Machado gravou várias conversas com políticos do PMDB depois de
fechar acordo de delação premiada
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Machado
gravou várias conversas com políticos do PMDB depois de fechar acordo de
delação premiada
O
Ministério Público Federal descreveu a atuação do ex-presidente José Sarney
(PMDB), no esquema de propina investigado pela operação lava Jato, como a do
“capo di tutti capi” (em italiano), ou “chefe de todos os chefes” (em
português) do PMDB. A constatação, segundo a coluna Radar On Line, veio do MP
ao justificar o pedido de prisão domiciliar do ex-senador oligarca.
Procuradores
dizem que nada acontecia no esquema de propina para o partido sem a bênção de
Sarney.
Na
última sexta-feira (10), a defesa do ex-presidente José Sarney pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) acesso ao pedido de prisão apresentado contra ele pela
Procuradoria Geral da República (PGR).
Segundo
reportagem do jornal “O Globo” da última terça-feira (7), a PGR pediu a prisão
domiciliar de Sarney, com monitoramento eletrônico e uso de tornozeleira. Ele é
suspeito de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Sob a
mesma alegação, a PGR pediu a prisão de outros caciques do PMDB: o presidente
do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o
senador Romero Jucá (RR). O STF ainda vai decidir sobre as prisões.
A
defesa de Sarney também pediu instauração de investigação para punir os
responsáveis pelo vazamento de gravações feitas pelo ex-presidente da
TranspetroSérgio Machado, que mostram conversas com o ex-presidente.
O
advogado de Sarney, Antonio Carlos de Almeida Castro, solicitou ainda acesso às
gravações e à delação premiada de Machado para poder fazer a defesa antes de
uma decisão do STF sobre o pedido de prisão.
Para
a defesa, a gravação se deu de forma “obscura e estranha” e o vazamento teve
por objetivo “constranger” o STF para decretar as prisões.
“Se
confirmadas [gravações], poderão não apenas escancarar uma faceta sombria,
anti-democrática e não republicana de determinados órgãos investigativos, mas
podem revelar uma estratégia deliberada de tentar provocar e jogar a população
contra o Poder Judiciário, como se o Supremo Tribunal Federal fosse ceder a
pressões”, diz a peça, em referência aos vazamentos