Jornalismo com seriedade

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016



A deputada Andrea Murad precisa aprender a fazer oposição e deixar de lado a tática equivocada do ataque pessoal a Flávio Dino acreditando ocupar espaço na opinião pública com a polarização do debate entre ela e o governador.
O problema é que a fórmula não funciona com seus discursos limitados a adjetivos próprios da compreensão da realidade, na qual ela e o pai, Ricardo Murad, são exemplos de probidade.
Ao invés de questionar as ações do governo ou denunciar, com o devido fundamento, possíveis atos de corrupção, ela só se preocupa em atacar, seja com o que for.
Amparada pelo poderoso sistema de comunicação da família Sarney, a veracidade de suas denúncias é o que menos importa.
O que vale é o poder de persuasão da mídia para dar aparência de verdade aos argumentos falaciosos com os quais tenta provar eficazmente o que alega.
De tanto acusar Flávio Dino de ser uma pessoa vingativa e cheia de ódio, a digníssima acaba revelando que a sua briga é pessoal e não pela defesa do interesse público.
A sua raiva não é por entender que o governo não corresponda aos anseios da população, mas por imaginar que o governador persegue o seu pai,  acusado pela Polícia Federal de comandar uma organização criminosa que desviou R$ 1,2 bilhão dos recursos da saúde do Maranhão.
Na última quinta-feira, por exemplo, ela subiu a tribuna para atribuir a culpa pelo assassinato de um professor de matemática em Coroatá, que reagiu a um assalto, à política de segurança do novo governo, e a terceira mudança de delegado do município.
E mais uma vez, desta aproveitou a tragédia do professor, para atacar Flávio Dino. Até mesmo a crítica à falta de condições de funcionamento da delegacia do município, onde sua mãe é prefeita , fez de maneira genérica.
Disse que falta combustível, efetivo, armas, munições e alimentação, sem especificar o que é disponibilizado e o que é necessário para garantir a segurança dos coroataenses.
Para completar disse que soube que para a manutenção da delegacia é dado um valor de R$ 1.500,00 por mês.
Ou seja, ela soube!
Onde ja se viu, uma deputada – com todas suas prerrogativas, não apurar devidamente uma informação, como se espera de quem tem a função de fiscalizar o poder Executivo.
Poderia, pelo menos, dar-se ao trabalho de levantar dados oficiais para questioná-los e assim contribuir para a melhorar as ações do governo em todo o estado.
Mas não. Basta um ouviu dizer para subir à tribuna para repetir o que ouve nos salões de beleza; esse sim o lugar adequado para quem vive de fofocas.
Por isso mesmo acabou dando com a cara e os cabelos oxigenados na parede. No mesmo dia do seu discurso, o atual delegado de Coroatá, Daniel Moura, anunciou a prisão dos suspeitos de assassinar o professor Leonardo Pereira, de 26 anos.
Em entrevista à imprensa, Moura ainda deu um exemplo de profissionalismo e obrigação com sua função pública.
– Não estou aqui para fazer graça para ninguém. Vim aqui para trabalhar, não para aparecer ou fazer meu nome. Não tenho interesse em me promover politicamente, nem vestir a camisa de grupos. Meu compromisso é com os policiais e a comunidade – avisou.
Que sirva de lição!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CADÊ O DINHEIRO! 20 de abril de 2009 a 31 de dezembro de 2010 (20 meses e dez dias).



Irregularidades de afilhado de Sarney envolvem mais de R$ 92 milhões
Publicado em 15/01/2012 às 16:53 - POR OSWALDO VIVIANI (JP)

Auditoria da gestão de Filuca Mendes na Secretaria de Cidades foi feita pela Controladoria Geral do Estado em 2010; pode ter havido desvios dos recursos federais destinados a serviços de reparação de danos causados pelas enchentes de 2009

O relatório final de uma auditoria feita pela Controladoria Geral do Estado (CGE) na Secretaria Estadual de Cidades (Secid) em 2010, ao qual o Jornal Pequeno teve acesso, aponta irregularidades na pasta, então sob o comando do ex-prefeito de Pinheiro, Filadelfo Mendes Neto, o ‘Filuca’ (PMDB), envolvendo R$ 92,2 milhões em recursos estaduais e federais. O valor total dos recursos abarcados nas impropriedades descobertas pela CGE na ‘gestão Filuca’ pode ser bem maior, uma vez que a auditoria do órgão só analisou procedimentos do período de janeiro a julho de 2010 (sete meses), e Filuca esteve à frente da Secid de 20 de abril de 2009 a 31 de dezembro de 2010 (20 meses e dez dias).
Indícios de desvios – O relatório da auditoria da CGE – documento de 39 páginas, assinado por Henrique Silva Campos (auditor do Estado), Maria Helena de Oliveira Costa (auditora geral do Estado) e Amância Conceição Pereira (supervisora de Auditoria da área de Infraestrutura do Estado) – é eminentemente técnico, mas deixa entrever indícios sérios de que pode ter havido um desvio milionário de dinheiro público na Secretaria de Cidades, na gestão Filuca Mendes, em particular no que se refere aos recursos destinados a serviços de reparação de danos causados pelas enchentes de 2009.
Logo no primeiro registro do item ‘Resultado dos exames’ do relatório, na página 2, é apontada a ausência de termos de recebimento em processos que somam mais de R$ 10,2 milhões, referentes a serviços de ‘remoção de escombros, desobstruções de bueiros e de acessos a ruas e recuperação de ruas, estradas, barragens e açudes’ em diversos municípios do Maranhão.

O termo de recebimento é uma exigência legal, e deve ser providenciado por quem concede os recursos. Sem esse termo, não é possível comprovar que os serviços foram efetivamente realizados pelo gestor municipal.
Em sua justificativa à CGE, Filuca Mendes afirmou que a Secid não dispunha de estrutura suficiente para acompanhar e fiscalizar todos os serviços emergenciais realizados nos municípios. Sendo assim, em vez de providenciar os termos de recebimento, como pede a lei, aceitou meras declarações por escrito dos prefeitos, confirmando a execução dos serviços, que teriam sido executados pelas seguintes empresas:
Bismarck E. Guimarães; CCG Construções e Terraplanagem; Conscilter Construção Civil; Cruzeiro Construções, Projetos e Serviços; CTE Construções, Terraplanagem e Empreendimentos; Ducol Engenharia; Edeconsil Desmatamento e Construções; Enciza Engenharia; G. Sales Rodrigues Terraplanagem; Guarani Construções; Imperador Empreendimentos e Construções; Impermanta Engenharia; Liderança Construção; Maravilha Construtora; Mutante Construções e Comércio; RJM Construções; RC Carneiro de Carvalho Comércio; TAC Transportes e Construções; e WV Construções e Serviços.
Também referente a serviços de reparação de enchentes (‘remoção de escombros, desobstrução de bueiros e de acessos a ruas’), agora especificamente no município de São João do Caru, o relatório da CGE afirma, na página 5, que o pagamento de R$ 246,9 mil à empresa Construções e Comércio Mouta foi feito ‘mediante apresentação de documento fiscal inidôneo, posto que a Nota Fiscal nº 137, com validade vencida em 16/11/09, foi emitida em 28/12/09’.
Outro pagamento irregular por parte da Secid foi registrado pela CGE na página 15 de seu relatório. A beneficiada foi a empresa Bismarck S. Guimarães, que recebeu, em junho de 2010, R$ 209,9 mil, por serviços de reparação aos danos resultantes das enchentes em Coelho Neto, que teriam sido realizados no exercício de 2009. A Secid incorreu em despesa sem o prévio empenho.
Já nas páginas 26 e 30 do relatório, a CGE afirma que houve ‘ausência de critérios específicos e determinantes para a definição de valores dos serviços contratados a empresas (…) para reparação de ruas e estradas, e recuperação de açudes e barragens’ em mais de 90 municípios maranhenses afetados pelas enchentes de 2009. O total despendido pela Secid, nesse caso, foi de mais de R$ 38,8 milhões. Para a CGE, a Secid não comprovou o grau de danos causados pelas cheias sofridos por cada município, informação necessária para justificar a contratação diferenciada de serviços às cidades afetadas.
As disparidades são evidentes: enquanto Trizidela do Vale – cidade onde a cheia de 2009 foi destaque até no noticiário nacional – recebeu horas máquinas/equipamentos avaliados em R$ 449,4 mil, o município de Lago da Pedra foi beneficiado com quase três vezes mais: R$ 1,2 milhão.
Somando-se apenas os valores envolvidos nos procedimentos da Secid referentes a dinheiro para reparação dos danos causados pelas enchentes, nos quais a CGE encontrou irregularidades, chega-se ao total de mais de R$ 49,5 milhões.
Mais irregularidades – A auditoria da CGE também detectou irregularidades (ausência de motivação adequada e de estudo de quantidade) em licitações da Secid no valor de mais de R$ 1 milhão para fornecimento de passagens aéreas, combustível e locação de veículos.
Igualmente foram identificadas impropriedades em pagamentos à Construtora Targino Construções (R$ 44,8 mil) e em convênio firmado com o Instituto Ana Pinheiro Cruz (R$ 983,7 mil), referentes à construções de casas populares em Zé Doca e Pinheiro, respectivamente.
O pagamento à Targino foi feito pela Secid sem a apresentação, por parte da construtora, da devida planilha de medição dos serviços contratados.
No caso do convênio com o Instituto Ana Pinheiro Cruz – uma OSCIP (organização da sociedade civil de interesse público) que, segundo a CGE, não tem registro nem no conselho nacional nem no estadual de Assistência Social –, a Controladoria apurou ausência do projeto básico e de informações referentes à localização dos imóveis e às pessoas beneficiadas.
Governo do estado – Em contato telefônico com o JP, na manhã de ontem (14), o secretário Sérgio Macêdo (Comunicação) afirmou que os relatórios finais de auditorias da CGE não são encaminhados ao Executivo estadual, e sim aos secretários auditados, para que providenciem a regularização dos procedimentos questionados. ‘O relatório da CGE não significa uma condenação’, disse Macêdo.
MPF pediu à PF investigação contra ‘Filuca’ em agosto de 2011
Em ofício datado de 18 de agosto do ano passado, o procurador da República José Milton Nogueira Júnior solicitou ao superintendente da Polícia Federal do Maranhão, Cristiano Barbosa Sampaio, a instauração de um inquérito policial para investigar um suposto desvio de recursos do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) por parte do ex-prefeito de Pinheiro, Filuca Mendes (PMDB), no ano de 2006.
De acordo com o ofício, Filuca juntou, em sua prestação de contas de 2006, vários processos de pagamentos de ‘abono do Fundeb’ e ‘serviços extras realizados’ a professores municipais, o que não teria ocorrido na prática.
Além da instauração de inquérito policial para elucidar os fatos e suas circunstâncias, o MPF solicitou que fosse enviado ofício ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), pedindo informações sobre as contas do município de Pinheiro referentes ao exercício de 2006, apenas no tocante à verba do Fundeb, e o encaminhamento, ainda, de toda a documentação correlata, como relatórios de informações técnicas, vistorias, notas fiscais, processos licitatórios, recibos e ordens bancárias.
O procurador José Milton requisitou também à PF que enviasse ofício ao Tribunal de Contas da União (TCU) solicitando informações sobre a fiscalização do Fundeb/Fundeb no município, com objetivo de averiguar o uso dos recursos envolvidos, abordando a execução física e financeira dos projetos, inclusive a eventual prática de saques, do tipo ‘na boca do caixa’, sem a utilização de cheque nominal, ordem bancária ou outro meio que identifique o destinatário da verba.
O procurador solicitou ainda que a PF pedisse ao Ministério da Educação e ao Banco do Brasil, outras informações. No caso deste último, extratos e demais documentos bancários da conta do Fundeb/Fundeb.
A PF já está em posse de toda a documentação pedida e o inquérito está em andamento.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

INSCRIÇÕES DE CONCURSO




A abertura de 100 vagas para o cargo de agente penitenciário do Estado, por meio do concurso público divulgado pelo Governo do Maranhão, representará um aumento de mais de 20% no número de profissionais concursados que atuam na área. As inscrições iniciam nesta segunda-feira (22) e seguem até 20 de março de 2016.
Atualmente, com 680 agentes penitenciários atuando nas 35 unidades prisionais espalhadas em todo o Estado, o concurso injetará 100 novos agentes efetivosna área, que conta com 435 concursados e 245 temporários. As vagas são destinadas às unidades prisionais localizadas no interior do Estado e serão distribuídas de acordo com as necessidades da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Sejap).
Com vencimento inicial de R$ 3.283,56, para a carga horária de 40 horas semanais, podem participar candidatos com ensino superior completo em qualquer área e que possuam carteira de habilitação na categoria ‘B’.
O presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindspem), que é agente penitenciário do Estado há 28 anos, César Bombeiro, afirma que a realização do concurso é uma antiga reivindicação da categoria, que está sendo atendida pelo governo. “A mão de obra qualificada melhora a prestação dos serviços e evita os sérios problemas de rebeliões,como os que tivemos no passado. Muito positiva esta iniciativa, o governo está de parabéns”, enfatizou.
Organizado pela Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt (Funcab), a seleção será composta de duas etapas. A primeira etapa – dividida em duas fases – consiste em prova objetiva e prova discursiva, ambas de caráter eliminatório e classificatório. A segunda etapa consistirá no Teste de Aptidão Física (de caráter eliminatório), Teste Psicotécnico, Exames Médicos e Odontológico (de caráter eliminatório), além de Investigação Social e Curso de Formação (de caráter eliminatório e classificatório).
Para a secretária de Estado da Gestão e Previdência, Lílian Guimarães, a realização do concurso é mais uma etapa, dentre as várias medidas adotadas pelo governo do estado, no sentido de reestruturar e humanizar o sistema penitenciário estadual. “O governador Flávio Dino está comprometido e empenhado em melhorar os indicadores do nosso estado. Este é mais um passo que damos, dentro das nossas possibilidades, para melhorar a prestação de serviços públicos”, ressaltou.
Fim das terceirizações
Desde o ano passado, o Governo do Maranhão tem investido no fim das terceirizações no setor, por meio de processos seletivos e contratação de agentes penitenciários temporários, visando a qualificação do quadro e a redução nos expressivos índices de rebeliões, fugas e mortes.
“O fim das terceirizações foi uma das primeiras urgências colocadas como prioridade na nova gestão do sistema prisional do Maranhão, pelo Governo do Estado. Em um ano, conseguimos substituir quase que totalmente o quadro por servidores treinados e qualificados para exercerem com competência o trabalho na rotina carcerária. Esta, inclusive, foi uma das iniciativas aplicadas, em 2015, que contribuiu para uma economia de mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos”, disse o titular da Sejap, Murilo Andrade de Oliveira