Em entrevista coletiva sobre a
Operação Recebedor, que aconteceu na manhã desta sexta-feira em Goiânia,
a Polícia Federal revelou que o esquema que desviou mais de R$ 600 milhões da
construção da ferrovia Norte-Sul utilizava o escritório de advocacia de Heli
Dourado, o mesmo que defendeu os interesses da família Sarney na aplicação do
golpe no TSE que usurpou o mandato do governador Jackson Lago, para intermediar
o pagamento de propinas.
Segundo a PF, a armação
revelada na delação premiada da Camargo Corrêa a partir da operação Lava Jato,
Heli Dourado distribuia o dinheiro arrecadado com medições simuladas da obra e
pago pela Valec, estatal federal que cuida das ferrovias.
A trama na Valec funcionou durante
a presidência de José Francisco das Neves, o Juquinha, entre 2008 e 2011, por
influência do carcomido cacique José Sarney.
Juquinha já tinha sido preso em
2012 acusado de comandar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 100
milhões da Norte-Sul, de acordo com a Operação Trem Pagador, deflagrada à época
pela Polícia Federal.
E mais uma vez o advogado de
Roseana, Heli Dourado, figura nas investigações da PF.
Em conversa telefônica gravada
pelos federais no dia 19 de outubro de 2011, das Neves, ciente da
iminente dança das cadeiras na Valec, pergunta a Dourado se ele conversou com o
“presidente”, em uma referência, de acordo com a Federal, ao senador José
Sarney.
Heli responde que “Sarney conversou
com o ministro duas vezes e não tem mais o que falar com ele; que ele sabe que
a pessoa é sua indicada”.
Na conversa, Heli diz ainda que foi
até a casa de Sarney para tentar evitar a queda dos apadrinhados, com a faxina
promovida pela presidente Dilma Rousseff, diante das denúncias de pagamento de
propina no Ministério dos Transportes
Além de presidente, Sarney também
era chamado de “velhinho” e “chefe”.
Esta é a terceira vez que a família
do chefe da oligarquia e seus apadrinhados surgem em escândalos envolvendo a
ferrovia Norte-Sul.
Em 2008 o seu filho Fernando Sarney
foi alvo da Operação Boi Barrica, rebatizada de Faktor, por suspeitas de
superfaturar contratos com a Valec com a conivência do então diretor de
engenharia da empresa, Ulisses Assad, que presidiu a Caema durante o governo
Lobão, como parte do lote reservado à família.
Assad foi indicado para a Valec por
Sarney para não deixar o trem sair dos trilhos!
Com
informações, no caso da Operação Trem Pagador, da revista Isto É