Jornalismo com seriedade

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A agonia da Mirante é mostra de que nenhum grande sistema de comunicação se sustenta sem verbas públicas


Engana-se quem pensa que grandes sistemas de comunicação se sustentam sem verbas oriundas dos cofres públicos. Um exemplo dessa dependência está no Sistema Mirante de Comunicação, pertencente à família Sarney. Ao longo de várias décadas, manteve a pujança financeira por conta das gordas verbas publicitárias do governo do Maranhão.

Até mesmo nos dois anos de governo de Jackson Lago, o Sistema Mirante continuou contado com as benesses dos cofres públicos, mesmo em menor volume. Afinal, o secretário de comunicação era cria do Sistema. Mesmo assim, o governo sofria perseguição por parte dos veículos de comunicação da família Sarney. Com o golpe e a volta de Roseana ao poder, a principal fonte de financiamento foi escancarada novamente.

Com a chegada de Flávio Dino ao Palácio dos Leões, em janeiro de 2015, o Sistema de Comunicação Sarney, passou a sentir os efeitos terríveis da escassez de recursos públicos. Aos poucos, em dificuldade de manter a pesada folha de pessoal, passou a demitir. Os principais atingidos foram funcionários do Jornal O Estado do Maranhão, que está operando no vermelho. No fim de 2016, chegou-se a cogitar a venda do matutino, mas por insistência de Sarney, o controle continua com o clã. Mas as demissões continuam em todo o Sistema. Até a TV vai mal das pernas.

Sem ter como acessar os cofres do Estado, a mídia sarneisista ataca permanentemente o governo Flávio Dino. Um enredo do que ocorreu com Jackson Lago. Uma campanha sistemática para tentar jogar a população contra o governador, numa tentativa de enfraquecê-lo, desgastá-lo e deixá-lo sem condições de disputar a reeleição em 2018, quando o grupo pretende retorna ao poder, com Roseana ou com outro candidato. Até aqui, mesmo com todo o bombardeio, o governador tem conseguido se manter com 60% de aprovação.

Além do Sistema Sarney, o Sistema Lobão (TV e rádio Difusora) passa pelas mesmas dificuldades. Ao sentir os efeitos do fechamento das torneiras dos Leões, Edinho Lobão não pensou duas vezes e decidiu arrendar o negócio. Certamente os arrendatários também contam com as benesses dos cofres públicos para manutenção do Sistema. Deve se manter enquanto esse financiamento estiver assegurado.

A crise nos dois maiores sistemas de comunicação do Estado serve para mostrar que o poder público é o principal mantenedor de negócios privados nesse setor. Talvez 60% da receita de veículos de comunicação sejam oriundos dos cofres públicos. Sem isso, é fechar para balanço, arrendar ou mesmo vender.

E quem comprar ou arrendar, vai esperar contar com as benesses dos cofres públicos.

Murad deixou dívida milionária na prefeitura de Coroatá

O primeiro mês de gestão do prefeito de Coroatá, Luís Amovelar Filho, tem servido para colocar a casa em ordem e administrar o rombo nos cofres públicos deixado pela ex-prefeita, Teresa Murad.
Diversas empresas ficaram sem receber e agora estão batendo na porta do novo prefeito para cobrar os débitos da administração anterior. Um exemplo é a PAVI – LOCADORA LTDA, contratada para alugar veículos. O contrato prevê pagamento anual de R$ 1.032.000,00. (Um milhão e trinta e dois mil reais) para o fornecimento de 20 veículos que foram recolhidos pela falta de pagamento. Os repasses foram cancelados após a derrota da prefeita em outubro do ano passado.
Murad saiu da prefeitura sem pagar nem as luxuosas Caminhonetes alugadas para sua gestão. A informação foi divulgada pelo blog Coroatá de Verdade que ainda denunciou outros calotes da gestão passada.


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

As cinco denuncias gravíssimas que derrubaram o comandante do 10º Batalhão de Pinheiro

Tenente Coronel Osmar foi afastado após denuncias que descaracterizou viatura para uso pessoal da esposa, além de fraudar diárias para realização de confraternização de final de ano, e ainda, falsificar licitação, receber propina de prefeitos e usar a PM para realizar transporte de valores para fins privadas.

Por fim, o comando geral da PM investiga se são verdadeiras as denúncias de que o comandante do 10º Batalhão de Pinheiro determinou o Grupo de Operações Especiais (GOE) para fazer, de segunda a sexta, escolta de valores da distribuidora Dibrasa, supostamente ligada ao ex-prefeito Filuca. Os malotes de dinheiro seriam transportados para o banco pelos próprios policiais do batalhão, o mesmo acontecendo com valores dos postos de gasolina da cidade

1ª. Viatura descaracterizada para esposa
O comandante geral da Polícia Militar do Estado, Coronel Pereira, afastou, nesta segunda-feira (23), o comandante do 10º Batalhão Militar, sediado em Pinheiro, Tenente Coronel Osmar, para apurar denúncias de desvio de conduta contra o militar. Em contato com o Jornal Pequeno, Pereira afirmou que está selecionando um nome adequado para substituí-lo.
Dentre as denúncias recebidas, uma, de imediato, já foi resolvida pelo Coronel Pereira: a devolução, para a Companhia de Santa Helena, de uma viatura blaser, entregue recentemente pelo próprio comandante da PMMA, que Osmar retirou de Santa Helena descaracterizou e levou para Pinheiro. Essa viatura descaracterizada, inclusive, estaria sendo utilizada pela esposa do comandante do 10º Batalhão. “Já recaracterizamos a viatura e devolvemos para a Companhia de Santa Helena”, afirmou Pereira.
2ª. Confraternização de final de ano
Apura ainda o comando da PM uma denúncia sobre uma confraternização de final de ano, em dezembro último, organizada pelo Tenente Coronel Osmar. Para viabilizá-la, o comandante do 10º Batalhão teria solicitado 20 diárias em nome de cinco oficiais e 15 ‘praças’, que deveriam sacar de suas respectivas contas e entregar pessoalmente a ele ou a seu ajudante, um cabo de nome Rodrigo, o que de fato aconteceu. Os vinte policiais repassaram o dinheiro das diárias, que caiu na conta do comandante do 10º Batalhão, com autorização do funcionário civil Rubinho, que opera o sistema das finanças do Quartel. Além do recurso das diárias, o comandante teria pedido patrocínios para a confraternização em lojas, postos e bancos da cidade, fato que está sendo apurado.
3ª. Licitação ao restaurante ‘Chicão’
Outra denúncia que levou ao afastamento do comandante Osmar enquanto os fatos são apurados diz respeito a uma licitação, no Batalhão de Pinheiro, para alimentação dos alunos do curso de soldado. A licitação foi ganha pelo restaurante ‘Chicão’, mas o tenente coronel afastado teria falado com o então prefeito Filuca para doar 40 dias de alimentação aos alunos no restaurante popular daquela cidade, pedido que teria sido atendido. Há informações, agora, apuradas, de que o restaurante ‘Chicão’, que ganhou a licitação, teria fornecido nota desses 40 dias de alimentação aos alunos do curso de soldado.
4ª. “Mensalinhos” de prefeitos
Também estão sendo investigadas denúncias de supostos repasses de recursos ao comando do 10º Batalhão por parte de prefeitos da região, inclusive para abastecimento de viaturas. E, ainda, de compras na casa de construção Ferro Norte, em Pinheiro, em nome do quartel, sem que o material chegasse ao seu destino legal, como torneiras, pisos em porcelanato.
5ª. Transporte de valores
Por fim, o comando geral da PM investiga se são verdadeiras as denúncias de que o comandante do 10º Batalhão de Pinheiro determinou o Grupo de Operações Especiais (GOE) para fazer, de segunda a sexta, escolta de valores da distribuidora Dibrasa, supostamente ligada ao ex-prefeito Filuca. Os malotes de dinheiro seriam transportados para o banco pelos próprios policiais do batalhão, o mesmo acontecendo com valores dos postos de gasolina da cidade. 

Como diria João Grilo: é uma agonia, fica rico, fica pobre...


A semana começa com a expectativa sobre as decisões políticas e jurídicas em Bacabal.
As contas do município na Caixa Econômica Federal foram novamente congeladas. Não por ordem da Justiça, mas por determinação da Superintendência.
Há um equívoco nessa história
É o de que o juiz federal determinou o bloqueio das contas. Na verdade essa decisão já tinha sido tomada por parte da Caixa que se negou a permitir o acesso em razão de ter recebido um ofício no dia 2 de janeiro, assinado por Edvan Brandão, informando que o Prefeito e o Vice-prefeito não tomaram posse, como explicado no item 9 dessa postagem.
O juiz Clécio Alves de Araújo ao negar uma liminar de Jose Vieira Lins, afirmou, isto sim, que a decisão da caixa estava amparada no Ofício e ele juiz não poderia obriga-la de modo contrário.
Pior para os servidores
Os servidores permanecem na indefinição, sem receber o salário e sem saber quando receberão. Num dia respiram aliviados. No outro volta a incerteza. Como diria João Grilo (Matheus Nachtergaele), no filme o Auto da Compadecida: “é uma agonia, fica rico, fica pobre”.
Será realizada uma manifestação
Há uma manifestação sendo convocada para esta semana. Segundo pipocam os comentários nas redes sociais, a ideia é protestar contra a instabilidade e defender uma decisão rápida para que os servidores não sejam mais prejudicados.
Alberto Filho deve sair do PMDB 
O suplente de deputado federal Alberto Filho deve sair do PMDB. É certo que ele não será mais candidato a deputado federal e vai disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. A grande questão agora é equacionar esse objetivo e a viabilidade partidária que lhe permita ser eleito. Há pelo menos 3 partidos sendo estudados para receberem a filiação de Alberto Filho. 
Dois candidatos no Palácio dos Leões

A Câmara dos Deputados respira um processo de eleição da Mesa Diretora. Dois candidatos estiveram no Maranhão nesse final de semana e visitaram o governador Flávio Dino.
Na sexta-feira (20) o deputado Rodrigo Maia (PMDB) e candidato à reeleição foi ao Paláico e reuniu com vários membros da Bancada Federal do Maranhão, deputados estaduais, vereadores e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior,
sábado foi a vez do Jovair Arantes (PTB-GO) reunir com Flávio Dino. Na pauta do encontro, que contou com a participação de outros parlamentares, o diálogo acerca dos desafios que o Brasil enfrenta no atual momento. Também participaram da reunião o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, os deputados federais maranhenses Waldir Maranhão, Eliziane Gama, Weverton Rocha, Rubens Pereira Júnior, Julião Amim, Cléber Verde e Pedro Fernandes; os deputados federais do Paraná, Alfredo Kaefer; do Mato Grosso; Valtenir Pereira; da Paraíba, Wilson Filho, além do vereador Pedro Lucas Fernandes e do secretário de Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry.  Fotos: Karlos Jeromy
Agora é com o juiz
Foi entregue na sexta-feira (11h25) a Manifestação de parte dos vereadores da Câmara de Bacabal. É o grupo que participou da solenidade de posse e da eleição do vereador César Brito como presidente. A manifestação é assinada pelos advogados Carlos Sérgio de Carvalho Barros, Sócrates José Niclevisk e Benno Cesar Nogueira de Caldas.

Em áudio, piloto que levava Teori menciona chuva e não relata falhas


A gravação de áudio do avião em que voava o ministro Teori Zavascki (Supremo Tribunal Federal) indica, segundo peritos da Aeronáutica, que não houve relato de problemas na aeronave antes da queda em Paraty.

Segundo a Folha apurou, os registros da cabine do avião King Air teriam captado diálogos do piloto Osmar Rodrigues com outros pilotos que voavam pela região.

Em uma conversa, de acordo com informações obtidas pela reportagem, o piloto diz que vai esperar a chuva diminuir antes de pousar. Pouco depois, a gravação teria sido interrompida, segundo análises preliminares.

Na avaliação de técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o teor aponta, em caráter preliminar, que o piloto pode ter perdido o controle da aeronave, levando-a ao choque com a água. O áudio não explica exatamente o que ocorreu - a investigação depende também de outros fatores para que a causa da queda seja esclarecida.

A Aeronáutica confirmou na noite desta segunda (23) que os técnicos conseguiram acessar material arquivado no gravador de voz da cabine do avião que se acidentou na última quinta-feira (19), matando o ministro do STF Teori Zavascki.

O conteúdo da gravação não foi divulgado –a Justiça Federal decretou sigilo sobre as investigações.

O aparelho sofreu danos pelo contato com a água do mar, mas eles não foram graves a ponto de impedir o acesso aos dados. O equipamento grava os últimos 30 minutos de conversa na cabine do avião.

Segundo a Folha apurou, o registro de áudio foi feito durante todo este período.

O aparelho, chamado de CVR, chegou a Brasília na manhã do último sábado (21) e está sob os cuidados do Labdata (Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo), do Cenipa.

À tarde, a Aeronáutica havia informado que os próximos passos do Labdata eram: "secagem do aparelho, verificação da integridade dos dados, processo de degravação dos dados e processo de transcrição".

Segundo a Aeronáutica, o CVR possui "duas partes". "A primeira é o gravador em si, que armazena os dados. Essa parte é altamente protegida. A segunda é chamada 'base', que contém cabos e circuitos que fazem a ligação com o armazenamento de dados. É essa segunda 'parte' que está molhada e precisa ser recuperada", informou a nota.

O aeroporto para o qual o avião se dirigia, na cidade de Paraty (RJ), não dispõe de torre de controle. Se o gravador estava acionado durante o voo, em tese registrou conversas na cabine e contatos do piloto com a torre de controle do Campo de Marte, em São Paulo, de onde o avião partiu. A análise das supostas conversas poderia dar pistas aos investigadores sobre as causas do acidente.

A investigação do Cenipa é focada na identificação de causas da queda e possíveis recomendações para redução de riscos e não tem prazo para acabar.

INQUÉRITO

O inquérito tocado pela Polícia Federal sobre a queda do avião inclui investigações em Sorocaba (SP), onde se localiza o hangar principal utilizado pelo avião King Air que se acidentou, Paraty (RJ) e no aeroporto do Campo de Marte, em São Paulo, onde foi apreendido equipamento de vídeo com imagens captadas sobre a chegada do ministro do STF no dia do acidente.

Os policiais, entre os quais um ex-piloto de avião comercial, são lotados na direção geral da PF, em Brasília. O grupo básico é formado por seis investigadores, alguns dos quais também trabalharam no inquérito que apurou a queda do jatinho que, em 2014, matou o então candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB).

O objetivo do inquérito sigiloso da PF é averiguar se alguma ação criminosa concorreu para a queda do King Air.

Além das investigações do Cenipa e da PF, a queda do King Air é apurada pela Polícia Civil do Rio e pelo Ministério Público Federal.

A empresa fabricante do King Air, a Textron Aviation Corporate, que controla a Beechcraft, confirmou à Folha, por e-mail, que poderá auxiliar nas investigações no Brasil. "A Textron Aviation trabalha em estreita colaboração com as autoridades governamentais responsáveis pela investigação de acidentes e ofereceu assistência investigativa às autoridades locais", informou a companhia. Sobre detalhes do trabalho, a empresa afirmou que não faz comentários sobre investigações em andamento.

Sediada em Rhode Island (EUA), a Textrom fabrica aviões Beechcraft e Cessna e helicópteros Bell, entre outros aparelhos.

O acidente que matou Teori foi o segundo na região de Paraty envolvendo um King Air desde o início de 2016. No dia 3 de janeiro do ano passado, um avião do mesmo modelo pertencente à cadeia de supermercados Shibata também decolou do Campo de Marte, a exemplo do caso do avião em que estava Teori, e se acidentou durante procedimentos de descida no aeroporto de Paraty. As duas pessoas que estavam no avião morreram.