Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, foi
um dos governadores nordestinos a assinar uma carta enviada ao presidente
Michel Temer em que ameaça processar o ministro Carlos Marun (Secretaria de
Governo) e os agentes públicos envolvidos em práticas como a liberação de
verbas em troca de apoio à reforma da Previdência; na carta, os governadores
chamaram o ato de “arbitrário”, ameaçaram recorrer ao Judiciário e afirmaram
que não vão admitir tal estratégia que visa “extrair alinhamentos políticos,
algo possível somente na vigência de ditaduras cruéis”
O governador Flávio Dino e outros sete governadores dos Estado do
Nordeste enviaram nesta quarta-feira (27) uma carta ao presidente Michel Temer
em que ameaçam processar o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) e os
agentes públicos envolvidos em práticas como a liberação de verbas em troca de
apoio à reforma da Previdência.
O texto assinado pelos oito
governadores nordestinos –seis deles de partidos de oposição– pede que Temer
“reoriente seus auxiliares” com o objetivo de “coibir práticas
inconstitucionais e criminosas”.
Nesta terça-feira (26), Marun
afirmou, após reunião com o presidente, que a liberação de recursos de bancos
públicos, como a Caixa Econômica Federal, seria usada como moeda de troca com
governadores para que eles pressionem deputados a aprovar as mudanças nas
regras de aposentadoria.
Segundo o ministro, isso não configura chantagem, mas sim uma “ação de governo”.
Segundo o ministro, isso não configura chantagem, mas sim uma “ação de governo”.
Os governadores do Nordeste, por sua
vez, chamaram a prática de “ameaça” e manifestam “profunda estranheza com as
declarações atribuídas ao Sr. Carlos Marun”. Segundo eles, esse tipo de ato é
“arbitrário” e, caso confirmado, dizem, não hesitarão em acionar política e
juridicamente os agentes envolvidos.
“Protestamos publicamente contra essa
declaração e contra essa possibilidade e não hesitaremos em promover a
responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a
ameaça se confirme”, diz a carta.
“Vivemos em uma Federação, cláusula
pétrea da Constituição, não se admitindo atos arbitrários para extrair
alinhamentos políticos, algo possível somente na vigência de ditaduras cruéis”,
completa o texto.