dar andamento aos serviços, iniciados
somente agora, com recursos estaduais. Ainda de acordo com o
deputado comunista, os quase 8 milhões de reais enviados pelo governo
federal não contemplavam a construção da Pai Inácio, e teve como
destino apenas a construção de um sistema de drenagem e recuperação
de mananciais de águas pluviais do Gangan.
Além da defesa equídea confessar quehouve crime de estelionato eleitoral por parte de
Edivaldo, já que o prefeito de São Luís não apenas declarou, mas
também colocou no local uma placa de construção da ponte, informando que havia
recursos oriundos do município para obra, de resto, quem é Othelino Neto?
Uma rápida pesquisa no sistema de consultas processuais do Tribunal de
Justiça do Maranhão, o JurisConsult, responde facilmente a pergunta.
De peripécias conhecidas pelo Ministério Público desde o ano de
2007, o deputado que tenta abafar o caso da ponte fantasma responde a nada
menos que 22 processos na Justiça, sendo a sua maioria de origem criminal, por
malversação de dinheiro público, mais conhecido popularmente por roubo,
corrupção, gatunagem, tendo conseguido escapar das grades apenas por força
de habeas corpus preventivo, que trancou a maioria dos inquéritos
policiais e das ações penais movidas pelo MP estadual.
É o caso de um dos processos, o de n.º 0039842014, onde Othelino Neto
responde por formação de quadrilha ou bando; falsidade ideológica;
corrupção passiva qualificada; inserção de dados falsos no sistema de
informação; condescendência criminosa, omissão penalmente relevante e por
crimes contra a administração ambiental. Pela extensão das provas, só este
processo possui 561 folhas, 03 volumes e 03 apensos.
JURISCONSULT/TJMA
ELE ENTENDE DE MUTRETAGEM
Investigações
da Polícia Civil apontam Othelino Neto como cabeça do maior esquema de desvio
de recursos e liberação de licenças ambientais da história do Maranhão
Nele, quem acusa o escondedor de ponte fantasma de ilícitos é a
extinta Comissão de Investigação de Crimes contra o Erário Público (CICCEE),
criada em 2009 pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, para investigar a
conduta de ex-secretários estaduais - atualmente plagiada pelo atual governo
com o nome de Secretaria de Transparência e Controle.
Em outro, onde chegou a ter recursos negados recentemente pelo
Judiciário Maranhense, Othelino Neto foi condenado por improbidade
administrativa ambiental, concessão de licença sem cumprimento de formalidades
legais e omissão do dever de fiscalização. Explicando em detalhes, a outra parte
condenada pela Justiça por corrupção, a empresa Limp Fort, havia sido
multada pela Secretaria de Meio Ambiente, então ocupada por Othelino, mas
conseguiu uma redução dada pelo comunista de 90%, bem como a compensação de 10%
restante do valor da multa.
O vice-presidente da Assembleia Legislativa também conseguiu escapar das
grades mesmo após uma longa investigação da Polícia Civil apontá-lo como
"chefe de uma organização criminosa que desviou pelo menos R$ 100
milhões" por meio da comercialização ilegal de autorizações para
desmatamento por meio de “créditos virtuais”, inseridos de maneira fraudulenta
em um sistema de controle (Ceprof/Sisflora).
Como se percebe, quando subiu a tribuna para tentar defender o prefeito
de São Luís e esconder a ponte fantasma e o escamoteio de recursos
públicos, Othelino Neto falava de algo que conhece com propriedade, e ainda
complicou mais ainda a difícil situação de Edivaldo Júnior, pois como bem
questionou o deputado Wellington do Curso em resposta que
enquadrou Othelino sobre o destino da verba para a construção da
ponte Pai Inácio: o prefeito cometeu estelionato ou ladroagem?