Jornalismo com seriedade

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pós-golpe:



Pós-golpe: mundo chocado com “Câmara de Bandidos” no Brasil

  A imprensa mundial está chocada com o golpe comandado no último domingo (17) por uma “Câmara de Bandidos”, segundo definição do analista político português Miguel Sousa Tavares.
Ao telejornal Expresso, na SIC, Tavares afirmou que foi uma “assembleia geral de bandidos, comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”. 
“Fazendo uma destituição de um presidente sem qualquer base jurídica nem constitucional. Constitui uma falta de dignidade, uma bandalheira”.
Miguel Sousa Tavares chocado com o show de horrores relatou: “Elogiaram o coronel Ultra, que torturou o marido de Dilma na frente dela”.
O comentarista que acompanha a política brasileira desde a eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985, testemunha estarrecido: “Nunca vi o Brasil descer tão baixo”.
Ainda de acordo com ele, a situação brasileira é campo fértil para um golpe militar.
O analista político prevê um período de retrocesso depois de vários anos de Lula.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

E agora, Michel?



E agora, Michel?

Ao conspirar abertamente para destituir a presidente da República da chapa pela qual se elegeu, Michel Temer destrói a própria biografia. E agora, Michel?
Em tempo: Não sei como alguns têm a coragem em enfiar Deus e a família, para justificar suas contradições.

E agora Michel?
 “E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou,  e agora, José? E agora, você?”
O poema “José” foi escrito por Carlos Drummond de Andrade em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil vivia sob a ditadura de Vargas. Nele, o poeta reflete sobre o sentido da vida em tempos de guerra e diante do conturbado momento histórico nacional. Mostra a angústia, desalento e a desesperança do homem comum diante daqueles tempos sombrios.
Tal qual José, acredito que todos que acreditam no Estado Democrático de Direito, vivem hoje um momento de profundo ceticismo e perplexidade pelos acontecimentos deste domingo.
Acreditamos que a esperança tinha vencido o medo para descobrir que o cinismo e a canalhice dissimuladas é que prevalecem.
A decisão de ontem implica em retrocessos em termos políticos, sociais e econômicos para o país e põe em risco a democracia brasileira.
Foi um golpe parlamentar contra uma presidente eleita pelo voto popular- que não responde a nenhum processo na Justiça — perpetrado por uma Câmara dos Deputados onde há 224 deputados que respondem a algum tipo de processo judicial e que é presidida por um réu indiciado pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Deplorável o papel do PMDB nesse processo. O vice presidente Michel Temer conspurcou a própria biografia ao conspirar abertamente para destituir a presidente da República da chapa pela qual se elegeu.
Como bem lembrou Lula, em vídeo divulgado, falando sobre Temer : “quem trai um compromisso selado nas urnas não vai sustentar acordos feitos nas sombras”.
Como Temer fará para administrar o apetite pantagruélico dos 3/5 dos membros do parlamento, grande parte integrante da base de apoio ao atual governo, além do PSDB e DEM, PPS e outros mais?
Cabe ao Senado desmontar essa farsa encenada por vingança do presidente da Câmara Federal com apoio de grandes grupos de mídia e suas práticas de acusação seletiva.
Acredito, que tanta desfaçatez já tenha até colocado uma pulga atrás da orelha do Juiz Sérgio Moro, pois se o Eduardo Cunha conseguiu fazer isso com uma presidente legitimamente eleita pelo povo, creio que deve achar que o céu é o limite.
Não há prazo definido em lei para a instalação da comissão especial do Senado que analisará a denúncia, mas creio que diante da grave polarização política, que desencadeou atos de intolerância e ódio e manifestações de violência em todo o país, o Senado agirá rapidamente.‎
Tal e qual na Câmara, a comissão deve emitir um parecer a favor ou contra a instauração do processo, que será encaminhado ao plenário para uma votação e só continua se 41 dos 81 senadores concordarem com ele.
Se for aprovado, o processo é formalmente instaurado e a presidente é afastada por um período de 180 dias e o vice-presidente Michel Temer assume o cargo como presidente interino até o encerramento do processo. O impeachment só será aprovado se dois terços dos senadores (54 dos 81) votarem a favor.
Acredito que ao analisar o mérito do pedido de impeachment, o Senado entenderá que a vontade soberana do povo não pode ser mudada por um impeachment ilegal que afronta a Constituição brasileira.
Voltemos a Drummond e a seu poema “ Mãos Dadas” ( 1940):
“Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considere a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”.

Gleisi: “No Senado vai ter luta!

Gleisi: “No Senado vai ter luta! Não vamos desistir da democracia”

18 ABR 2016 - 08:57 
dilma_gleisi_yaredSenadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), nesta segunda-feira (18), afirmou que a aprovação de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff deixou claro ao país que se tratou de um golpe. Ela também disse que foi constrangedor assistir Eduardo Cunha, réu em ação de corrupção no Supremo, e lamentável deputados utilizando argumentos como família, netos, marido, mulher, religião, combate à corrupção. “Menos crime de  responsabilidade”, observou a parlamentar, que ainda lamentou o comportamento da bancada do Paraná: “Exceção à deputada Christiane Yared”.
Gleisi Hoffmann*
Se havia alguma dúvida, ela acabou. Ontem ficou claro para o Brasil que o processo de impeachment da presidenta Dilma é um golpe.
Durante a votação, assistimos deputados usando todo tipo de argumento: família, netos, marido, mulher, religião, combate à corrupção. O que não vimos foi falarem do suposto crime de responsabilidade que Dilma teria cometido.
Isso porque Dilma não cometeu crime algum e os deputados sabem disto. Nem um fato sequer foi encontrado contra a presidenta. Nada que tornasse este processo constitucional. Sua origem é viciada, nasce do desejo de vingança, sob premissa falsa. Foi incentivado e conduzido por Eduardo Cunha. Foi constrangedor ouvir os discursos irados contra a corrupção e ver um dos maiores envolvidos em corrupção dirigir a sessão.
A bancada do Paraná, meu Estado, votou majoritariamente pelo impeachment, pelo golpe. Falaram da corrupção como se vivessem num Estado governado por virtuosos, por um governador honesto e sério. Foi muita hipocrisia! Poderiam, pelo menos, ser coerentes e denunciar aquele governo. Exceção à deputada Christiane Yared. Quem era contra a corrupção não poderia aceitar um impeachment conduzido por Eduardo Cunha!
Os defensores do golpe não votaram de acordo com suas consciências. Votaram por oportunismo e por covardia de se opor aos desejos da mídia, de Eduardo Cunha e dos movimentos fascistas, que influenciaram a opinião pública ao longo dos últimos meses. Se aproveitam da grande campanha agressiva de desconstrução da presidenta para fazer o discurso fácil e moralista “contra a corrupção”. Isso tudo com o aval do conspirador vice-presidente, Michel Temer, e do candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves. Uma vergonha, um retrocesso para a democracia. Relativizaram o poder do voto.
Ontem foi um dia triste pelo episódio lamentável que a Câmara dos Deputados protagonizou. Mas hoje já estamos descansados e bem vivos, prontos pra continuar a luta. O Senado da República é uma Casa mais equilibrada, aqui faremos a discussão de mérito, aqui impediremos a concretização do golpe. Aqui defenderemos a democracia. Nos últimos anos, o Senado da República não faltou ao país, corrigindo os erros e excessos da Câmara. O fará novamente agora

domingo, 17 de abril de 2016

ASSIM COMO EM 64,



ASSIM COMO EM 64, GLOBO REITERA SEU APOIO A UM NOVO GOLPE

Na linha de frente do apoio midiático ao golpe militar de 1964, a Globo repetiu seu papel no golpe de abril de 2016; neste domingo, em editorial de João Roberto Marinho, o jornal O Globo reitera seu apoio ao golpe e diz que todos que se posicionam contra o impeachment, como vários de seus artistas, contam "com máquinas — nos aparelhos encravados em segmentos da burocracia pública, em sindicatos e em movimentos ditos sociais cevados com dinheiro público"
Na linha de frente do apoio midiático ao golpe militar de 1964, a Globo repetiu seu papel no golpe de abril de 2016.
Neste domingo, em editorial de João Roberto Marinho, o jornal O Globo reitera seu apoio ao golpe e diz que todos que se posicionam contra o impeachment, como vários de seus artistas, contam "com máquinas — nos aparelhos encravados em segmentos da burocracia pública, em sindicatos e em movimentos ditos sociais cevados com dinheiro público".