De O Estado –
Após uma semana de discussão, a Câmara dos Deputados aprovou três pontos
importantes da reforma política como o fim da reeleição, impedimento de doação
para campanha eleitoral de empresa para candidatos e ainda a rejeição do
sistema eleitoral distrital, que tinha sido aprovado pelos senadores.
A
bancada maranhense na Câmara Federal foi ouvida por O Estado e a maior parte
não considerou que houve mudanças fundamentais no sistema eleitoral brasileiro.
A expectativa agora dos deputados maranhenses é que no próximo mês quando
voltarem a discutir a Reforma Política na Casa outros pontos como coincidência
das eleições e tempo de mandato sejam discutidos.
O
deputado Victor Mendes (PV), por exemplo, acredita que não foi feita uma
reforma política esperada pela sociedade brasileira. Segundo ele, as mudanças
foram poucas e sem grande impacto no sistema eleitoral.
“Não
houve reforma pelo menos não o que esperávamos e nem o que era o anseio da
sociedade. Por isso, digo que não há motivos para euforia porque as mudanças
aprovadas não são radicais, o que deixam a todos sem a possibilidade de fazer
comparações com outros modelos para saber se há um sistema melhor que o atual”,
afirmou Victor Mendes.
O
deputado que também é do PV, Sarney Filho concorda que não houve uma reforma
política, mas diz que as mudanças de agora já representam uma evolução e um
início de que outras modificações no atual sistema possam ainda acontecer. De
acordo com o parlamentar, o que a Câmara aprovou nos últimos dias foram pontos
que não estavam tão bem definidos na constituição como o caso das doações de
campanha.
“Acredito
que o sistema político ficou do jeito que estava. Foram feitas, na verdade,
algumas mudanças que clarificam o sistema eleitoral como é o caso da proibição
de doação de campanha feita por empresas a candidatos ou mesmo a modificações
nas cláusulas de barreiras,que hoje permite ao partido político ter acesso a
direitos como o fundo partidário tendo um representante na Câmara Federal”,
afirmou o deputado do PV.
Já
Rubens Pereira Júnior (PCdoB) avalia que o as mudanças aprovadas na Câmara
foram retrocesso. Ele considera uma antireforma e resume a Reforma Política
feita até o momento como uma “coletânea de votos vencidos do Supremo”.
A
desaprovação do parlamentar se volta principalmente para o financiamento
privado de campanha para os partidos. O PCdoB defende o financiamento público
de campanha. “Considero que não houve uma reforma e sim uma antireforma. O que
foi feito na Câmara foi pegarem votos vencidos do Supremo e
constitucionalizarem. Não tivemos avanços”, criticou Rubens Júnior.
O
coordenador da bancada maranhense na Câmara, deputado Pedro Fernandes (PTB),
também não poupou críticas às mudanças aprovadas pela Casa. Para Fernandes,
também não houve reforma porque faltaram discutir questões como mudanças mais
profundas a exemplo do regime de governo – se parlamentarismo ou
presidencialismo ou mesmo propostas que fizessem os cortes necessários no
parlamento.
“Que
moral temos nós deputados de buscar cortes no governo da presidente Dilma
Rousseff se não nos movimentamos para cortar os privilégios do legislativo?
Pelo contrário, a discussão é de aumentar tempo de mandato. Se fizéssemos isso,
aí sim poderíamos falar em mudanças concretas”, afirmou Fernandes.
Votação –
Ficou para a segunda semana de junho o retorno das discussões e votações de
pontos da reforma política. Os temas principais que deverão entrar em pauta,
segundo deputados ouvidos por O Estado, coincidência das eleições e tempo de
mandato para deputados e senadores.
Sobre
coincidência de mandato, o deputado Sarney Filho é um dos defensores que haja
essa coincidência para reduzir os gastos com as eleições no Brasil que ocorrem
a cada dois anos.
Pela proposta, se decidirem pela
coincidência das eleições, os prefeito e vereadores eleitos em 2012 teriam o
mandato prorrogado por mais dois anos que para que, em 2018, fossem feitas as
eleições para todos os mandatos eletivos.