FÁRMACO
Fármaco deriva do termo
grego phárnObs 1 ,
que tanto pode significar veneno como remédio. Na terminologia farmacêutica
fármaco designa uma substância química conhecida e de estrutura química
definida dotada de propriedade farmacológica. Em termos correntes, a
palavra fármaco designa todas as substâncias utilizadas
em Farmáciae
com acção farmacológica, ou pelo menos com interesse médico. Por convenção,
substâncias inertes (como excipientes) não são considerados fármacos.1
De acordo com esta
definição, fármaco designa qualquer composto químico que
seja utilizada com fim medicinal, o que torna a sua distinção de medicamento bastante
sutil.
Há uma grande confusão,
portanto, sobre o uso de droga e fármaco. Isso porque nos artigos
científicos escritos em Inglês, o uso do termo "drug" está sendo
usado na função de fármaco. E essa mesma palavra "drug" pode ser
ainda utilizada como Drogas Ilícitas como: Haxixe, maconha, entre outras.
Assim, nas últimas décadas droga adquiriu a conotação de
substância ilícitas de abuso. E fármaco para designar, num
sentido lato, qualquer substância com actividade endógena ou farmacológica
Pode ser definido como uma
substância química que interage com uma parte do corpo para alterar um processo
fisiológico ou bioquímico existente. Pode diminuir ou aumentar a função de um
órgão, tecido ou célula, mas não pode criar novas funções para eles.
HISTÓRICO
Anteriormente, a extração de
Fármacos era realizado somente através de materiais vegetais ou minerais, sem
conhecimento da causa da doença ou de que forma essas substâncias utilizadas
faziam seu efeito de cura. Paracelsoadotou a teoria da Doutrina da Assinatura,
que dizia que Deus formulava
a cura de uma doença indicando um sinal comparativo. Por exemplo, era o formato
da flor de verônica um olho, então a verônica funcionava no combate de
tratamento de doenças oculares.2
Depois do século XIX,
iniciou-se a substituição dos fármacos naturais pelos sintéticos, descobertas
ao acaso, triagem empírica, modificação molecular, introdução de grupos
volumosos, alteração de estado eletrônico, entre outros.
CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS
Quanto
a origem
1. Natural
biosíntese→ o fármaco é
originado a partir da ingestão e absorção do farmaco para o tecido alvo. Com
variações de tecido para tecido
biotransformação→ o fármaco é
"finalizado" por um ser vivo ou parte dele. Ex: anticoncepcional.
biologia molecular→ um organismo
recebe informação genética que não possuía e com ela nos dá o fármaco´(insulina
obtida a partir de bactérias com o nosso código genético).
2. Animal
3. Vegetal
4. Artificial
4. Artificial
Síntese→ o fármaco é
construído pelo homem partir de pequenas estruturas e com metodologias mais
pesadas (altas temperaturas)
Semi-síntese→ é semelhante à
biotransformação, o homem apenas finaliza em poucas etapas uma molécula de
certa complexidade e origem natural.
Quanto
ao foco de açãoOrganotrópicos – condicionam a alteração de um parâmetro
biológico (EX.:anti-hipertensores)
Etiotrópicos – não influenciam
qualquer actividade biológica. Finalidade é matar ou impedir multiplicação demicrorganismos patogénicos.
Quanto
a ocasião de usoPreventivo - vacinas e anticoncepcionais.
Substitutivo - vitaminas, insulina.
Usados
para suprimir a causa da doença - bactericidas, bacteriostáticos.helio
Sintomático - corrigem os sintomas
sem eliminar a causa, como ocorre nos analgésicos.
Efeitos que resultam da ação
dos fármacosEfeito terapêutico – acção terapêutica (uma ou mais)
Efeitos
secundários – doses usuais e são previsíveis. Não ocorrem para melhoria da
situação patológica
Reacções
adversas – ocasionam sintomas indesejáveis (ou mesmo toxicidade) ou dão
lugar a interacções prejudiciais com outros medicamentos usados
concomitantemente.
Efeitos
tóxicos – reacções provocadas por uma dose excessiva ou por acumulação
anormal do fármaco no organismo.
Efeitos
locais – reacções que só ocorrem no local de administração do
medicamento;
Efeitos
sistémicos – efeitos ocorrem num órgão ou sistema distante do local de
administração;
Efeitos
sinérgicos – combinação dos efeitos de dois ou mais fármacos, administrados
simultaneamente – efeito final é superior à soma dos efeitos de cada um deles
isoladamente. EX.: relaxante muscular+analgésico
Efeitos
antagónicos – efeito oposto entre dois fármacos. Ex.: potássio (frequência
cardíaca) / digitálicos(frequência cardíaca). Potássio antagonisa a potência do
digitálico.
A zidovudina ou AZT (azidotimidina)
é um fármaco utilizado
como antiviral,
inibidor da transcriptase reversa (inversa).
Indicado para o tratamento daAIDS e contágio por Pneumocystis
carinii. Foi uma das primeiras drogas aprovadas para o
tratamento da AIDS (no Brasil) ou SIDA (em
Portugal).
Atualmente é usado no tratamento de infecções por VIH, em associação com
outros medicamentos antirretrovirais, sendo neste último país um
medicamento de uso exclusivo hospitalar.
Sua fórmula química é: C10H13N5O4
ASPIRINA
COQUITEL PARA TRATAMENTO DA AIDS
A zidovudina foi a primeira droga aprovada para o
tratamento da infecção do VIH/SIDA. Jerome
Horwitz do Barbara Ann Karmanos Câncer Institute e Wayne State
University School of Medicine sintetizou o AZT em 19641 2 ,
usando uma bolsa Federal do US National Institutes of Health (NIH).
O AZT foi originalmente pensado como uma droga anticancro, mas foi arquivada
quando se conclui que não era suficientemente efectiva contra tumores em ratos.3
Em 1974 W. Ostertag do Instituto Max Planck na Alemanha obteve
indícios que o AZT era activo numa cultura de retrovirus de
ratos 4 .
Em 1984, pouco após a confirmação de que o HIV era a causa da SIDA/AIDS, os
cientistas na Burroughs Wellcome Co. (BW) começaram a pesquisar novos compostos
para tratar a doença. Burroughs Wellcome já tinha experiência nas doenças
virais, liderada por cientistas que incluíam Gertrude Elion, David Barry, Phil
Furman, Marty St. Clair, Janet Rideout, Sandi Lehman entre outros. O seu
esforço de investigação focou-se na enzima viral Transcriptase reversa. A Transcriptase
reversa é uma enzima que os retrovírus, incluindo o VIH, utilizam para se
replicarem. Os cientistas na BW começaram por identificar e sintetizar
compostos e desenvolver um teste de despistagem para actividade contra
retrovírus nos ratos. Um composto com o código BW A509U foi testado e
demonstrou uma potente actividade contra os vírus destes roedores.
Na mesma altura, Samuel Broder, Hiroaki Mitsuya, e Robert Yarchoan doNational Cancer Institute (NCI)
dos Estados Unidos da América tinham
começado também os seu próprio programa independente para desenvolverem uma
terapia para a SIDA/AIDS. Os cientistas na BW não estava a trabalhar
directamente no VIH, e como tal os dois grupos decidiram trabalhar em conjunto.
Em Fevereiro de 1985, os cientistas da NCI demonstraram que o BW A509U tinham
uma actividade potente contra o VIH no tubo de ensairo, e alguns meses mais
tarde, começaram a fase 1 inicial de ensaios clínicos do AZT na NCI, em
colaboração com cientistas da Burroughs Wellcome e da Duke University 5 6 7 .
Este ensaio demonstrou que a droga podia ser administrada com segurança a
pacientes com VIH e que podia aumentar as contagens de CD4 em doentes com
VIH incluindo os com SIDA/AIDS.
Um teste aleatório com
controlo por placebo do
AZT foi subsequentemente realizado pela Burroughs-Wellcome, no qual foi
demonstrado que o AZT podia prolongar a vida de pacientes com SIDA/AIDS.8 Burroughs
Wellcome Co. pediu a patente do AZT em 1985. A Food and Drug Administration (FDA)
aprovou a droga (através do então recentemente criado FDA
accelerated approval system) para uso contra VIH, SIDA/AIDS, e AIDS
Related Complex (ARC, um dermo médico que deixou de ser usado para
doenças pré-SIDA/AIDS) em 20 de Março de 1987,9 .
O tempo entre a primeira demonstração que o AZT era activo contra o VIH no
laboratório e a sua aprovação foi de apenas 25 meses, que é um dos mais curtos
períodos de desenvolvimento de uma droga na história recente.
O AZT foi subsequentemente aprovado como tratamento
preventivo em 1990. Foi inicialmente administrado em doses muito maiores que as
actuais, tipicamente 400 mg a cada quatro horas (mesmo durante a noite).
No entanto, a falta de alternativas na altura para tratar a SIDA/AIDS afectou o
rácio risco/benefício, com a garantida toxicidade da infecção HIV ultrapassando
o risco de toxicidade da droga. Um dos efeitos secundários do AZT é anemia, uma
queixa frequente nos ensaios clínicos.
Os regimes de tratamento actuais envolvem doses
menores (e.g., 300 mg) de AZT tomados duas vezes ao dia, e quase sempre
como parte da highly active
antiretroviral therapy (HAART). O AZT é combinado com
outras drogras para evitar a mutação do HIV em formas resistentes ao AZT10 11
A estrutura cristalina do AZT foi referenciada por
Alan Howie (Universidade de Aberdeen) em 1988.12 No
estado sólido o AZT forma uma rede de ligações de hidrogénio.
Mecanismo de ação
É fosforilizada no interior da célula para
monofosfato de zidovudina através da timidinocinase celular; o monofosfato se
converte em difosfato pela ação da dimitilatocinase celular e logo se converte
em trifosfato através de outras enzimas celulares.
O trifosfato de zidovudina compete como substrato
com o trifosfato de timidina natural para se incorporar às cadeias doDNA viral, que se
formam pela ação da transcriptase inversa do retrovírus (DNA polimerase
dependente de RNA).
Uma vez incorporado, o trifosfato de zidovudina
interrompe prematuramente o crescimento da cadeia de DNA, já que o grupo
3'-azida impede novas uniões fosfodiéster-5'-3' e, portanto, inibe a divisão do
vírus. A afinidade da zidovudina com a transcriptase inversa do retrovírus é
maior que com a-DNA-polimerase humana e permite a inibição seletiva da
replicaçãoviral sem
bloquear a replicação celular.
O ácido acetilsalicílico (aspirina)
interage com a zidovudina ficando mais difícil de ser eliminada e mais tóxica
então deve ser evitado.
TODAS AS DROGAS PSICOTRÓPICAS ATUAM SOBRE O CÉREBRO, PRINCIPAL ÓRGÃO DO
SISTEMA NERVOSO CENTRAL.
Há diversas classificações possíveis para as drogas, dependendo do enfoque a que se propõem os pesquisadores ou interessados no assunto.
I. Classificação quanto aos efeitos farmacológicos das drogas
Essa é a maneira de classificar as drogas psicotrópicas mais aceita e difundida. Ela leva em conta o tipo de ação ou efeito que as drogas causam no cérebro de seus usuários
Há diversas classificações possíveis para as drogas, dependendo do enfoque a que se propõem os pesquisadores ou interessados no assunto.
I. Classificação quanto aos efeitos farmacológicos das drogas
Essa é a maneira de classificar as drogas psicotrópicas mais aceita e difundida. Ela leva em conta o tipo de ação ou efeito que as drogas causam no cérebro de seus usuários
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Sob esse ponto de vista, há três classes de drogas: depressoras, estimulantes e perturbadoras (alucinógenas) do sistema nervoso central. |
Drogas depressoras do sistema nervoso central
Depressores de ação central ou psicolépticos são substâncias capazes de lentificar ou diminuir a atividade do cérebro, possuindo também alguma propriedade analgésica (quadro 2). Pessoas sob o efeito de tais substâncias tornam-se sonolentas, lerdas, desatentas e desconcentradas.
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Drogas estimulantes do sistema nervoso central
Estimulantes centrais ou psicoanalépticos são substâncias capazes de aumentar a atividade cerebral (quadro 3). Há aumento da vigília, da atenção, aceleração do pensamento e euforia. Seus usuários tornam-se mais ativos, 'ligados'.
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Drogas perturbadoras do sistema nervoso central
As drogas perturbadoras, alucinógenas ou psicodislépticas são aquelas relacionadas à produção de quadros de alucinação ou ilusão, geralmente de natureza visual.
A Química
dos Cosméticos
Os
cosméticos são um excelente exemplo de como as descobertas da Química fazem
parte do nosso dia a dia. De fato, só a leitura da composição de qualquer comum
cosmético pode tornar-se numa aula de química: água, emocionantes,
conservantes, espessastes, estabilizadores de pH, corantes e fragrâncias
várias, combinados em diferentes proporções, para diferentes objetivos.
A
utilização de cosméticos – ou seja, compostos químicos destinados a melhorar a
nossa aparência – não é um fenômeno recente. Consta que a rainha egípcia
Cleópatra tomava banho em leite, como forma de manter a pele bonita e macia. O
que provavelmente até resultava, porque está comprovado que o ácido lático – um
dos compostos químicos constituintes do leite – atua sobre as camadas mais
profundas da epiderme, promovendo a remoção das células mortas e a renovação da
pele.
Na antiga
Grécia, três mil anos antes de Cristo, as mulheres usavam pó de carbonato de
chumbo para empalidecer o rosto. Infelizmente, sabemos hoje que o carbonato de
chumbo é tóxico e é possível que a busca da beleza tenha custado a vida a
algumas destas mulheres.
Em muitos
casos, estes diferentes produtos cosméticos têm uma forte componente de
inovação científica, desenvolvida nos mais modernos laboratórios de
investigação. Basta dizer que a indústria de cosméticos foi uma das primeiras a
adaptar os novos recursos da nanotecnologia, através do uso de nano partículas
para melhorar a qualidade dos seus produtos e satisfazer os anseios dos seus
clientes.
As nano
partículas são partículas de dimensão intermédia entre a escala dos átomos e a
dos materiais macroscópicos. Qualquer coisa como mil vezes maior que o diâmetro
de um átomo e mil vezes menor que a espessura de um cabelo.
Esta
característica confere-lhes propriedades únicas, e que podem ser moduladas pela
alteração do tamanho.
Exemplos
típicos da aplicação de nanotecnologia em cosméticos são as nano partículas de
dióxido de titânio nos protetores solares (que conferem uma proteção completa
sem o efeito de camada branca sobre a pele), a utilização de nano partículas de
líquidos sólidos para libertação lenta de fragrâncias em perfumes, ou a criação
de nano vesículas como transportadores para garantir uma melhor penetração dos
ingredientes ativos na pele.