Em sua entrevista desta terça-feira ao jornal
Estado de S. Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma
declaração extremamente hipócrita e preconceituosa; "É curioso ver que em
países como os nossos, com um nível educacional relativamente pouco
desenvolvido, as pessoas têm muitas carências. Aqueles que dão às pessoas a
sensação de que atenderam às suas carências ganham uma certa permissão para se
desviar da ética. É pavoroso, mas é assim. É populismo. É a cultura que
prevalece nesses países", disse ele, que apoiou o golpe de um sindicato de
ladrões contra uma presidente honesta, passa a mão na cabeça de Aécio Neves e
tem a cara de pau de posar de moralista
O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é uma das peças centrais do golpe de
2016, que derrubou a presidente honesta Dilma Rousseff e instalou em seu lugar
uma organização criminosa, segundo a procuradoria-geral da República, liderada
por Michel Temer. Ao não frear os ímpetos golpistas de Aécio Neves (PSDB-MG),
derrotado nas urnas em 2014, FHC avalizou a quebra do pacto democrático, que
trouxe ao Brasil o governo mais impopular do mundo – com 97% de desaprovação,
Temer é hoje o político mais rejeitado na face da Terra.
O
que veio depois de Temer já é história. Apareceram os grampos da JBS, as malas
de dinheiro para Rodrigo Rocha Loures e para Aécio Neves, o bunker de R$ 51
milhões de Geddel Vieira Lima e a nomeação de Carlos Marun (PMDB-MS), feita por
Eduardo Cunha, da cadeia, para ser o articulador político do governo Temer.
Esta
administração, a mais corrupta do mundo, é apoiada por FHC, porque executa
justamente o programa de governo do PSDB, que prevê o fim das garantias
trabalhistas, a entrega do pré-sal a empresas internacionais e o ataque às
aposentadorias. E se isso não bastasse, desde que estourou o escândalo Aécio,
FHC tem passado a mão na cabeça de seu pupilo.
No entanto, a despeito de todo esse histórico de
tolerância com a corrupção, FHC teve a cara de pau, na entrevista que
concedeu aos jornalistas Alberto Bombig e Pedro Venceslau, de dizer que os
pobres brasileiros, com menor grau de instrução, toleram a corrupção.