Jornalismo com seriedade

domingo, 5 de março de 2017

Sarney é um suposto “estadista da democracia” que se ajoelha para o altar do dinheiro, diz Flávio Dino

Em resposta dura ao ex-senador José Sarney, que escreveu sobre a ‘conversão de comunistas’, o governador Flávio Dino disse que o oligarca é um suposto “estadista da democracia” que revela saudade das bobagens anticomunistas propagadas nos tempos da ditadura militar.

“Quem bateu continência aos generais da ditadura militar jamais esquece”, disse o governador nas redes sociais na noite deste sábado (04).

O que embasou o artigo semanal de Sarney foi uma foto em que o governador Flávio Dino está ajoelhado ao lado do prefeito Edivaldo, em um palanque de evento evangélico, durante o Carnaval. Sob forte temporal, os dois recebem bênçãos de pastores. Para Sarney, que pode estar com inveja do sucesso do Carnaval 2017, seria uma ‘conversão’.

Para o governador, Sarney só se ajoelha para o altar do dinheiro, da ganância e da fome de mando eterno.

Confira a íntegra do que disse o governador

No Maranhão, um suposto "estadista da democracia" cada vez mais revela sua saudade das bobagens anticomunistas do DOI-CODI, do CCC e da OBAN.

Quem bateu continência aos generais da ditadura militar jamais esquece. E é pouco versado em assuntos de Deus. Está mais para o outro lado.

Que se entenda lá com sua tristeza com o veredicto do implacável tribunal da história e com seus temores com o julgamento divino.

Prefiro dedicar meu tempo a consertar o caos que recebi de quem só se ajoelha para o altar do dinheiro, da ganância, da fome de mando eterno.

Mulher é assassinada a tiros na frente do marido e do filho de 10 anos no PI

Crime aconteceu na localidade Nova Vida, zona rural de Morro do Chapéu.
Nada foi levado e uma das hipóteses é de execução, afirma delegado.

Uma mulher identificada apenas como Lidiana, de 33 anos, foi morta a tiros na localidade Nova Vida, zona rural da cidade de Morro do Chapéu do Piauí, região Norte do estado. A família retornava de São Bernando (MA) com destino ao Ceará. 

Segundo o delegado Leonardo Alexandre, o crime ocorreu no final da tarde deste sábado (4) quando a vítima se descolava em um veículo fretado com o marido e um filho de 10 anos. 

“A vítima chegou há pouco tempo com o marido e o filho de Santa Catarina. Eles estavam passeando pela região e contrataram um motorista para conduzi-los. Ao passarem pela nossa região o carro teria sido abordado por três homens armados. Um deles rendeu o motorista e os outros foram até a vítima onde efetuaram os disparos e fugiram”, disse.
Ainda de acordo com o delegado, nada foi levado e uma das hipóteses é de execução. “A mulher tinha levado seu filho até onde mora o ex-marido, pai da criança. No dia seguinte, eles pegaram a estrada para o Ceará e foi ai que tudo aconteceu. Ainda é muito cedo para afirmar alguma coisa, mas tudo está sendo investigado”, contou Leonardo.

Após o crime a polícia colheu o depoimento do atual marido da vítima e do motorista que presenciaram o crime, além da criança, que falou com os policiais acompanhado de conselheiros tutelares.

“Foram disparado pelos menos três tiros na mulher e nada foi levado. Nós colhemos o depoimento do motorista e do atual marido da mulher que estava no carro, do ex-marido da mulher, com quem ela teve contato no dia anterior e ouvimos a criança, filho da vítima que presenciou tudo”, explicou.

A Polícia Civil do Piauí deve pedir ajuda das policiais do Maranhão e Ceará, já que a vítima tinha vinculo com os dois estados.

Justiça autoriza divisão de pensão entre esposa e amante do marido

Conforme informações dos autos, o morto era casado desde 1982. Eles nunca se separaram. No entanto, segundo o relator do recurso, desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, "ele também formava com a ora apelante uma verdadeira entidade familiar, na verdadeira acepção da palavra, até a data do seu óbito".

O Estado de São Paulo

O Judiciário não pode negar a existência de uma relação de afeto que também se revestiu do caráter de entidade familiar. Esse é o entendimento da Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso que, em decisão unânime, acolheu os argumentos de uma apelação interposta por uma mulher que manteve relacionamento ao longo de 20 anos com um homem já casado. Com a decisão, a apelante terá direito a receber 50% da pensão por morte deixada por seu companheiro -- ele morreu em 2015.

As informações foram divulgadas pela Coordenadoria de Comunicação do TJ de Mato Grosso.

Em primeira instância, a Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável Post Mortem foi julgada improcedente. Inconformada, a autora da ação entrou com recurso alegando que o companheiro, apesar de casado, mantinha as duas famílias ao mesmo tempo --simultaneidade familiar--, que tiveram vida em comum por mais de 20 anos, que todas as despesas de sua família eram custeadas por ele, que sempre cuidaram um do outro e que ele a ajudou a criar e a educar seus filhos.

Sustentou, ainda, que há prova nos autos da "convivência pública, contínua, duradoura e com intuito de constituir família". Ela pediu para que fosse reconhecida a união estável com o companheiro nos últimos 20 anos, que teria se encerrado apenas com a morte dele.

Conforme informações dos autos, o morto era casado desde 1982. Eles nunca se separaram. No entanto, segundo o relator do recurso, desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, "ele também formava com a ora apelante uma verdadeira entidade familiar, na verdadeira acepção da palavra, até a data do seu óbito".

Conforme o magistrado, além das testemunhas ouvidas em juízo, corroboram as alegações da apelante os documentos juntados ao processo comprovando que o homem também fornecia o endereço dela como seu local de residência; prova de que ele conduzia o veículo dela; declaração da cirurgiã-dentista de que ele a acompanhava nas consultas e custeava as despesas --desde 2002 até 2014. Além de fotos do casal em festas, cerimônias e momentos em família e, ainda, uma foto juntos no hospital na véspera da morte dele.

"Durante tempo considerável ele se dividiu entre as duas mulheres, as duas famílias, as duas residências, apesar de dormir com mais frequência na casa da apelada, segundo confessado pela própria autora, mas com esta passava boa parte do dia e também pernoitava", salientou o relator. "Ademais, diversamente do que diz a apelada, a ausência de coabitação, por si só, não descaracteriza a união estável, uma vez que esse requisito não consta na antiga legislação, muito menos no atual Código Civil."

Segundo o desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho, o ordenamento civil não reconhece efeitos à união estável quando um dos membros do casal ainda mantém íntegro o casamento. "Contudo, a realidade que se apresenta é diversa, porquanto comprovada a duplicidade de células familiares. E conferir tratamento desigual importaria grave violação ao princípio da igualdade e da dignidade da pessoa humana. (…) Logo, o Judiciário não pode se esquivar de tutelar as relações baseadas no afeto, não obstante as formalidades muitas vezes impingidas pela sociedade para que uma união seja 'digna' de reconhecimento judicial", enfatizou

sexta-feira, 3 de março de 2017

Novo ministro, Aloysio Nunes é investigado no STF por crime eleitoral

Coluna do Estadão

Escolhido hoje pelo presidente Michel Temer para o Ministério das Relações Exteriores, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) vai reforçar a fila de investigados do governo.

Em setembro do ano passado, o ministro Celso de Mello, do STF, determinou a abertura de inquérito contra o tucano para apurar envolvimento em possível crime eleitoral de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

A investigação foi aberta com base em delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa que disse à Procuradoria-Geral da República (PGR) que Aloysio teria recebido R$ 300 mil de forma oficial e R$ 200 mil em dinheiro de caixa dois para sua campanha ao Senado em 2010.

O empresário afirmou que as doações, oficiais ou não, eram pagamentos de propina para obtenção de contratos com a Petrobrás.


Aloysio diz que as acusações são “absurdas”. “É simplesmente absurda a mera suposição de que eu, oposicionista notório e intransigente aos governos do PT, pudesse favorecer negócios na Petrobrás”, afirma

Ex-presidente da Odebrecht diz que repassou R$ 9 milhões a pedido de Aécio Neves

Benedicto Júnior, um dos delatores da empreiteira na Lava Jato, contou ao TSE que dinheiro, pago via caixa 2, foi repartido em 2014, sendo R$ 6 milhões para três políticos do PSDB e R$ 3 milhões para marqueteiro do tucano, que concorria à Presidência da República; executivou relatou que a empresa repassou R$ 200 milhões para todas as campanhas
O Estado de São Paulo
O ex-presidente da Construtora Odebrecht Benedicto Júnior, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse nesta-quinta-feira, 2, em depoimento ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que na campanha de 2014 repassou R$ 9 milhões a políticos do PSDB e do PP e ao marqueteiro tucano a pedido do então candidato à Presidência Aécio Neves – presidente nacional da sigla. Segundo Benedicto, a doação foi feita via caixa 2.

O executivou relatou que a Odebrecht repassou R$ 200 milhões para todas as campanhas de 2014. Benedicto afirmou que R$ 120 milhões doram transferidos de forma oficial, R$ 40 milhões por caixa 2 de terceiros, no caso pela Cervejaria Itaipava e R$ 40 milhões por caixa 2.

Ele não disse que se encontrou ou se tratou pessoalmente com Aécio sobre as doações. A audiência, realizada na sede do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, no Rio, faz parte da Ação de Investigação Judicial Eleitoral aberta a pedido do PSDB contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer por suspeita de abuso de poder econômico na campanha presidencial.

Questionado por advogados que compareceram à sessão, Benedicto relatou que R$ 6 milhões foram repassados para Antonio Anastasia (PSDB) – que foi eleito senador em 2014 –, para o ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB) – que concorreu ao governo de Minas – e Dimas Fabiano Toledo Júnior (PP) – eleito deputado federal e filho do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo. Os outros R$ 3 milhões, ainda segundo o ex-presidente da Construtora Odebrecht, foram pagos ao publicitário Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio na campanha presidencial. O combinado, segundo o executivo, era um pagamento no total de R$ 6 milhões para Vasconcelos, mas só foi possível repassar a metade.

O ex-executivo da Odebrecht – conhecido na empreiteira como BJ – não pôde dar mais detalhes. Ele foi advertido pelo ministro de que as doações ao PSDB são objeto estranho à investigação. Benedicto disse que não tinha ciência de doações à campanha nacional, pois cuidava apenas de doações estaduais.

Segundo testemunhas do relato do ex-executivo, ele afirmou que não poderia dizer se os pagamentos foram realizados em dinheiro. Um advogado o questionou sobre a forma das doações. Ele admitiu repasses não contabilizados, o caixa 2. Disse que, em geral, são feitos via caixa 1, ou caixa 1 por terceiros – citou a cervejaria Itaipava que, segundo o empreiteiro Marcelo Odebrecht, era usada como “laranja” para repasses a políticos.

“Quando é por caixa 2 como é feito o pagamento?”, perguntou um outro presente à sessão. “É dinheiro, em espécie”, respondeu Benedicto.

Paulos Vasconcelos, Pimenta da Veiga  e Dimas Toledo Filho não foram localizados.

COM A PALAVRA, O SENADOR AÉCIO NEVES
Procurada, a assessoria do senador Aécio Neves disse que ele “solicitou, como dirigente partidário, apoio para inúmeros candidatos de Minas e do Brasil a diversos empresários, sempre de acordo com a lei. Como já foi divulgado pela imprensa, o empresário Marcelo Odebrecht, que dirigia a empresa, declarou, em depoimento ao TSE, que todas as doações feitas à campanha presidencial do senador Aécio Neves em 2014 foram oficiais”.

COM A PALAVRA, O SENADOR ANTONIO ANASTASIA

Em nota, a assessoria do senador Antonio Anastasia disse que o parlamentar “nunca tratou, no curso de toda sua trajetória pessoal ou política, com qualquer pessoa ou empresa sobre qualquer assunto ilícito”.