Jornalismo com seriedade

sábado, 19 de outubro de 2013

Marcelo Tavares culpa o governo pelo abandono da Baixada Maranhense



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Ao participar  da solenidade de instalação da Frente Parlamentar em Defesa da Baixada e do Litoral Norte, o deputado Marcelo Tavares (PSB), líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), disse que a situação da Baixada Maranhense é dramática e que a região foi abandonada pelo governo, principalmente nos últimos dois anos.
Tavares, que é de Cajari, um dos municípios da Baixada, elogiou a proposta do deputado Jota Pinto (PR), de criação da Frente para atuar no sentido de resolver alguns problemas da região, como a salinização dos rios.
Marcelo Tavares explicou também que tomou a decisão devido à presença de secretários e técnicos do governo que não teriam direito à palavra para responder aos questionamentos.
Ele assegurou que a falta de ação do governo está levando a Assembleia a buscar uma solução para os problemas da região, através da instalação da Frente em Defesa da Baixada, e que o Poder Legislativo Estadual tem a oportunidade de fazer com essas questões sejam tratadas com responsabilidade. Tavares disse que ouviu decepcionado dos técnicos do governo que ainda é preciso buscar recursos para bancar os projetos.
O líder do BPO afirmou que se o Governo do Estado não tivesse retomado os R$ 47 milhões que o então governador Jackson Lago deixou para o consórcio Conlagos, quando foi cassado, o problema de buscar recursos já estaria resolvido para execução do projeto “Diques da Baixada”. Marcelo Tavares cobrou também que o projeto seja debatido com a população.
“Não se pode fazer diques na Baixada sem discutir com a população”, afirmou. Ele disse, porém, que o projeto não vai resolver todos os problemas da região, uma vez que a região enfrenta problemas graves em vários setores.
Um desses problemas, segundo Marcelo Tavares, é na área das rodovias, a exemplo da MA-014, de Vitória do Mearim a Pinheiro, agora batizada rodovia Deputado João Evangelista, a partir de proposta do próprio líder do BPO. De acordo com o líder do BPO a estrada está em péssima situação, a exemplo de outras rodovias estaduais.
Marcelo Tavares afirmou ainda que os hospitais, as escolas e o terminal de passageiros do Cujupe enfrentam graves problemas que prejudicam a população. Lembrou que se o governo não tivesse retomado R$ 11 milhões deixados pelo Governo Jackson, em convênio com a prefeitura de Pinheiro, o Socorrão regional teria sido feito.

Termina hoje prazo dado por prefeito para concluir reforma da Rodoviária de Santa Inês

Banheiros impróprios para uso, ferros da estrutura do teto enferrujados no chão e sem pintura, obras estariam paradas há mais de 15 dias


A Estação Rodoviária de Santa Inês é uma das mais movimentadas do estado, porém trata-se de uma das mais desestruturadas, não oferecendo qualquer conforto para os milhares de passageiros que passam por ela todos os dias
Enquanto não vem a nova e moderna Estação Rodoviária de Santa Inês, o prefeito Ribamar Alves (PSB), prometeu concluir a reforma total do Terminal Rodoviária de Santa Inês em no máximo 90 dias, segundo informaram para o AGORA várias pessoas que trabalham no terminal de embarques de passageiros da cidade no dia 19 de julho passado
Pela promessa feita pelo prefeito Ribamar Alves que teria sido feita na manhã daquele dia, quando se encontrava em visita àquele logradouro público deveria ser concluída hoje, 19, quando são completados 90 dias, entretanto a tal reforma nem teria começado.
A Estação Rodoviária de Santa Inês é uma das mais movimentadas do estado, porém trata-se de uma das mais desestruturadas do Maranhão, não oferecendo qualquer conforto para os milhares de passageiros que passam por ela todos os dias.
Banheiros inacabados e sujos, sem pia e vasos sanitários, basicamente impróprios para o uso, esgoto dentro do banheiro fechados com pedras pelas próprias pessoas que trabalham no local, lanchonetes sem qualquer mudança, parte da estrutura de ferro do teto ainda no chão, enferrujando, falta água com frequência, não existe acomodação para quem vai esperar para embarcar, a iluminação no entorno dela é péssima, o pátio está tomado de barracas, falta espaço para passageiros se locomoverem de um lado para outro, a segurança é quase nenhuma, também falta local para estacionamento de automóveis e uma reforma que foi iniciada no ano passado vem se arrastando em total prejuízo dos usuários e dos comerciantes em geral.
O prefeito Ribamar Alves teria visitado algumas lanchonetes estabelecidas ali e conversado com quem trabalha nelas e em outros ramos de negócios, que ficaram contentes com as promessas dele  em julho. Já falando com nossa equipe de reportagem na manhã de ontem, sexta-feira, eles não se mostraram nada satisfeitos com a falta de compromisso, já que o prefeito havia prometido, teria que cumprir.
“Acho um falta de respeito com a gente que trabalha aqui, para que veio prometer se não ia cumprir? É lamentável, mas, mais uma vez ouvimos promessas que estão se estendendo até a chegada de campanha política do ano que vem”,  disse uma mulher que trabalha no local e fez questão de nos mostrar a calamidade do banheiro e lanchonete.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Neto de Sarney, Adriano Sarney é especialista em pobreza no Maranhão


Na contramão do senso comum, o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios, para comentar os dados divulgados no Atlas Brasil 2013 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD. Para comentar o assunto, o jornal do grupo Diários Associados no Maranhão procurou o filho do neto do senador José Sarney (PMDB-AP), José Adriano Cordeiro Sarney, filho do deputado federal Sarney FIlho (PMDB-MA).
adriano-sarney-203x300Adriano Sarney apresenta suas armas intelectuais que o balizam para a solicita missão. Estudou na  Université Paris I Panthéon-Sorbonne, a mesma instituição que sua tia, a governador Roseana Sarney, jura ter frequentado quando jovem.
A notoriedade do economista vem de berço. Ficou conhecido nacionalmente ao aparecer como sócio de uma empresa de consultoria intermediadora de convênios de bancos com o Senado quando o avô presidia casa. Em seu rol de amizade está a filha do ex-ministro de Lula e ministro da Fazenda de Dilma Rousseff,  Guido Mantega.
Dos dez anos cobertos pela pesquisa do Atlas Brasil 2013, entre 1991 e 2010, o pai esteve cativo na Câmara Federal, com breve hiato para ser ministro do Meio Ambiente no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Em parte deste período referencial do Atlas, a tia esteve no comando do Executivo do Estado entre 1995 e 2002; e de 2009 até hoje.
Como um bom Sarney, Adriano Cordeiro espertiga-se como expertise em gestão. Na análise de Adriano Sarney, como o pai filiado ao Partido Verde, o índice “ignora aspectos políticos”. Enfim, uma piada levada a sério. Embora nas hostes oposicionistas há aqueles que o reconheçam como preparado, fruto do investimento que as elites depositam em seu legado.
Leia a Palavra do Especialista (sic)
José Adriano Sarney
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) visa analisar o desenvolvimento dos municípios do ponto de vista “humano.” É uma tentativa de ampliar a visão do progresso puramente econômico, levando em conta também outras variáveis, como educação e longevidade. Para se calcular o índice são considerados três indicadores: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda). Contudo, o índice ignora aspectos políticos (como liberdade e diversidade), ambientais (como poluição) e outras importantes variáveis sociais (como segurança). Isto porque limita-se a utilizar dados dos Censos Demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) onde os aspectos quantitativos predominam.
A China e a Gâmbia, por exemplo, formularam seus próprios índices municipais, adaptando a metodologia do IDH-M às necessidades locais. A China criou o Índice de Risco à Saúde, incluindo variáveis como a exposição à poluição do ar e da água, aspectos nutricionais e capacidade de atendimento dos serviços de saúde.
Organismos internacionais também reconhecem que a metodologia usada não abrange todos os aspectos do desenvolvimento humano. No entanto, a utilização do IDH-M oferece um contraponto ao conhecido Produto Interno Bruto (PIB) que considera apenas a dimensão econômica. Além disso, o índice permite a comparação de indicadores socioeconômicos entre municípios brasileiros, ampliando a discussão de políticas públicas e a busca por melhorias na gestão local rumo ao desenvolvimento humano.
Economista e administrador com pós-graduação em economia internacional pela Université Paris I Panthéon-Sorbonne

Pobreza no Maranhão: a principal herança de Sarney


O Maranhão apresenta a menor expectativa de vida na média de homens e mulheres– 68,6 anos – de acordo com dados divulgados, nesta sexta (02), pelo IBGE. São oito anos a menos que Santa Catarina (76,8), que ocupa o primeiro lugar, e cinco abaixo da média nacional (73,76).
Possui a segunda pior taxa de mortalidade infantil do país, apenas atrás de Alagoas, com 29 crianças com menos de um ano mortas para cada mil nascidas vivas. A média nacional é de 16,7 para 1000. A menor taxa está, novamente, em Santa Catarina (9,2/1000).
As três piores cidades em renda per capita pertencem ao Maranhão, de acordo com o recentemente divulgado Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) – Marajá do Sena (R$ 96,25), Fernando Falcão (R$ 106,99) e Belágua (R$ 107,14). Na média dos municípios, o Estado possui o segundo pior IDHM do país, perdendo apenas para Alagoas – outra terra devastada pelo coronelismo.

Dizem que não é educado falar de quem está doente. Mas a influência dos atos de uma figura pública não deixa de existir quando ela está afastada de suas funções, aposentada ou foi desta para a melhor.
Sem desmerecer todas as denúncias de corrupção, nepotismo, desvio de verbas públicas, entre outras, que recaem contra o ex-presidente da República e do Senado, a miséria em que se encontra boa parte do povo maranhense já era motivo suficiente para qualquer brasileiro bradar “Fora Sarney!”
Corrupção na máquina pública e exploração da pobreza, por ação direta e indireta ou inação, estão intimamente relacionados, mas infelizmente é mais fácil cassar alguém pelo primeiro delito do que pelo segundo. O Maranhão, sob o domínio dos Sarney por décadas, não só permaneceu nas piores posições nos indicadores sociais, mas também viu suas terras serem desmatadas e poluídas, latifúndios crescerem, trabalhadores serem escravizados e assassinados, comunidades tradicionais serem ameaçadas e expulsas, a educação ser sucateada, os meios de comunicação ficarem concentrados nas mãos de poucos políticos.
Isso é assustador, considerando que o Maranhão é um Estado rico. Possui jazidas minerais e gás natural. Água doce em abundância. Partes de seu território estão na Amazônia e no Cerrado. Tem localização privilegiada, com um porto mais próximo dos Estados Unidos e da União Europeia do que os do Sul e Sudeste.
Alguns vão colocar a culpa na própria população que os elege. Não é tão simples – Sarney teve que fugir e virar senador pelo Amapá para não ficar fora do jogo político em um determinado momento. E sua filha, Roseana, já perdeu uma eleição para o governo. O Maranhão possui importantes movimentos sociais e uma sociedade civil cada vez mais atuante, como tenho acompanhado em constantes visitas ao Estado nos últimos dez anos. O problema é o desalento de boa parte da população mais pobre, que – infelizmente – já não acredita que a política possa fazer diferença em sua vida. Independentemente de quem lá estiver.

Governo Roseana vai gastar mais de R$ 1,5 milhão em hospital que deveria estar concluído


Ordem de serviço: mais de R$ 1 milhão para hospital
Ordem de serviço: mais de R$ 1 milhão para hospital
O governo Roseana Sarney fez nova licitação e assinou ordem de serviço para concluir a construção do hospital de 20 leitos, que deveria ter sido entregue no final de 2010, no município de Bequimão.
Agora, serão gastos  mais cerca de R$ 1,5 milhão em recursos públicos para concluir a obra (clique na imagem ao lado e veja). A  ordem de serviço autoriza também a construção do hospital de Pirapemas. A construtora Primor Ltda. será a responsável pela conclusão dos serviços, cujo valor global está orçado em R$ 3.568.631,00. O novo prazo de execução anunciado pelo governo é de 180 dias ou 6 meses.
A obra do hospital de 20 leitos em Bequimão começou no início de 2010 e deveria ser concluída em 270 dias ou nove meses. O valor orçado à época foi de R$ 1,8 milhão. Veja a própria governadora anunciando a conclusão do hospital.
A enrolação do governo Roseana não parou por aí. Outra data de inauguração foi anunciada. Desta vez, em pomposa revista publicada pela Secretaria de Saúde do Estado e distribuída durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa, em 2011, previa a inauguração para outubro daquele ano (clique na imagem abaixo para ver). Outra vez a população de Bequimão foi enganada.
Revista Saúde é Vida anunciou inauguração para outubro de 2011
Revista Saúde é Vida anunciou inauguração para outubro de 2011
É sempre bom lembrar que toda essa dinheirama, mais de R$ 3 milhões, é apenas para concluir a estrutura física do hospital. Depois, a unidade de saúde deverá consumir mais alguns milhões de reais em equipamentos e outros tantos para funcionamento e manutenção.
Em tempo de manifestações populares exigindo a correta aplicação do dinheiro público, não custa nada a população ficar de olho. Afinal, ano que vem tem eleições para governador e, sabe como é, os bequimãoenses estão cansados de ver a cada novo pleito surgirem velhas promessas.
Ainda que os ‘santos’ sejam sempre os mesmos…