Jornalismo com seriedade

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Sina de traição – Sarney prepara “punhal” para Michel Temer…


Sarney e Temer: Abraço de Tamanduá, aquele que te abraça pela frente e te apunhala pelas costas
As articulações para a substituição do presidente Michel Temer (PMDB) evoluíram nas três principais forças políticas do país –PMDB, PSDB e PT– e agora envolvem diretamente três ex-presidentes da República: Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney.
Desde a última quinta (18), quando foram divulgados os detalhes da delação da JBS que envolvem Temer, eles têm liderado conversas suprapartidárias em busca de um consenso para a formação de um novo governo, caso o peemedebista seja cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os três caciques, pontos de contato nos diálogos que acontecem reservadamente em Brasília e São Paulo, cuidam para que os debates não ganhem caráter partidário.
As conversas estão pulverizadas, uma vez que, por ora, cada sigla traça caminhos diferentes para o desfecho da crise.
Do lado do PSDB, fiel da balança do governo, FHC se tornou referência e, segundo relatos de tucanos, já abriu contato com parlamentares do PT. Além disso, é o mais importante interlocutor do presidente do TSE, Gilmar Mendes, considerado “peça-chave” para viabilizar a saída institucional de Temer.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Roberto Rocha busca aliança com o clã Sarney e reforça sua má fama de traidor


Rocha ao lado da Murad e do ex-secretário do governo Roseana…
Ao receber em Brasília (DF) dois membros do clã Sarney, o senador Roberto Rocha (PSB) confirma a má fama de traidor que adquiriu ao ter rompido com o governador Flávio Dino (PCdoB). Rocha, que atualmente considera o governador como seu rival, só conseguiu chegar ao Senado em 2014 graças à chapa vitoriosa que elegeu Flávio Dino e pôs fim a quase 50 anos de domínio do grupo Sarney no Maranhão.
Roberto Rocha esteve reunido nesta terça-feira (23) com a deputada estadual Andréa Murad (PMDB) e com o chefe do seu gabinete, Fábio Gondim. O encontro é mais um sinal de que o parlamentar está tentando fazer o caminho de volta ao grupo Sarney para tentar articular apoio da oligarquia nas eleições de 2018, quando pretende disputar o governo do Estado contra Flávio Dino.
Em 2014, no entanto, o discurso de Roberto Rocha ao lado de Dino era outro. Na época, seu slogan era “senador da mudança”, e sua candidatura seguia uma linha clara de antagonismo ao poderio do clã Sarney. Atualmente ele usa as redes sociais para criticar arbitrariamente a gestão Dino, no afã de macular a boa aceitação popular do governador entre os maranhenses.
Rocha é filho do ex-governador Luiz Rocha, político que fez carreira atendendo ordens da família Sarney. Voltar ao grupo Sarney parece ser a única saída para o projeto político do senador para 2018. Ele era um fiel aliado do presidente Temer e planejava contar com o apoio da máquina federal nas próximas eleições. No entanto, seus planos foram interrompidos quando seu partido, o PSB, decidiu abandonar a gestão Temer e defender a imediata renúncia do presidente.
“Diga-me com quem andas que te direi quem és”
O parlamentar, que há pouco mais de dois anos fazia duras críticas aos interesses políticos da oligarquia Sarney, não mede consequências ao aparecer em reunião com integrantes do clã, ainda que essas novas alianças possam gerar maior desgaste da sua imagem pública.
Andréa Murad é filha do ex-secretário de Roseana Sarney, Ricardo Murad, apontado como chefe de uma organização criminosa que desviou R$ 1,2 bilhão da Saúde do Maranhão.
Já Fábio Gondim, assessor de Rocha e que também foi secretário de Planejamento no governo Roseana, saiu do Maranhão para assumir a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Mas ele passou apenas sete meses no cargo, sendo exonerado devido a grave crise instalada na saúde da capital federal durante sua administração. Ele chegou a ser alvo de ação do Ministério Público Federal que pedia sua prisão por supostamente ter descumprido acordos nos fornecimentos de medicamentos para pacientes com hemofilia.
Gondim também respondia a processo por improbidade administrativa durante o governo Roseana. Ele teria omitido informações a respeito de despesas e receitas do governo do Estado que não foram divulgadas no Portal Transparência.

Sebrae no MA realiza mais de 12 mil atendimentos na 9ª Semana do MEI

FONTE SEBRAE
Com ações em 37 municípios e 39 pontos de atendimento espalhados pelo estado, a iniciativa do Sebrae apresentou resultados melhores do que o registrado em 2016

Os técnicos e consultores credenciados do Sebrae realizaram 12.105 atendimentos durante a 9º Semana Nacional do MEI e 4ª Semana de Educação Financeira no Maranhão. Este número é 4,8% maior do que o registrado em 2016, quando foram realizados 11.550 atendimentos.
“Este resultado mostra que, com profissionalismo, dedicação e criatividade, é possível realizar mais e obter melhores resultados. Atuamos no estado inteiro, realizamos ações em 37 cidades maranhenses, ampliamos a capilaridade das ações com o apoio de uma rede de parceiros, públicos e privados, e desta forma conseguimos amplificar o atendimento para os pequenos negócios, em especial aos Microempreendedores Individuais”, comentou o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins.
Ao todo, durante a 9º Semana Nacional do MEI e 4ª Semana de Educação Financeira foram realizados 277 palestras e oficinas em 39 pontos de atendimento no estado. Além disso, foram realizadas 94 formalizações de MEIs, 5.107 orientações empresariais e 586 consultorias.
"Os resultados alcançados mostram a aceitação do Sebrae pelos empreendedores do estado. As metas para as Semanas do MEI e de Educação Financeira foram superadas com tranquilidade, porque o maranhense confia que a instituição está fazendo seu papel”, acredita o diretor técnico do Sebrae, José Morais.
A 9ª Semana do MEI e 4ª Semana de Educação Financeira aconteceu de 8 a 13 de maio. Em Pinheiro uma decisão inédita marcou a semana, pela primeira vez as ações não aconteceram apenas na sede da Unidade Regional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Maranhão (Sebrae) em Pinheiro. A descentralização levou capacitações para os municípios de Guimarães, Alcântara e Bequimão, além é claro da cidade de Pinheiro.
A semana do MEI na regional alcançou números expressivos, foram quase 500 atendimentos, através de 08 palestras com mais de 200 participantes, 11 oficinas com mais de 190 participantes e 95 atendimentos especializados entre consultorias e orientações técnicas. A unidade regional do Sebrae de São Luís foi quem mais realizou atendimentos no estado, seguida de Imperatriz (1.619) e Caxias (1.425).   

MEI
No Brasil, os Microempreendedores Individuais já chegam a 7 milhões de pessoas que encontraram na formalização uma maneira mais segura de conquistar o seu espaço no mercado e possuem, hoje, cidadania empresarial sendo incluídas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), com vantagens como redução tributária e seguridade da Previdência Social, passando a ter direitos como aposentadoria, auxílios maternidade e doença, dentre outros.
No Maranhão, os MEIs já ultrapassam 92 mil, de acordo com estatísticas do Portal do Empreendedor do dia 30 de abril, sendo a capital São Luís o município que concentra o maior número, com 30.309, seguido de Imperatriz (8.145), São José de Ribamar (4.009), Timon (2.989) e Paço do Lumiar (2.444).

Semana do MEI em Números
Resultados da edição de 2017 superaram em 4,8% os registrados em 2016
                                               2016                2017
Cidades                                  28                    37
Atendimentos                        11.550             12.105
Palestras e Oficinas                229                  277
Pessoas capacitadas*             4.845               6.402
Formalizações                        197                  94                   
Consultorias                           647                  586


*Pessoas capacitadas em palestras e oficinas

terça-feira, 23 de maio de 2017

Sarney, FHC e Renan Calheiros articulam novo nome para substituir Temer, diz jornal


O alto comando da coalizão partidária que sustenta o governo Temer busca desde o fim de semana uma solução para a crise que permita a renúncia do presidente e dê a ele garantias de que não irá para a prisão.
Temer já teria concordado com a ideia, e opções como indulto ou pedido de asilo foram discutidas nas últimas horas. Entre os articuladores estão José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Romero Jucá e Renan Calheiros. O primeiro obstáculo é a escolha de um nome de consenso para substituir Temer, em eleição indireta.
A ele caberia acertar uma agenda mínima para a transição até 2018 e convocar uma assembleia constituinte. Gilmar Mendes e Nelson Jobim teriam a preferência do PMDB. Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tem conversado com senadores, e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, apresentou-se ontem como o garantidor das reformas no Congresso. Há uma corrida contra o tempo: há pedidos de impeachment, as condições de governabilidade perdem força a cada minuto.
E as ruas podem melar o jogo.
Roteiro na rede
O caminho negociado por PMDB e PSDB foi exposto por Renan Calheiros no Facebook: “Precisamos construir uma saída na Constituição que garanta eleições gerais em 2018 e assembleia nacional constituinte. Fora disso é o imponderável. Tenho convicção que o presidente compreenderá seu papel e ajudará na construção de uma saída.”
Da coluna Lidya Medeiros/ O Globo

Câmara acumula 14 pedidos de impeachment de Michel Temer

Nove pedidos para impedimento do presidente foram apresentados após divulgação de conversa com o empresário Joesley Batista; outros cinco foram protocolados antes de delação.

G1
Situação de Michel Temer começa a ficar insustentável
Câmara dos Deputados já havia recebido, até a tarde desta segunda-feira (22), 14 pedidos de impeachment do presidente Michel Temer.
Do total, nove foram protocolados desde a divulgação de informações da delação premiada dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista. Outros cinco já tramitavam na Casa anteriormente.
A delação dos executivos foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, com base nas informações, a Corte autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer por suspeitas de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
Diante dos pedidos de destituição do presidente já apresentados, cabe ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidir se aceita ou não os argumentos e dá andamento ao processo de impeachment de Temer.
Além dos 14 pedidos já registrados na Câmara, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, informou nesta segunda-feira (22) que a entidade apresentará, ainda nesta semana, mais um pedido de impeachment de Temer.
No último fim de semana, a OAB aprovou, por 25 votos a 1, entrar com o pedido de impeachment.

Os pedidos

Autor: Mariel Márley Marra, advogado
  • Data da Apresentação: dezembro de 2015
  • O que diz: argumenta que o presidente cometeu o mesmo ato da ex-presidente Dilma Rousseff ao assinar decretos que abriram créditos suplementares sem autorização do Congresso, que seriam incompatíveis com a meta de resultado primário.
  • Situação: aguarda indicação de membros pelos partidos para instalação de comissão especial, mas o processo está judicializado. Em abril do ano passado, o ministro do STF Marco Aurélio Mello concedeu uma liminar (decisão provisória) ao advogado determinando que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, instalasse uma comissão especial na Casa para analisar o caso, nos moldes do que ocorreu com Dilma. A Câmara, porém, não cumpriu a ordem e não instalou a comissão. Após nova cobrança de Marco Aurélio, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu, em dezembro de 2016, que o plenário do STF decida se a Casa deve ou não dar prosseguimento ao pedido. A decisão ainda não foi tomada.

Fachin cede à Receita provas contra Renan, Jucá, Sarney e outros investigados na Lava Jato

Estadão
Nelson Jr.|SCO|STF

O objetivo é verificar a ocorrência de infrações tributárias e iniciar ou complementar procedimentos fiscais contra políticos


O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Receita Federal a obter documentos e provas que fazem parte de investigações da Lava Jato no STF contra os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Fernando Collor (PTC-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-presidente da República José Sarney, entre outros parlamentares. O objetivo da Receita é verificar a ocorrência de infrações tributárias e iniciar ou complementar procedimentos fiscais contra políticos.
Ministro Edson Fachin, do STF
Ministro Edson Fachin, do STF 
No fim de março, o grupo de trabalho da Receita Federal que fiscaliza a Operação Lava Jato pediu acesso ao conteúdo de 13 inquéritos e uma ação cautelar que estão na Corte, em busca de indícios de não pagamento de impostos por parte de investigados.
A Receita informou a Fachin que alguns dos envolvidos na Lava Jato já estão sob procedimento fiscal, em que se apura possíveis irregularidades em relação ao pagamento de impostos. E afirmou que a “possível celeridade na obtenção desses documentos otimizará as decisões acerca das confirmações necessárias quanto à efetividade dos indícios de infração tributária que deram causa aos procedimentos fiscais instaurados e em face de novos alvos potenciais que ainda não tiveram ações fiscais iniciadas”.

EM PINHEIRO, POPULAÇÃO E LIDERANÇAS POLÍTICAS COMEMORAM ANIVERSÁRIO DE LÚCIO ANDRÉ


Em Pinheiro, uma multidão compareceu a festa de aniversário do pré-candidato a deputado estadual, Lúcio André. A grande festa contou a apresentação de bandas locais e do cantor Tony Guerra, da famosa banda Sacode.
O evento contou também com a presença de diversas lideranças políticas da Baixada.  O deputado federal e pré-candidato a senador Waldir Maranhão, também marcou presença.
Em seu discurso, Lúcio André agradeceu a presença de todos e aproveitou para destacar as ações do irmão em prol da população.
“Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, aos amigos, e as grandes lideranças da baixada e ao o povo que sempre me acolheu e sempre acreditou e confiou em minha família. O presente maior foi a presença de cada um de vocês. Muito obrigado Pinheiro”, disse André.
A festa realizada no último sábado foi uma demonstração de força e liderança dos irmãos Genésio no município de Pinheiro. Para quem ainda tem dúvidas sobre a capacidade de articulação de Lúcio André na corrida por  uma vaga na Assembleia Legislativa, essa foi uma grande oportunidade para mudar de ideia.

Assassinato de empresária causa comoção no município de Rosário

No início da noite do domingo (21) um crime de latrocínio (roubo seguido de morte) tirou a vida de uma empresária do município maranhense de Rosário. Adilce Gonçalves Silva, de 45 anos de idade, foi morta quando se encontrava sentada na porta de sua residência.

Segundo informações da imprensa local, a vítima foi atingida por um tiro nas costas ao se recusar a entregar o aparelho celular. Os criminosos estariam em uma motocicleta utilizada para empreender fuga.

Ainda nas proximidades acabaram colidindo em um carro e foram detidos pela Polícia Militar.
Adilce deixou esposo, três filhos e netos.

domingo, 21 de maio de 2017

Faltaram inteligência e decência a Temer, diz Cristovam

Senador do PPS do Distrito Federal condena comportamento do presidente diante de Joesley e diz que ele perdeu todas as condições de continuar na Presidência. Mas lamenta a falta de lideranças na política e o risco de a situação do país piorar

Aos 73 anos, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) foi citado nos últimos dias por vários juristas, entre eles Miguel Reale Junior – um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – como alternativa a uma eventual eleição indireta para substituir Michel Temer na Presidência da República. Possibilidade que ele, publicamente, refuta. Mas, para o ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Educação, Temer não tem condições de continuar à frente do Palácio do Planalto.
Na avaliação dele, o presidente agiu com “indecência” e falta de “inteligência” ao recepcionar no Palácio do Jaburu, na calada da noite e fora de sua agenda, um empresário com tantas complicações na Justiça, alvo de operações da Polícia Federal, para travar com ele o diálogo registrado pelas gravações.
Mesmo com a urgente necessidade de troca de presidente, falta ao país liderança ou partido com capacidade e força para liderar o processo de mudança, na opinião de Cristovam. O único caminho possível, segundo ele, passa por uma tentativa de reconciliação entre os políticos e a sociedade brasileira.
Uma alternativa que deve ser buscada com urgência para evitar uma tragédia de grandes propoções, adverte. “Estamos caminhando para uma desagregação social”, considera. “Nós já chegamos ao fundo do poço no que se refere à violência e à desmoralização da política. Está difícil encontrar um caminho para sair deste fundo do poço”, reforça o ex-reitor da Universidade de Brasília (UnB) em entrevista em vídeo ao Congresso em Foco. Ele usa termos como “tragédia” para definir o atual momento e, em tom de lamento, aponta para o risco de tudo piorar: “A situação brasileira pode piorar muito”.
Veja a entrevista:


“Se delator falasse de propina comigo, mandaria prendê-lo”, diz Renan, acusado de receber R$ 9 milhões da JBS

Fonte: Congresso em Foco
A referência é uma clara provocação a Temer, que ouviu o empresário Joesley Batista, da JBS, confessar crimes e nada fez. Ricardo Saud diz que acertou pagamento de propina para a eleição de Renan à presidência do Senado na casa dele
"A citação do delator é fantasiosa. O fato dele ter ido à minha casa não significa que tenho qualquer relação com seus atos criminosos", diz líder do PMDB no Senado

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), cutucou o presidente Michel Temer ao contestar trechos da delação da JBS que apontam o pagamento de propina e caixa dois para ele e seu filho, o governador Renan Filho. Réu e investigado em outros 13 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente do Senado disse que mandaria prender qualquer pessoa que lhe oferecesse esse tipo de vantagem indevida.
“A citação do delator é fantasiosa. O fato dele ter ido à minha casa não significa que tenho qualquer relação com seus atos criminosos. Ele ou qualquer outro delator jamais falaria comigo sobre propina ou caixa dois. Se fizesse isso, eu teria mandado prendê-lo”, afirmou Renan, em nota enviado à imprensa por sua assessoria. A referência é uma clara provocação a Temer, que ouviu o empresário Joesley Batista, da JBS, confessar crimes e nada fez. O presidente alega que não acreditou no “falastrão”.
A delação da JBS também atinge Renan em cheio. O lobista do grupo, Ricardo Saud, disse em depoimento que o grupo comprou o apoio de cinco senadores em 2014, a pedido do então ministro Guido Mantega (Fazenda), para garantir o apoio do PMDB à reeleição de Dilma. Segundo Saud, o acerto ocorreu na residência oficial da Presidência do Senado, então ocupada por Renan. Parte do dinheiro, disse o diretor de Relações Institucionais da empresa, foi utilizada na campanha de Renan Filho.
O delator contou que Renan ficou com a maior parte da propina (R$ 9,3 milhões). Os outros beneficiários, segundo ele, foram os senadores peemedebistas Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Valdir Raupp (RO) e o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE). Pelas contas dele, Raupp ficou com R$ 4 milhões enquanto seus colegas levaram R$ 6 milhões.
Ricardo Saud contou que relatou os pagamentos a Temer, que reagiu com indignação por se sentir desprestigiado no partido. “O Joesley me entregou um bilhete, depois de uma reunião com Guido. Eu fui lá, no sábado à tarde, no Michel Temer, e mostrei isso a ele. Ele ficou muito indignado, porque estava perdendo o controle do PMDB.”
Veja o trecho em que o delator fala sobre repasses para o PMDB:

POLÍCIA CIVIL DO MARANHÃO E DO TOCANTINS DESMONTAM QUADRILHA ESPECIALIZADA EM CRIMES CONTRA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS


Uma operação desenvolvida por intermédio da Diretoria de Inteligência e Assuntos Estratégicos (Diae) com apoio da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e da Polícia Civil da cidade tocantinense de São Miguel do Tocantins conseguiu prender, na tarde da última sexta-feira (19), Daniel Sampaio Nascimento e Anderson Silva Paiva, ambos suspeitos de arquitetar atos criminosos contra instituições financeiras.

De acordo com informações repassadas pelo superintendente da Seic Tiago Bardal, a dupla já estava sendo monitorada, pois saíram de Unidades Prisionais das cidades maranhenses de Imperatriz e Davinópolis com o benefício da saída temporária e não retornaram no prazo estipulado.

Até então considerados foragidos da Justiça, a dupla planejava cometer uma onda de assaltos a agências dos Correios e casas Lotéricas, em uma modalidade criminosa conhecida como 'sapatinho', onde os criminosos sequestram algum familiar do funcionário da instituição financeira, e em seguida o mesmo é obrigado a retirar o dinheiro do cofre para o resgate, algo que também se caracteriza como extorsão mediante sequestro.




A Polícia Civil conseguiu neutralizar a dupla que planeja executar os crimes nos estados do Maranhão, Pará e Tocantins. Com eles, ainda foram apresentados na delegacia de São Miguel do Tocantins para averiguação Oziel Alves de Araújo e Adaires Barbosa de Araújo, suspeitos de participar da quadrilha com apoio logístico.

Mais da crise no governo Temer…

– Como parte da estratégia, Temer sobe tom em discurso
Michel TemerO presidente Michel Temer (PMDB) subiu o tom no segundo pronunciamento que fez após a eclosão do escândalo da JBS, proferiu duras críticas ao empresário Joesley Batista – chamando o de criminoso, fanfarrão e fugitivo – e tentou desqualificar as acusações contra ele que lhe renderam um inquérito no Supremo Tribunal Federal, mas deixou ao menos quatro lacunas em sua fala de cerca de 12 minutos. Na defesa que abriu o seu discurso – a de que o áudio gravado pelo empresário foi manipulado -, o presidente não fez o principal: acusou a existência de edição, mas não negou nada do que está na gravação, como ter dito “tem de manter isso aí” após o empresário relatar que estava “de bem” com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
– Perguntas que Temer esqueceu de responder
Resultado de imagem para Joesley da JBS e TemerO que significa a frase exatamente? Por que Temer quer que seu antigo aliado e hoje conhecido desafeto esteja “de bem” com o dono da JBS, um dos maiores mecenas de políticos do país? Se a frase estava fora de contexto, qual é o contexto adequado, então? Temer também não disse por que ficou ouvindo o empresário relatar que tinha subornado um procurador da República e tentado o mesmo com mais dois juízes federais sem questionar Joesley pelas práticas criminosas – pelo contrário, respondeu à revelação com um “ótimo, ótimo”. Para especialistas em direito, o presidente cometeu prevaricação ao ficar ouvindo o relato de crimes sem ter tomado qualquer providência em relação a isso. d6A ofensiva para desqualificar Joesley no pronunciamento de hoje, inclusive identificando-o como um empresário que estaria tentando buscar facilidades no governo, deixa ainda mais estridente uma pergunta: por que, então, o preside66nte recebeu o dono da JBS em sua casa oficial, altas horas da noite, em um encontro que nem constava da sua agenda?
– Temer esqueceu de falar em seu ex-assessor especial
A maior de todas as lacunas na segunda palavra de Temer foi o esquecimento do deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR). Ex-assessor especial na Presidência da República e indicado pelo peemedebista para ser seu interlocutor junto a Joesley, segundo afirmação do empresário em sua delação premiada ao Ministério Público Federal – afirmação esta também não contestada pelo peemedebista. Loures foi filmado recebendo uma maleta de Joesley – que, segundo o empresário, tinha R$ 500 mil, parte de propina para destravar um processo no Cade – em uma pizzaria de São Paulo cerca de um mês após a já célebre reunião no Jaburu com Temer. Sobre o seu suposto intermediário – que teve o mandado suspenso pelo STF -, Temer não deu uma palavra nos dois pronunciamentos, nem para confirmar, nem para negar, nem para defender o que era até ontem um assessor palaciano bem próximo ao presidente.
– Resumo do segundo discurso de Temer
O discurso de Temer foi mais duro, trouxe uma iniciativa concreta (tentar arquivar o inquérito contra ele), reafirmou que não irá deixar o cargo, mas foi insuficiente para afastar as nuvens que pairam sobre ele e que levaram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot a colocá-lo sob suspeita de corrupção passiva, obstrução de Justiça e pertencimento a organização criminosa.
– OAB decide pedir ao Congresso o impeachment de Temer
Resultado de imagem para OABO Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou no início da madrugada deste domingo a proposição ao Congresso Nacional de abertura de processo de impeachment contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), por crime de responsabilidade em razão das acusações contra o peemedebista que vieram à tona com as delações de executivos do grupo JBS. A medida foi aprovada por 25 votos a favor e um contra – houve uma ausência entre os conselheiros, que representam cada um dos estados da federação. O pedido deve ser protocolado na Câmara dos Deputados nos próximos dias e será o nono desse tipo contra Temer – outros oito pedidos foram apresentados por partidos de oposição ao governo. “Estamos a pedir o impeachment de mais um presidente da República, o segundo em uma gestão de um ano e quatro meses”, disse o presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, em referência à medida semelhante adotada contra a então presidente Dilma Rousseff (PT).
– Base aliada se reúne para discutir saída
O PSDB, o DEM e o PPS se reunirão amanhã, domingo, em Brasília, para discutir a saída das siglas do governo. Hoje, a tese majoritária é a do desembarque. As lideranças querem tirar uma posição conjunta e que deixe clara a prioridade a ser adotada a partir de uma eventual renúncia de Michel Temer (PMDB): a de “manter o projeto” – o que, na prática, significa a aprovação das reformas e a preservação da política econômica. Para um líder tucano, o discurso do presidente neste sábado não alterou em nada a situação, que o partido considera “crítica”. O PSDB não pretende abraçar a bandeira da eleição direta no caso da queda do peemedebista. “A saída será pela Constituição”, afirma o dirigente. A Constituição prevê que o sucessor de Temer seja definido pelo Congresso, após convocação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiria o cargo interinamente e teria 30 dias para convocar a eleição.
– PSB abandona governo e pede renúncia de Temer e eleição direta
Integrantes da Executiva Nacional do PSB reunidos em BrasíliaA Executiva Nacional do PSB decidiu neste sábado abandonar o governo Michel Temer. Reunido em Brasília, o partido oficializou o desembarque pouco antes de Temer fazer novo pronunciamento na TV para se defender das suspeitas de obstrução da Justiça, corrupção e organização criminosa, pelas quais é formalmente investigado no Supremo Tribunal Federal, após ter sido gravado por Joesley Batista, dono da JBS. É forte a pressão da cúpula para que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB), entregue o cargo ou ao menos se licencie. Com 42 parlamentares, o partido tem a sexta maior bancada das duas Casas do Congresso, e representa 7% dos votos no Legislativo. A legenda é a quarta maior em número de senadores (sete), empatado com o PP. Na Câmara, a sigla é a sétima mais representada, com 35 deputados federais. É ainda o partido do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho (PE).
– Fala de Temer é decepcionante e não muda sua situação
Deputado Alessandro Molon (PT-RJ)Deputados da oposição ao governo de Michel Temer (PMDB) disseram que o novo pronunciamento do presidente sobre as acusações contra ele no escândalo da JBS não muda sua situação, que os fatos continuam gravíssimos e que ele não tem mais condições de seguir à frente da Presidência da República. “Não muda nada. A única novidade foi que ele anunciou que vai pedir ao STF que barre as investigações, porque ele sabe que, se elas continuarem, ele será condenado criminalmente. Ele apenas ataca o delator [Joesley Batista] como se isso fosse o suficiente para autorizar um presidente da República a integrar uma organização criminosa, praticar corrupção e obstruir a Justiça. Ele não menciona nenhuma das outras provas, como as malas de dinheiro carregadas por quem ele indicou para representá-lo [o deputado federal Rodrigo Loures, do PMDB-PR] junto ao dono da JBS e não desmente os trechos principais”, disse o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ), autor do primeiro dos oito pedidos de impeachment de Temer protocolados na Câmara ao longo da semana.

João Alberto sai dos bastidores, defende Temer, comanda sessões, e vai decidir futuro de Aécio Neves no Conselho de Ética

João Alberto quando presidia a sessão de sexta-feira
do Senado: atuação intensa

A crise que vem sacudindo a República e ameaça mandar para casa o  presidente Michel Temer (PMDB), por renúncia, impeachment ou pelo julgamento, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da chapa Dilma/Temer, sob a acusação de corrupção eleitoral, catapultou o senador maranhense João Alberto de Souza (PMDB) de uma atuação intensa, mas discreta, nos bastidores para o epicentro do terremoto que estremece Brasília. Atual 2º vice-presidente do Senado da República, João Alberto foi escalado para comandar o plenário nesses dias de crise, nas ausências do presidente Eunício Oliveira (PMDB) e do 1º vice-presidente ?.

E não bastasse  tarefa ao mesmo tempo tão complicada e delicada, o PMDB ainda o indicou para permanecer como presidente do Conselho de Ética da Casa, cargo para o qual serás eleito pela sexta vez consecutiva. Como “presidente em exercício” da instituição, João Alberto se impôs o desafio de manter o plenário funcionando, realizando sessões e debates. E ao ser confirmado nesta semana presidente do Conselho de Ética, o senador maranhense encontrará sobre a mesa de trabalho um gigantesco   abacaxi para descascar: o pedido de cassação do mandato do senador Aécio Neves (PSDB).

Um dos quadros mais experientes da Câmara Alta, por ter no currículo dois mandatos de deputado estadual, quatro de deputado federal, um de vice-governador, um de prefeito de Bacabal, um de governador do Maranhão e dois de Senador, além de uma serie de períodos como secretário de Estado, o senador João Alberto é um dos quadros mais experientes do Senado da República. E pelo fato de ter uma trajetória limpa, sem máculas, e uma prática política em que é sempre fiel ao grupo a que pertence – no caso o Grupo Sarney – e via de regra voltada para assumir e cumprir compromissos com as suas bases eleitorais, especialmente Bacabal e a Região do Médio Mearim, o senador maranhense tem sido usado como uma espécie de “reserva moral” da bancada senatorial do PMDB para representar o partido em situações complicadas como a que está em curso na República. Provavelmente o mais próximo e confiável interlocutor do ex-presidente José Sarney, o senador João Alberto tem atuado também como interlocutor do presidente Michel Temer.

Na noite de quarta-feira, quando estourou a delação-bomba do empresário Joesley Batista, dono da JBS, João Alberto surpreendeu a Coluna ao avaliar como “muito estranha” a delação e que, a julgar pelo que tinha ouvido nos telejornais, sua sensação era a de suspeita forte de que poderia ser um esquema bem urdido para derrubar o presidente Michel Temer. “Estou achando isso tudo muito estranho. Vou aguardar para avaliar melhor isso. Parece uma situação muito grave, mas prefiro aguardar mais informações”, declarou.

Nos dias que se seguiram, o senador deu mostras de que suas suspeitas de “armação” estavam ganhando consistência. Tanto que avalizou integralmente discurso de quinta-feira, quando o presidente Michel temer declarou, enfaticamente, que não renunciaria.

Um dos integrantes mais ativos da cúpula nacional do PMDB, o senador João Alberto saiu da movimentação nos bastidores, quando o presidente e o 1º vice-presidente do Senado saíram de cena, entregando-lhe o comando da Casa. E, na manhã de sexta-feira, a bancada do PMDB no Senado decidiu reelegê-lo, pela sexta vez, para a presidência do Conselho de Ética. O propósito inicial era recusar.

Primeiro por considerar que já está há muito tempo à frente do Conselho, e entender que deve haver rodízio, e depois por preferir se dedicar ao trabalho político – preparar o PMDB do Maranhão para as eleições do ano que vem – e parlamentar – para ajudar o Governo na votação das reformas. A bancada do PMDB, no entanto, firmou posição e decidiu que ele continuará, mesmo contra a vontade, na presidência do Conselho de Ética. Sem alternativa, aceitou.

Durante o dia de sexta-feira, João comandou a sessão do plenário do senado e conversou com senadores dos ais diferentes partidos, inclusive os de Oposição, para convencê-los de que a Casa não pode parar. E nas várias vezes em que se manifestou sobre a crise, exibiu mais convicção de que o presidente Michel Temer está sendo vítima de uma trama para apeá-lo do cargo. E mesmo andando na contramão do que dizem oposicionistas e os que estão em cima do muro, correndo o risco de ser criticado e até hostilizado por adversários do Governo, João Alberto tem usado sua conhecida coragem e sua proverbial franqueza para declarar que apoia incondicionalmente o presidente da República