A Procuradoria da Suíça já enviou ao procurador
geral da República, Rodrigo Janot, todos os dados da conta secreta que o
ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (foto), mantinha no país. As
operações seriam relacionadas a propinas da famosa usina de Belo Monte.
Consta que o delator Luiz Carlos Martins disse que
Edison Lobão recebeu R$ 2 milhões da Camargo Corrêa e que o pagamento se
relacionava à obra da usina de Belo Monte.
Segundo tweet do jornalista e social média George
Marques, o ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, disse, em delação
premiada, que Edison Lobão recebia mesada de R$ 300 mil por mês.
Em junho deste ano, o delator Luiz Carlos Martins,
ligado à empreiteira Camargo Corrêa, afirmou, em depoimento, que cogitou
comprar R$ 1 milhão em suco de fruta, junto ao empresário Ilson Mateus, para
maquiar suposta propina ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), nas obras da Usina
de Belo Monte. O executivo prestou novas declarações à Polícia Federal, em
Brasília, no fim de março, e reiterou tudo o que disse em sua delação premiada.
Neste depoimento, Luiz Carlos Martins detalhou a
‘operacionalização dos pagamentos’ a Lobão, que teriam ocorrido em 2011, e
envolveu a empresa AP Energy Engenharia e Montagem LTDA. Lobão, na ocasião, era
ministro de Minas e Energia do governo Dilma Rousseff.
“O ‘caminho’ utilizado para fazer o dinheiro chegar
ao destinatário, o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão, foi
mencionado em reunião do Conselho-Diretor do CCBM (Consórcio Construtor Belo
Monte); que, especificamente, recorda-se que foram cogitados vários “caminhos”,
sendo que um deles envolvia Luiz Fernando Silva,
que teria sido Secretario Estadual no Maranhão e
que teria vínculos com o então ministro Lobão”, relatou o delator.
Luiz Carlos Martins disse à PF que precisava
‘efetivar os repasses’ e solicitou ao funcionário da Camargo Corrêa, Gustavo da
Costa Marques, que fosse ao Maranhão para se certificar do suposto vínculo
entre Luiz Fernando Silva e o então ministro Lobão. Ao retornar, contou o
executivo, Gustavo Marques afirmou que o ‘caminho era aquele mesmo, ou seja,
via Luiz Fernando Silva’.
De acordo com o executivo, Gustavo Marques lhe deu
o telefone de contato de Luiz Fernando Silva e informou que os valores deveriam
ser encaminhados também a um empresário de nome Ilson Mateus.
“Como se tratava de um empresário atuante no ramo
de supermercados, houve dificuldade da parte do declarante quanto à forma de
contratação de alguma empresa desse setor pela Camargo Corrêa, de modo que os
valores pudessem ser remetidos ao Maranhão”, relatou Luiz Carlos Martins.
“Enquanto discutia essa dificuldade com Gustavo Marques, em momento de
descontração, surgiu a ideia de aquisição de R$ 1 milhão em suco de fruta, o
que ilustra a dificuldade que havia em operacionalizar o envio do dinheiro.